O estudo publicado pela IMD elenca vários desafios estratégicos para a competitividade da economia portuguesa, que serão o tema de um debate agendado para 9 de Março nas instalações da Porto Business School, em Matosinhos.
- Reduzir estruturalmente o défice público, de forma a alcançar excedentes permanentes e permitir a redução da dívida pública;
- Dar estabilidade e sustentabilidade ao sistema bancário; e com novas opções nos mercados de "equity" públicos e privados;
- Fomentar a inovação e o empreendedorismo, e atrair e reter investimento sobretudo no sector dos bens transaccionáveis para facilitar as exportações;
- Implementar reformas no mercado de trabalho (por exemplo, ao nível da flexibilidade funcional e da mobilidade geográfica) dentro de um ambiente construtivo de diálogo social, melhorando a atractividade para a mão-de-obra jovem e qualificada;
- Desmantelar a burocracia nos serviços públicos e melhorar a eficiência do sistema judicial, em particular na área do contencioso fiscal.
Em 2016 o Estado português incorreu num défice de 3 807 milhões de Euros. No mesmo ano, a dívida bruta do mesmo Estado agravou-se em 9 590 milhões de Euros.
O défice resulta de uma série de convenções ( o que conta e o que não conta para o efeito). A dívida é o que é : dos 9 590 milhões de Euros em que se agravou, em 2016, 3 807 milhões de Euros contaram para o défice e 5 783 milhões não contaram.
...há quem goste de adormecer embalado por belos contos sobre o défice ; e há quem não consiga adormecer só de pensar em dívidas. Presumo que entre os investidores financeiros, predominem estes últimos.
O pessoal anda a gastar a toda a força. Isto está a ir para muito melhor é preciso bombar desde já . O crédito ao consumo voltou e a confiança acelera . Poupança, nem vê-la . O Prof Daniel Bessa avisa :
O comportamento é perigoso, a DECO publica números assustadores , a coisa não é sensata mas o pessoal não aprendeu nada . É o caso das famílias sobreendividadas que pedem ajuda - 30 000, só à DECO - número que não cessa de aumentar desde 2011 . Há coisas que não batem certo diz Daniel Bessa.
Uma política de procura à escala de 10 milhões de tesos e endividados é uma patetice, como a realidade está a demonstrar, diz o Prof Daniel Bessa.
O BCE já esgotou o que podia fazer mas a Alemanha pela sua dimensão podia implementar uma política de procura que levasse a mais importações com origem nos países europeus em dificuldades como Portugal. Porque Portugal só sai desta e de outras através das exportações ao contrário do que afirmam PCP e BE. As exportações só são uma treta para Catarina Martins.
Dizendo não ter a certeza de que Portugal poderá ter crescimentos fortes e sustentados, Bessa considera que se à escala europeia deveria haver uma política orçamental mais expansionista, "fazer isso à escala de Portugal é uma patetice".
"Não faz o menor sentido, não tem condições nem trará resultados, pôr a economia a crescer pela despesa é o que temos feito, não é vida para ninguém", afirmou.
Entretanto o que se vai ouvindo acerca da preparação dos orçamento 2017 é mais do mesmo, mais despesa paga por aumento de impostos.
O factor que, segundo a nova maioria, deveria acelerar o crescimento do PIB era o consumo das famílias. E este não tem faltado: as famílias estão a gastar acima do seu rendimento disponível ( a sua poupança encontra-se em mínimos históricos, sendo agora negativa) e o crédito ao consumo aproxima-se de máximos históricos. Mesmo assim, o crescimento do PIB não acelera.
Uma conduta de acordo com práticas recomendáveis deveria levar o governo e a maioria parlamentar a dizerem-nos alguma coisa.Porque é que estando a ser implementada pelas famílias(é o que parece...)a estratégia delineada não está a dar o resultado pretendido?
Deverá o Estado ele próprio, consumir mais, endividando-se mais? Deverá incentivar as famílias a gastarem mais, endividando-se mais? Ou, pura e simplesmente, reconhecerem que poderão ter-se enganado, sendo melhor mudar de caminho ?
Daniel Bessa apostava um jantar com o Primeiro Ministro em como vai ter que subir o IVA . Mais um ex-ministro das finanças que não tem dúvidas a juntar-se ao coro dos que não acreditam nas contas .
Lá para trás, ainda antes de Sócrates que deu o golpe final, António Guterres pôs-se a gastar dinheiro quando o sector privado teria resolvido o problema e Vitor Constâncio anunciou que não havia limites ao endividamento. Todos gente socialista. O próprio Daniel Bessa pertenceu ao governo de Guterres.
Agora temos António Costa a fazer mais do mesmo. Números em que ninguém acredita fazem o caminho para levarem o país a mais austeridade e maiores impostos. Só Bruxelas nos pode salvar exigindo contenção nas previsões e exigindo mais rigor.
E a evolução das previsões não mentem . À semelhança do que sucedeu com o Syriza, na Grécia, o Governo socialista português vai assim revelar-nos que o prometido "virar de página" irá afinal "parir um rato". Tal poderá ainda ser mais grave se, ao invés, se materializarem as projecções do Fundo Monetário Internacional. É que o FMI espera que o crescimento económico de Portugal desacelere para 1,4% em 2016 e para 1,3% em 2017 – quando em 2015, a economia portuguesa cresceu 1,5%.
Daniel Bessa ex-ministro da Economia de um governo socialista não tem dúvidas face à situação do país e às medidas anunciadas por António Costa. Os impostos vão aumentar para que as contas batam certo.
Diz Bessa que é sempre possível aumentar o crescimento do PIB para arrecadar mais receitas mas vai chegar um tempo em que a realidade já não se muda na folha de excel. Vamos ser nós todos chamados a pagar. É um filme já visto. Com final conhecido.
E este orçamento passa em Belém ? E em Bruxelas ?
Segundo Daniel Bessa, em recente entrevista, António Costa disse coisas assombrosas. Uma delas é que deixaria ao BE e ao PCP apresentar as suas propostas de aumento de despesa pública e que depois ele, Costa, faria que as contas batam certas.
E há a situação da banca muito melindrosa que desapareceu nos últimos dias da discussão politica. Mas os problemas não desaparecem só porque alguém os remete ao silêncio.
Daniel Bessa, ex ministro das finanças de Guterres não o faz por menos. O "não redondo" que Passos Coelho e Maria Luís deram a Ricardo Salgado foi o momento "zero" da nova ordem económica . As elites portuguesas já não são as mesmas que abocanharam o estado durante todo este tempo.
Não tenho nenhuma dúvida de que o acto fundador – para o melhor e para o pior com todas as consequências que aí estão – partiu de Passos Coelho e Maria Luís que disseram ‘não’ ao Dr. Ricardo Salgado”, afirma Daniel Bessa no Conversas Cruzadas.
“Um ‘não” proferido quando o Dr. Ricardo Salgado lá foi e não foi sozinho. Até conheço quem o acompanhou nessa diligência, mas não vou dizer. Até não foram só dois, mas saíram de lá com uma ‘nega’ redonda. O regime caiu aí”, sustenta o economista.
Álvaro Santos Almeida concorda com Daniel Bessa, mas vai mais longe. “Se não fosse por mais nada este governo teria valido a pena só por esta decisão”, nota o professor de economia da Universidade do Porto.
Há quem não queira ver que estamos perante uma limpeza de um regime apodrecido que nos conduziu a uma desigualdade indigna, a uma economia que não produz riqueza e a uma dívida colossal. Depois dizem que não compreendem o resultado das sondagens.
Daniel Bessa :No que se refere a uma questão essencial, a do “Estado Social”, entendo que jamais poderá ser preservado sem introdução de mecanismos de selectividade (de ajuda aos mais pobres, contra uma universalidade que a vida demonstra ser irrealista) e de princípios de racionalidade, e também de eficiência, como o do “utilizador pagador” (desde que possa pagar, como já acautelado).
Rui Vilar : Qualquer política de crescimento e, portanto, de emprego, não poderá contar com grande contributo do investimento público. A via do consumo privado arrasta, indesejavelmente, o desequilíbrio da balança comercial cuja compensação pela exportação de serviços tem limites.
Luis Portela : A minha escolha terá, sobretudo, que ver com as pessoas, as suas capacidades de gestão, a sua honestidade e a sua disponibilidade para servirem os interesses do país. Desejarei seres humanos competentes e íntegros.
Numa visita à China um companheiro de viagem foi operado numa clínica que não servia refeições. Tinha camas mas sempre que possível o doente ía para casa. Os hospitais têm cada vez menos camas porque é cada vez maior o número de doentes que são tratados em ambulatório. Mesmo os doentes sujeitos a cirurgias entram na véspera e saiem no dia seguinte. Só as cirurgias pesadas obrigam a alguns dias de internamento. Numa organização tão complexa como um hospital entregar tudo o que não é medicina a fornecedores de serviços externos é uma boa medida. Mais uma razão para fechar hospitais que não foram construídos segundo o conceito da moderna medicina. Não concordo com o Prof Daniel Bessa, o que é raro, diga-se. É cada vez maior o "plateau técnico" e menor o número de camas.