A controlar o défice desde 1143
Talvez agora com o controlo de Bruxelas e a fiscalização do BCE lá cheguemos. Até agora todos prometeram controlar a despesa pública mas nem um cumpriu a promessa.
"Como se vê, este governo não está a ser criativo. A única diferença é que nunca a esquerda política, do PS às extremas do BE e do PCP, se tinha comprometido desta forma a princípios de equilíbrio das contas públicas que vão até muito além do que é recomendado por Bruxelas, como o mostra o excedente de 1,3% previsto para daqui a quatro anos. Rendidos à bondade da boa gestão orçamental para a economia e para o desenvolvimento? Terão, finalmente, aprendido como os seus próprios erros? Eu não tenho ilusões quanto a isso porque a delinquência financeira de alguns protagonistas pré-2011 e pós-2015 não se cura assim. Estão é conformados com o choque com a realidade e com Bruxelas. E, sobretudo, sabem que a vigilância dos mercados e das agências de rating é permanente e é preciso mostrar algum serviço e muitos números. Não fosse este “policiamento” externo e o risco dos mercados se fecharem novamente e cá nos manteríamos incorrigíveis, como sempre. Eu só recuei duas décadas para o mostrar. Mas se procurarem bem, os historiadores ainda encontram por alturas da fundação do país vestígios de uma qualquer promessa de um défice nulo ao virar da esquina."