Perguntada sobre as diferenças entre o BE e o PCP a porta voz do BE não conseguiu arranjar uma que fosse. É preciso avisar a rapariga que todos os que fizeram isso acabaram engolidos. O último foi o Partido "Os Verdes" que rapidamente foi transformados em CDU. Antes do 25 de Abril os que tiveram coragem de fugir ao controleirismo do PCP acabaram "objectivamente na reacção ".
Atiraram-se ambos como gato a bofe, ao PS que, "objectivamente, governa à direita". E dizia a Catarina toda contente : então o PS para governar à direita precisa de um partido de esquerda ? E com isto lá se foi o que restava dos votos úteis. Efectivamente, o PCP com 10/12% dos votos e o BE com 4/6% separados, não servem para nada. Porque não se juntam se são iguais ? É que com 15/16% dos votos eram capazes de ter um número catita de deputados.
E o que têm a dizer sobre o Syriza e a Grécia ? E da saída do euro e da União Europeia ? E o que faziam depois ?
Que essas questões fazem parte de um pacote, não podem ser tratadas em separado . Esclarecidos !
Jerónimo fala numa "alternativa patriótica e de esquerda" ao mesmo tempo que nega a possibilidade de se juntar ao PS. Nunca o fará "para ter uma pasta ministerial e ficar amarrado ao abraço de urso. Tirem daí o sentido, nunca acontecerá"( palavras de Jerónimo). O secretário geral o PCP sabe que após o desabar da União soviética e do desaparecimento dos partidos comunistas espanhol, francês e italiano a expressão "governo comunista" é proibida. E nem sequer pode apontar exemplos nos países que, actualmente, vivem essa experiência. Mas como é evidente, se Seguro e Costa são iguais, praticam a mesma política de centro direita ( palavras de Jerónimo) então, o PCP, com os seus 11% de votos nunca chegará a governar.
Jerónimo quer sair da UE e do Euro barreiras inultrapassáveis à ideologia comunista. E a seguir sair da democracia e da economia social de mercado. Mas não o pode dizer. O povo que há quarenta anos rejeita a proposta comunista obriga-o a usar uma expressão que se distancia da sua vontade. Uma política patriótica e de esquerda. É bem mais simples defender o triângulo saído do 25 de Novembro. Constituição, administração pública e sindicatos que, dão ao partido uma força social e política muito superior aos seu valor eleitoral.
Jerónimo de Sousa pediu uma audiência ao Presidente da República para insistir na antecipação de eleições e consequente demissão deste governo. As razões que apresenta publicamente são bem diferentes das reais. Jerónimo de Sousa viu a CGTP perder o braço de ferro com a UGT no que diz respeito à contratação colectiva e, ao mesmo tempo, apanhava o PS com as calças na mão e mal preparado para eleições.
O único problema é que das eleições antecipadas não sairia solução governativa estável, perdia-se o bom momento que o país atravessa junto dos mercados e interrompia-se a trajectória ascendente da economia. Mas para Jerónimo as razões tácticas da sua agenda política estão acima da estratégia nacional. O país nada ganharia com a marcação de eleições antecipadas. As sondagens mostram isso mesmo.
Olhem para a CDU que passou de 10,7% dos votos para 12,7%. Um colectivo partidário vencedor composto por milhares de comunistas, verdes e outros patriotas e democratas. Jerónimo, com aquela cara desenhada a cinzel é boa pessoa. Acredita, piamente, que o PCP está pronto a governar como se não fosse necessário os portugueses darem-lhe não 12% mas pelo menos 42%. Mesmo explicando-lhe que se a abstenção for menor ( e vai ser muito menor nas legislativas) a CDU cai novamente para os 8%. Mas pronto, Jerónimo não é obrigado a saber que os seus fiéis não se abstêm e que isso tem como resultado subir na votação em percentagem. Na realidade, os seus votantes são os de sempre e os mesmos.
Talvez o PS perceba como é que se ganha e se dá lições com 12% e a não cair em crise com 32,4% dos votos. O Jerónimo é boa pessoa e explica.
É a democracia que está em risco se o voto de protesto recair no Partido Socialista. É assim que Jerónimo de Sousa classifica a mais que provável vitória do PS nas europeias. João Ferreira, o cabeça de lista da CDU às europeias diz que o "PS não tem credibilidade nenhuma " sempre votou ao lado do PSD e CDS nas políticas europeias. Quem ainda acredita que um partido europeísta como o PS pode coligar-se com um PCP anti-Euro e anti- Europa, pode ir tirando o "cavalinho da chuva". O PCP nunca mudará.
A União Europeia é o espaço político, social e económico onde a população tem melhor qualidade de vida; em que a classe média representa uma percentagem do total da população bem acima de qualquer outro continente; e onde a paz e a prosperidade há mais tempo perdura. Comparar o país moderno em que vivemos ( com injustiças, claro) com o país pobre que éramos antes da adesão à UE e ao Euro é um pecado e uma cegueira. E, no entanto, Jerónimo de Sousa dá a União Europeia como exemplo da verdade de Cunhal.
Temos um estado social construído à sombra dos subsídios da UE ( duas dezenas de novos hospitais e centenas de centros de saúde) e modernas escolas. Uma rede de autoestradas e de portos marítimos como nunca tivemos. Uma população com uma esperança de vida bem superior há das gerações anteriores. Nem tudo está bem? Não, não está tudo bem mas, quem pode comparar com o antes, percebe que não há comparação possível.
Mesmo com esta crise e com o delírio despesista que estamos a pagar.
O PC tem razão do seu ponto de vista. Com 80% da população com este nível de vida não há comunismo que ganhe, não há revolução que triunfe. Sim, na verdade, Portugal de Abril é um país de sucesso!Compreenda-se o desespero de Jerónimo!
Jerónimo de Sousa tem uma narrativa que corresponde à realidade, é a mesma de nós todos. Mas tem um problema. Não apresenta alternativa nenhuma. Intuímos qual é a alternativa, que Jerónimo esconde, e que corresponde a políticas que o povo não aceita. A esmagadora maioria da população não aceita que o país saia do Euro nem da União Europeia; não aceita um sistema de partido único ; não aceita uma economia planificada centralmente ; não aceita um estado sem independência dos poderes legislativo, executivo e jurídico. Numa palavra, o país não quer um partido comunista que tão reaccionário se tornou. Está contra todas as medidas que os países democráticos mais desenvolvidos tomam .
É fácil vender a lua quando sabemos que ninguém a compra. E Jerónimo pode continuar a sua narrativa que enquanto tivermos memória do que se passou nos países da ex União Soviética ninguém está comprador. E já agora no que acontece nos actuais ditos países comunistas.
Mas a democracia, generosa, dá voz a todos. E esperemos que seja possível renovar a classe política que bateu no fundo tão má é. Nisso os comunistas podem ajudar!
Tal como o seu camarada Bernardino em relação à Coreia do Norte também Jerónimo de Sousa está espantado com o "tremendo progresso" na China.
Eu visitei a China há três anos e o que vi é que uma parte muito pequena é igual ao mundo ocidental e, a outra parte, a parte maior, é miséria. E um partido único presente em toda a parte, um país militarizado , a censura a todos os níveis ( bem clamavam os meus amigos aqui em Portugal para saberem o que se passava com o Prémio Nobel da Paz, como se lá fosse notícia...)
Uma tremenda diferença entre os hotéis, os luxuosos automóveis e a moda ocidentais e os bairros de lata onde não entra o sol nem a água.
O povo, como todos os povos, é atencioso para com os estrangeiros . Comparar as desigualdades sociais com Portugal é pura maldade.
Jerónimo de Sousa anda a sonhar com frentes amplas, democratas e outros patriotas que convirjam para o que o PCP considera a salvação da Pátria. Os 8% de votos não atrapalham nada e o BE está a dar ao pedal na sua própria bicicleta, segundo o dirigente comunista. É impossível em democracia mas isso não importa nada!
Recuando quanto a uma saída do euro, o líder comunista diz que o poder da mudança, a começar pela demissão do governo, está na luta, na rua. Fala ainda de outro combate, as presidenciais de 2016, para dizer que o PCP não apoiará uma candidatura de Carvalho da Silva.
O Comité Central do PCP decidiu hoje lançar uma campanha nacional, até Abril, tendo como eixo principal a ideia de “resgatar Portugal da dependência” e o derrube do Governo com base numa política de esquerda. O secretário-geral do PCP manifestou também repúdio face às mais recentes decisões do Conselho Europeu, considerando que o aprofundamento da União Económica e Monetária “visa concentrar ainda mais o poder no grande capital e nas principais potências, impor uma destruição em larga escala de forças produtivas e a regressão social e democrática”.“Sublinhe-se a especial gravidade do acordo do Conselho [Europeu] relativo ao mecanismo único de supervisão bancária, um passo mais no ataque à soberania dos Estados e de submissão ao poder dos grandes grupos económicos e financeiros transnacionais”, sustentou Jerónimo de Sousa.
O grande problema do PCP é a existência uma UE sólida com justiça e qualidade de vida.