A globalização tirou milhões de seres humanos da miséria
Chegou o ponto de inversão em que as vantagens da globalização foram ultrapassadas pelas desvantagens. Há que corrigir segundo a aprendizagem. É assim que funciona a economia com ciclos de crescimento seguidos de períodos de reajustamento, em que os países têm que encontrar equilíbrios económicos e financeiros para estarem preparados para o relançamento.
Quem estiver bem preparado ultrapassa bem as crises, quem não se preparar mergulha em recessões brutais que atingem os menos afortunados. Não é por acaso que Portugal, Espanha, Itália e Grécia são sempre apanhados no olho do furacão. Todos eles assentam o seu modelo de desenvolvimento na elevada despesa pública paga por uma elevada carga fiscal sobre as famílias e as empresas e por uma elevada dívida pública. As suas economias não crescem o suficiente para pagar a dívida e reduzir a carga fiscal.
Nos últimos 25 anos crescemos em média à volta de 1%/ano bem menos que a média de taxas de juro que pagamos . Sem reformar o Estado e sem mudar o modelo económico estaremos sempre a empobrecer.
"Enquanto que nas economias emergentes, a globalização tirou milhões de seres humanos da fome e da miséria, e foi responsável pela emergência de classes médias, no mundo desenvolvido a globalização trouxe graves problemas económicos que minaram a legitimidade da ordem liberal. Aí assistimos à perda de empregos, ao declínio dos salários e ao aumento das desigualdades, resultado do deslocamento das indústrias dos países desenvolvidos para locais com custos de produção mais baixos, agravadas pela automação e inteligência artificial. "