A CGTP vive num tempo diferente da Autoeuropa
Exigir ao governo que negoceie o plano estratégico com o Grupo alemão empresa privada . Afirmar que a fabrica não precisa de trabalhar aos sábados e apesar de pensar assim exigir aumentos de salários e outros benefícios . Como se a empresa não tenha concorrência e como se não haja milhares de profissionais que trabalhem não só aos sábados mas também aos domingos.
Pensamos logo nos hospitais, nos transportes e em todas as actividades que alem dos sábados e domingos trabalham a noite.
Em vez de tapar os olhos os sindicatos deviam estar a discutir como vão enfrentar a inevitável menor necessidade de trabalhadores num futuro próximo com a chegada em forca dos robots que farão grande parte das tarefas que são hoje asseguradas pelos trabalhadores menos qualificados. E não só na industria automóvel.
Esse futuro vem ai quer a CGTP queira quer não queira .
Um caso exemplar é Arménio Carlos, o secretário-geral da CGTP, que por vezes vive numa Idade Média do pensamento. Em Dezembro, recorde-se, escreveu no Público uma prosa em que defendia que "é altura de o Governo português assegurar as condições necessárias junto da multinacional para que a Autoeuropa seja parte integrante desta nova fase da estratégia produtiva (de carros eléctricos) da VW". Tudo em nome do "bem dos trabalhadores, do emprego e da economia do país". É um sentimento comovente, mas irrelevante.