A consolidação orçamental precisa de medidas de qualidade
Reduzir drasticamente o investimento para alcançar o défice é a pior forma de o fazer.
Mas para o vice-diretor do Departamento de Assuntos Orçamentais do FMI, a consolidação tem de contar com medidas de melhor qualidade para que seja sustentável. “Por exemplo, o ajustamento ou a redução ligeira do défice nos últimos anos foi feita com base em cortes no investimento público”, criticou Senhadji. Para o Fundo essa não é uma política “correta”, dado que “prejudica o crescimento potencial” de um país.
E “o crescimento [económico] é crítico para levar o rácio da dívida para níveis sustentáveis”, acrescentou. Abdelhak Senhadji referiu que “as dinâmicas da dívida [pública] ainda não são realmente favoráveis a Portugal”. Ou seja, “existe um progresso significativo que tem de ser feito daqui em diante”, dado que em 2016 o rácio da dívida portuguesa colocou-a como a quarta maior a nível mundial.
Isto é óbvio só não vê quem não quer.