A lei do aborto devia impor limites
Concordo que uma mulher seja assistida num hospital para interromper uma gravidez de risco ou que seja fruto de uma violação ou que possa vir a ter consequências nefastas para a criança ou para a mãe. Mas compreendo mal que uma mulher recorra à ajuda hospitalar mais que uma ou duas vezes.
A primeira vez pode ser fruto do desconhecimento ou de condições conjunturais que a mulher não conseguiu superar mas já é mais difícil compreender a segunda, terceira e seguintes. Já recebeu a atenção de médicos e assistentes sociais. Pode ser um caso de psiquiatria e deve ser tratada como tal.
É inaceitável que a mesma mulher que se apresenta num hospital com um cancro no útero tenha que esperar três meses para ser operada mas que, em caso de uma gravidez indesejada seja de imediato tratada.
Não se enganem. Os registos hospitalares mostram que há muitas mulheres que são reincidentes . E, sim, as mulheres que morrem com cancro por terem sido tratadas num prazo para além do medicamente razoável também são vítimas das que não estão dispostas a tomar a pílula diariamente. Ou redobrar de cuidados.
Eu sei que sou politicamente incorrecto mas é preciso dizer a verdade.