A enorme austeridade que a geringonça continuou a impor ao país
Tudo isto — PERES, corte radical no investimento público e cativações brutais de verbas inscritas no Orçamento para 2016 —, tudo isto constitui os ingredientes principais e decisivos da enorme austeridade que a “geringonça” continuou a impor ao país. E o país, largamente infantilizado, geralmente desinformado e alegremente ludibriado pela narrativa do governo, canta hossanas ao cocheiro da “geringonça”, António Costa. A avaliar pela candura da entrevista concedida ao PÚBLICO de 27 de Julho pelo líder parlamentar do Bloco, este acólito do Governo de Costa finge-se indignado com a dimensão das cativações aplicadas por Centeno, declarando com manifesta estultícia que “o Governo não tinha mandato político para fazer cativações deste nível”! O Bloco não lhe concedera poderes para tanto! Infelizmente, o ridículo não mata.
A enorme dose de austeridade que Costa impôs ao país, e que este engoliu sem dar por ela, era em parte totalmente desnecessária: Bruxelas apenas exigiu um deficit de 2,4%, mas Costa quis ir para além da troika e mostrar mais serviço do que lhe pediam — um deficit de 2,1%.