O programa do PS no que diz respeito ao desemprego para 2015 e 2016 já está ultrapassado. Isto explica o nervosismo quando o INE revelou que a taxa já está nos 11,9%.
A taxa proposta para 2015 é de 13.6% e para 2016 é de 12.2% ambas acima da taxa actual 11.9%. O programa vai ser revisto ou o PS vai continuar a dizer que o INE manipula os números ? E as taxas que apresenta levam em consideração os tais subempregados e emigrados ? Há aqui muito por explicar. O melhor mesmo é rever tudo partindo da situação actual que nos últimos meses melhorou significativamente . Se não o fizer está a fechar os olhos à realidade e a partir de dados errados. Se o fizer vai ter que admitir que a economia está bem melhor .
Fernando Tordo foi ao programa de Jô Soares e explicou as razões que o levaram a emigrar para o Brasil. Não está para viver o resto dos seus dias num país como Portugal injusto e governado por incompetentes. Mas então o Brasil não é aquele país das favelas e das manifestações violentas contra o desperdício em campos de futebol e da falta de escolas e hospitais? Ou o que move Tordo é a incapacidade de emitir um novo disco e de criar novas canções que vendam? Ou a falta de espectáculos subsidiados pelo estado?
Hoje em conversa com várias pessoas, incluindo empresários, a ideia comum é que há uma larga percentagem de jovens qualificados que têm como prioridade uma experiência fora do país. Mesmo que encontrem trabalho em Portugal querem emigrar. A maioria com o intuito de voltar mais valorizados profissionalmente. Outros há que aceitam emprego em empresas nacionais de grande dimensão com actividades fora do país . Isto nas profissões mais procuradas. É quase uma missão impossível, nomeadamente "contact centers", perfis que combinem conhecimentos de línguas estrangeiras e os já habituais perfis altamente técnicos, por exemplo, para a indústria de moldes" Embora "na maioria das áreas de formação essas dificuldades não se verifiquem, Carlos Maia, director da Hays, admite também que "por vezes é difícil identificar jovens em certas áreas de formação, sobretudo nos sectores de Engenharia", nas especialidades de Informática, Electrotécnica e de Computadores, Mecânica e Gestão Industrial. Também na área financeira há alguns perfis que, pela sua tecnicidade, e apesar de serem designados "juniores", são difíceis de encontrar num jovem que está a iniciar a sua carreira. "Na área da banca, por exemplo, perfis técnicos relacionados com áreas de risco ou mercados financeiros não são fáceis de identificar, pois requerem conhecimentos adicionais aos adquiridos durante a faculdade"
Há dificuldades de emprego por causa da crise e também porque a formação não está direccionada para as necessidades das empresas. É cada vez mais necessário as escolas terem autonomia para detectarem essas necessidades e dar-lhes resposta concreta.
O povo Ucraniano sempre viveu na miséria. Durante a ex- URSS a propaganda é que eram todos iguais. Com o ex-presidente em fuga começam a aparecer os sinais exteriores de riqueza. Palácios e casas luxuosas como não há no ocidente. O povo para fugir à miséria das manhãs que cantam "anda pelo mundo repartido". A fazer na emigração o que os portugueses fizeram nos anos 60. Os trabalhos mais duros e pior pagos. O povo Ucraniano tem muitas razões para querer juntar-se à União Europeia.
Que não vivemos acima das nossas possibilidades. Mas então a que se devem a dívida pública e privada ? A dívida não é a prova que andamos a gastar o dinheiro que não tínhamos e que, por isso, andamos de mão estendida a pedir empréstimos até os credores dizerem que não havia mais?
Que não houve obra pública a mais. Mas então o facto de os automobilistas terem voltado para as antigas estradas principais não é prova que não podem pagar as portagens das autoestradas e, que, por isso são inúteis e estão vazias ? E os estádios que estão às moscas e que o Estado e as Câmaras querem implodir ? E as rançosas rotundas que na sua maioria só atrapalham?
Que o trabalho é mais precário. Mas há mais precariedade do que nas obras públicas que duram dois ou três anos e, que, ao fim desse período vai tudo para o desemprego a não ser que se vá construindo sempre mais, como se fez por cá? Com as consequências no desemprego e no crescimento da economia profundamente negativas.
Que o Estado não é um monstro gordo e gastador. O Estado ter ido à bancarrota por três vezes em quarenta anos, único caso no mundo, não é prova bastante? Gastar 50% de toda a riqueza produzida bem acima do que gastam os países mais ricos e mais justos não é suficiente?
Que nunca o país esteve tão mal. Mas quem conheceu as condições em que viviam os cidadãos deste país há 20,30,50 anos é capaz de defender essa falácia sem vergonha? Que Portugal com a entrada na UE e no Euro deu um salto extraordinário na qualidade de vida dos seus cidadãos? Que o Portugal democrático, apesar dos erros repetidamente cometidos, é um caso extraordinário de sucesso?
Que nunca houve tamanha emigração. Mas então Portugal não foi sempre um país de emigrantes? Que nos anos sessenta a emigração era a emigração da pobreza e da fome e agora é o país da emigração de gente culta e bem preparada?
Mentiras que são diariamente repetidas com a esperança de, tão repetidas, se tornem verdade aos olhos dos Portugueses. Quanto a mentiras ficamos entendidos.
O principio da confiança devia também ser aplicado a quem , defraudado nas suas expectativas, sente a necessidade de emigrar. Os que emigram e os que estão desempregados não têm "planos de vida" ? Há muito tempo que está consagrada na Constituição a unificação dos dois sistemas de segurança social - o público e o privado - mas a cobardia dos governos tem deixado tudo como está apesar de inconstitucional.
É de confiança haver uma parte dos trabalhadores serem ostensivamente beneficiados em detrimento de outros? Perguntado sobre esta questão o deputado do PCP, António Filipe, respondeu que "justo seria igualar por cima", isto é, passarem todos a receber a melhor das duas pensões. É, claro, que a resposta é uma enorme falácia, pois se a questão é não haver dinheiro para pagar as actuais...
Todos gritam muito mas quando confrontados com a questão concreta "aos autos dizem nada..."
Levei o meu filho ao colégio até ao dia que ele me disse que queria ir acompanhado pelos colegas. Fiquei mais inquieto mas não havia como dizer não. Aos doze anos enviei-o para um colégio de férias em Cambridge para aprender Inglês. Foi no avião entregue ao pessoal da TAP. Quando vi o avião no ar nem queria acreditar. Fala Inglês fluentemente.
Aos dezassete anos começou com as viagens do Interail. Percorreu a Europa toda de comboio com os amigos. Aos 22 anos foi estudar para Milão onde acabou o curso de arquitectura. Eu arranjava maneira de passar por Milão sempre que precisava de ir lá fora. Aos vinte e cinco, acabado o curso, seguiu para a Holanda. Foi na altura em que conhecidos arquitectos holandeses faziam grandes obras em Portugal, como os grandes centros comerciais e a Casa da Música. Precisavam de jovens arquitectos portugueses por causa da língua. Por lá andou, entre a Holanda, a França e Reino Unido. Foi para os Estados Unidos atrás de uma namorada. Até que um dia chegou cá a casa e me disse. "Longe do mar e da luz de Lisboa nunca mais." Fala cinco línguas fluentemente o que muito o ajuda no seu trabalho já que, estando em Portugal, trabalha para os colegas europeus de países e democracia a sério, onde há trabalho.
Hoje, deve nascer a Carlota a sua segunda filha. E, cá estou eu com a inquietação de pai.Tal qual uma mãe!
Diz quem desde sempre considerou não estarem estabelecidas as condições necessárias para o Euro se manter. A migração de trabalhadores no espaço europeu veio para ficar, o mercado de trabalho passou a ser a Europa. Em Portugal há ainda quem faça de um posto de trabalho perto de casa um objectivo central. Quando Passos Coelho diz "emigrem" não é só para resolver a questão do desemprego, é também um grito de aviso . Eu fui muito atacado por ter escrito isso mesmo, embora na origem do meu poste estivesse principalmente, por um lado, a experiência que segui de perto do meu filho ( hoje trabalha na sua própria empresa para empresas europeias) e, por outro lado porque me choca ver jovens queimarem os melhores anos da sua vida num país que não dá oportunidades aos mais jovens.
Naquele tempo, as pessoas diziam: "veja, os Estados Unidos têm uma grande diversidade e mesmo assim operam com uma moeda única. Então por que isso não pode funcionar na Europa?". E o que eu enfatizei foi que, nos Estados Unidos, temos uma força de trabalho muito flexível do ponto de vista geográfico. Se a demanda diminui em um lugar, as pessoas mudam-se para outra parte do país facilmente. Isso é obviamente mais difícil na Europa, com suas diferentes línguas, tradições e sindicatos. Nos Estados Unidos, temos um mercado de trabalho muito mais flexível, os salários são muito mais flexíveis. Esperava-se que na Europa isso acontecesse como resultado da criação da união monetária, mas não aconteceu. Nos EUA temos um sistema fiscal que transfere automaticamente fundos aos estados ou regiões em que o desemprego está relativamente alto. Tudo isso está faltando no cenário europeu.
A Portugal, são cada vez mais frequentes visitas dos países mais empreendedores, procurando jovens bem preparados para trabalharem nas suas empresas.
Helena Garrido : Cinco países concentram 60% do desemprego total na Europa. Os países do Sul da Europa mais a Irlanda.A emigração acaba por ser uma das saídas mais viável para os cidadãos que vivem em países que não têm armas para combater a crise em que estão. Como Portugal, a Irlanda, a Grécia, a Espanha e a Itália. O que sobra? É a política do cada um por si, pela sua família, pela sua comunidade, procurando viver onde há trabalho. Os portugueses, habituados a enfrentar as crises do seu país emigrando, estão habituados. Como os irlandeses. O Estado criou a ilusão que resolvia tudo quando afinal nada podia. Sobramos nós, como sempre, ao longo da história. E resolvendo o nosso problema estamos a resolver as tensões que se acumulam numa união monetária mal construída. A sobrevivência do euro terá um dia de homenagear os emigrantes, os homens e mulheres que, saindo dos seus países, resolvem parte do problema de quem fica, criando menos tensão, gerando menos riscos de implosão social e política. Ao emigrante, português, irlandês, espanhol, o euro um dia agradecerá.
Andamos, e bem, preocupados com a emigração dos nossos compatriotas, principalmente com os jovens melhor preparados e que custaram muito dinheiro ao estado Português. Mas uma visão de futuro diz-nos que este movimento vai ser imparável com o mais que provável mercado de trabalho único europeu. Daqui a uns anos (hoje isso já é evidente e não só para os jovens Portugueses) vai ser normal o intercâmbio de trabalhadores. Uma emigração dirigida, sustentada e segura."
A Europa irá converter-se, pouco a pouco, num mercado de trabalho único, um processo que “durará anos, quiçá décadas”, afirmou Angela Merkel no seu tradicional pronunciamento de sábado na página da Internet da Chancelaria Federal alemã.
Angela Merkel acrescentou que, além das barreiras linguísticas, os diferentes sistemas escolares são um obstáculo, sublinhando que o importante para os jovens na União Europeia (UE) é “construir uma base de reforma” que os permita aceder a uma pensão decente ainda que mudem várias vezes de país de trabalho.