À porta de um pingo doce
Escreve hoje o Alberto Gonçalves no DN :
Pleno desemprego
Primeiro de Maio. À porta de supermercados em funcionamento, pequenas manifestações da CGTP contestam a obrigação de alguns trabalhadores trabalharem no dia que lhes é dedicado. A ideia percebia-se melhor caso a CGTP não contestasse também o trabalho em, digamos, qualquer outro dia do ano. Se não é o 1.º de Maio são os outros feriados, se não são os feriados é o domingo, se não é o domingo são os dias úteis que a CGTP deseja tornar inúteis por força de greves, etc. Nas palavras do grande Arménio Carlos, todos os dias são dias de luta. Donde se deduz que nenhum é, ou devia ser, dia de trabalho. No fundo, com um altruísmo raro nos tempos que correm, os sindicalistas apenas aspiram para quem trabalha o ócio de que eles próprios usufruem. E se criticam os números do desemprego, é por estes lhes parecerem baixos: quando, graças à sua inestimável ajuda, os números chegarem a valores aceitáveis, a CGTP avisa. Ou pré-avisa.