A greve dos enfermeiros é a greve do terror
Parar com as cirurgias programadas nos cinco maiores hospitais do país. Cirurgias que o SNS nunca mais conseguirá recuperar a não ser que os doentes morram.
Ao limitar a greve aos cinco maiores hospitais do país o objectivo é conseguir que o dinheiro reunido para sustentar os grevistas dure indefinidamente. Nas palavras dos próprios, a greve há-de ser “até quando o governo entender”. Há nisto um elemento de calculismo brutal. A estratégia dos sindicatos é concentrar todo o impacto da greve sobre um grupo de pessoas que, sem ter poder de decisão, é particularmente vulnerável. E esperar que o sofrimento dessas pessoas leve a opinião pública e o governo a cederem – por medo. Chama-se a isto terrorismo: “o agrupamento de duas ou mais pessoas que, em actuação concertada, visem … intimidar certas pessoas, grupos de pessoas ou a população em geral”. Não interessa para o caso a razão que possam ter, ou não, os enfermeiros. A estratégia que escolheram é malévola e inaugura em Portugal um estilo perigosíssimo de fazer greve.