Na Metro ganha-se muito acima do padrão nacional. Apesar disso as greves são mais que muitas e os prejuízos também. Mas verdadeiramente bizarra é a explicação de uma sindicalista coordenadora :
“Nesta altura, um maquinista tem esse salário porque tem duas profissões: a de maquinista e de factor (que foi extinta e que era responsável pela abertura e fecho das portas). Foi feita uma negociação séria”, afirma Anabela Carvalheira, sublinhando que obrigou a polivalência.
Mas outros valores mostram-se igualmente acima da média. Por exemplo, uma secretária de administração recebe 1884 euros mais 25% de isenção de horário de trabalho.
Já no caso dos maquinistas de manobras, o valor é de 1403 euros mensais, mais todos os subsídios, sendo que recebem ainda 45 euros por cada 500 km percorridos.
Um fiscal ganha 1217 euros, um motorista 1217 euros e um agente de tráfego 1131 euros.
E quanto a subsídios ? Uma farturinha : subsídio por trabalhar, subsídio por almoçar, subsídio por percorrer quilómetros...
Ganham em média 2 300 euros por trabalhador quando a média nacional é de 1 100 euros. E 98% dos trabalhadores ganham acima dos 1 000 euros. E têm progressão automática na carreira e um suplemento de reforma. Esta situação é aceitável, segundo a opinião do presidente do Conselho de Administração.
Cristina Vaz Tomé, administradora com o pelouro financeiro detalhou ainda que nas conversações que têm mantido com os sindicatos estão em cima da mesa temas como a progressão de carreiras e sobre o suplemento de reformas.
"A empresa gostaria que fosse implementando um sistema de avaliação", eliminando, por exemplo a cláusula de progressão automática. "Estamos tentar chegar a um equilíbrio", acrescentou.
"Reatámos as negociações, e realizámos diálogos individuais com vários sindicatos. As conversas que tivemos foram para pedir um bocadinho de sensibilidade", explicou Cristina Vaz Tomé.
É preciso sensibilizar os sindicatos numa empresa pública que ainda terá de mostrar que é necessária e que, cumpre o serviço público, para além de oferecer condições mais favoráveis . E sabemos todos a luta que se travou para se conseguir que a RTP seja agora bem mais leve para o Orçamento de Estado.
A economia está crescer mais que o esperado. Os juros estão baixos. O deficits está abaixo dos 3% ou anda lá perto. Bruxelas começa a falar em devolução de salários e pensões.
"Mesmo com esta divergência [de projecções], vemos que o défice está a descer, pelo que há um certo espaço de manobra para alterar as medidas temporárias introduzidas durante a crise. Irei a Portugal em Junho para discutir com mais detalhe com as autoridades portuguesas os planos orçamentais e macroeconómicos, e não posso por isso entrar em detalhes. Mas diria que, em geral, há espaço para começar a trabalhar nisso [reposição de salários], quanto a isso não há grande divergência."
Esperemos que Passos desta vez não queira ser mais "papista que o Papa " e aproveite as condições favoráveis para facilitar a vida aos portugueses. Tratar e lamber as feridas também faz parte do tratamento. Os efeitos secundários ( para usar a sua recente terminologia) também podem ser uma doença e precisarem urgentemente de tratamento.
Patrões tomam a iniciativa de repor o poder de compra dos trabalhadores com aumentos salariais bem acima da taxa da inflação. As indústrias do calçado e do vestuário e confeções são apenas dois exemplos de sectores que fecharam negociações ainda no final do ano passado, com subidas salariais de 3,3% e 3,8%, respetivamente, retroativas a outubro, face a tabelas que se encontravam inalteradas desde 2011. Mas também na hotelaria do Algarve e no comércio da região se firmaram aumentos médios de 2% e, no comércio do distrito do Porto, o acréscimo é de 3%, para referir apenas alguns dos mais representativos.
Por outro lado, os funcionários públicos começam a ver repostos parte dos cortes salariais de que tinham sido alvo durante a crise, estando desde janeiro já a receber 20% do que lhes tinha sido tirado.
O FMI desembolsou mais 1,9 mil milhões no seguimento das 8ª e 9ª avaliações. Sem este dinheiro da Troika, desde Junho de 2011, não haveria salários e pensões para ninguém. É isto que eu não entendo na narrativa de quem se opõe a este programa. As pessoas viveriam como?
Esta tranche faz parte de um total de financiamento de 27,03 mil milhões de euros. No comunicado, a instituição refere que o montante de 1,91 mil milhões de euros fica "imediatamente disponível", revela o FMI em comunicado. Até agora, o FMI já emprestou a Portugal 24,34 mil milhões de euros.
Nunca ninguém se chegou à frente com uma alternativa válida para o curto prazo dando de barato que a médio e a longo prazo possa haver alternativa.
Aqui está uma boa medida que está a ser ponderada. Aliviar salários e IRS dos funcionários e, em contrapartida, lançar uma taxa extraordinária sobre as PPPs. Estas começam a ser pagas em 2014 em altos montantes que também poderiam ser empurrados para mais tarde.
Esperemos que seja apoiada por todos os partidos e não se arranje uma qualquer desculpa, como habitualmente, para complicar. E ajuda junto do Tribunal Constitucional . A discussão do orçamento na especialidade pode abrir caminho a um documento com os sacrifícios melhor repartidos. E ninguém foge. O PSD e o CDS-PP, que formam maioria parlamentar, estão a estudar a aplicação de uma contribuição extraordinária às PPP (parcerias público-privadas) e ao sector das telecomunicações, tal como já existe para a energia e banca.
O pior cenário possível. Porque a Troika diz que sem cortes nos salários e nas pensões dos funcionários públicos isto não anda, não dá. E a Troika sempre que o TC não deixou passar esses cortes obrigou o governo a voltar a eles. Não é teimosia, é porque sem esses cortes não há ajustamento das contas nacionais. E agora, com outro chumbo? Um pesadelo!
A Troika vai-se embora e diz que não há mais dinheiro e não haver mais dinheiro é não haver mais salários e pensões. Resultado? Deixo isso à imaginação fértil dos meus leitores. Novo governo daí a 3/4 meses, sem maioria absoluta, negociações, mais um mês, voltar às negociações com a Troika ( agora sem o FMI) e tornar a pedir dinheiro agora muito mais caro e com medidas muito mais duras ( 2º resgate). Que tal?
Voltamos então ao pior cenário: o de os parceiros europeus não aceitarem financiar mais o país, alegando que a Constituição impede um corte na despesa do Estado que, com os altíssimos encargos com juros e fraco crescimento económico, torna o Estado insustentável. E não aceitam financiar porque um segundo resgate de nada serviria – porque ele implicaria sempre mais medidas, e essas medidas passariam sempre por cortes em pensões e salários – que o TC não deixava passar.
É claro que não passa, pois se os juízes ganham acima de 2 000 euros !O Governo aprovou ontem no Conselho de Ministros cortes salariais que prevêem que os funcionários públicos com salários brutos acima de 2.000 euros sofram um corte de 12% em 2014. No regime actual, os trabalhadores do Estado com 2.000 euros de salário sofrem uma redução de apenas 3,5%. A solução encontrada pelo Executivo substituiu os cortes que estão em vigor desde 2011 e incorpora as poupanças previstas com a alteração à tabela salarial, que avança apenas ao longo do próximo ano.
Mas se passar o corte de salários não passa a convergência entre pensões da função pública e as dos privados. E vamos direitinhos para o buraco do 2º resgate. E com o 2º resgate vamos para eleições no meio de 2014 das quais não sairá solução nenhuma, como as sondagens mostram permanentemente.
Resta-nos seguir o caminho da Grécia que com o 2º resgate engoliu o "pão que o diabo amassou" depois de não querer engolir umas colheres "de óleo de fígado de bacalhau". Nós, com a agravante de já termos perdido dois anos e meio.
Ninguém gostaria que isto acontecesse mas dava um certo gozo ver os senhores juízes do Constitucional perante os credores internacionais.
Inconstitucional? Óptimo não há dinheiro!
O que nos podia valer é a solução do PC e do BE. Não pagamos e vamos pedir ajuda aos países irmãos comunistas. Tal como na Grécia...
Está a acontecer nos US. 800 000 funcionários públicos não compareceram hoje nos postos de trabalho porque o estado não tem dinheiro para lhes pagar os salários. E se acontecer o mesmo cá no burgo? Nas empresas quando não há, os trabalhadores juntam-se ao patrão para resolverem os problemas.
Aqui fariam manifestações como se o resto do país tivesse a obrigação de lhes pagar.
Trabalhei num banco e, na altura dos grandes problemas, a maioria dos meus então colegas achavam que , como trabalhavam sentados no andar superior da "casa forte" nunca teriam esse problema. Confundiam o dinheiro dos depositantes com o dinheiro do banco, esse sim, destinado a pagar salários.
Dos Estados Unidos vem a demonstração que os funcionários públicos podem ficar sem salário como pode acontecer com todos os outros trabalhadores.
Mas aqui as Finanças, "rapam" em tudo o que é "tacho" para assegurar o pagamento à função pública. As mesmas finanças que as manifestações andam, insistentemente, a exigir que se demitam.