A esquerda está rendida aos conservadores orçamentais
O governo prometeu uma coisa mas a realidade obrigou-o a outra. A esquerda está rendida aos conservadores orçamentais .
Ainda bem que do lado do governo parece haver uma linha que aproxima daquilo que muitos têm defendido: uma gestão prudente da dívida pública, em que se privilegia a segurança no acesso aos mercados e uma forte liquidez, ao invés de meras poupanças de curto prazo, que a longo prazo se pagam caro.
Torna-se visível que cada vez mais a linha de pensamento converge para uma responsabilidade orçamental a que não estávamos habituados, conforme referiu o Paulo Ferreira e eu próprio, quando disse que a esquerda estava “rendida aos conservadores orçamentais”. Falta saber se estamos apenas perante um comportamento oportunista, aproveitando uma melhor conjuntura económica, para apenas reduzir o défice nominal, ou se pelo contrário, haverá um esforço de correção estrutural.
Veremos se nos próximos meses a atuação estará em concordância com estas palavras, pondo o relatório da dívida pública da esquerda e extrema-esquerda definitivamente na gaveta, ou se pelo contrário, voltaremos a um caminho de facilitismo orçamental e financeiro.