A geringonça agora já tem o seu próprio passado
Até aqui do "novo" passado só faziam parte coisas boas. Agora inclui coisas más e algumas muito más. As que conhecemos, as que vamos conhecendo e as que conheceremos mais à frente.
Esta nova realidade apanhou de surpresa os três partidos da coligação. Basta olhar para a cara deles para perceber que algo mudou. Em pleno debate do estado da nação, e com este quadro em fundo, o BE propõe um período excepcional para vincular professores e o PC mais celeridade na resolução dos precários. Patético.
O "estado de graça" acabou. O tempo "esse grande escultor" vai fazendo o seu caminho, destapando a realidade escondida sob a retórica anti austeridade. Ela continua lá embora com outras vestes. Como lá continuam os problemas de sempre, o atraso de sempre e as novas habilidades para esconder a realidade. Tudo isso fazia parte do passado, um passado que nos persegue. A novidade é que agora faz parte também do passado desta coligação.
O grande inimigo deste governo como de todos os outros é o tempo. Durante dezoito meses António Costa e os seus aliados de esquerda alimentaram-se do passado, da herança de Passos Coelho, pintada e retocada com as cores negras da austeridade .
Agora será cada vez mais difícil invocar o anterior sempre que toma alguma medida ou acontece alguma coisa, seja ela boa ou má. E há sempre, agora como antes, coisas que estão a acontecer ou vão acontecer.
PS : Luis Marques - Expresso