Salgado e Sócrates não têm culpa. Segundo eles foi a política que deitou abaixo o seu governo e a outro o seu banco. Se a política não tivesse deixado entrar a Troika, o PEC IV tinha resolvido a bancarrota do estado e o governo tinha resolvido a falência do BES.
A linha de defesa de Sócrates e Salgado é a mesma. A culpa é do estado, do ministério público, das Instituições financeiras, das entidades de supervisão. Tivesse a política feito o que sempre fez e nada teria acontecido. O estado e o BES não faliram, quiseram que falissem. É coisa bem diferente.
Em 2011, Sócrates já tinha resolvido as dificuldades com o PEC IV, quando a oposição o deitou abaixo. Em Julho de 2014, Salgado tinha “tudo encaminhado”, com uns investidores miraculosos e uma garantia angolana, quando o Banco de Portugal estragou um final feliz. Ah, como este país seria próspero se toda a gente pensasse pela cabeça do Dr. Salgado e do Engenheiro Sócrates.
A política serviu aos oligarcas deste regime para subirem, e serve-lhes ainda, quando caem, para fugirem às suas responsabilidades.
Chama-se o "síndroma do abismo" : A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública exige aumentos salariais de 3,7% para o próximo ano, com a garantia de pelo menos 50 euros por trabalhador, e a reposição dos valores cortados aos salários e pensões.
A estrutura sindical afeta à CGTP pretende ainda que a reposição dos salários e pensões nos valores anteriores a 2011 seja feita antes do final da atual legislatura.
A Frente Comum defende também a atualização do subsídio de refeição para 6,50 euros e a atualização das restantes matérias pecuniárias em 3,7%.
A proposta reivindicativa para 2015 aprovada pelos sindicatos da Frente Comum prevê ainda o descongelamento das posições remuneratórias e o reposicionamento nos escalões da carreira correspondentes aos anos de serviço.
A estrutura sindical reivindica também a reposição do valor anteriormente pago pelo trabalho extraordinário, nomeadamente um acréscimo de 100% pelo trabalho em dia feriado.
A reintegração dos trabalhadores em mobilidade especial (requalificação), o fim do encerramento e privatização dos serviços públicos, a resolução imediata das situações de precariedade e a reposição do horário semanal de 35 horas são outras das reivindicações que integram a proposta de mais de 20 páginas da Frente Comum.
Esta reivindicação tem só o inconveniente de mostrar que a "massa salarial" da função pública está muito acima dos salários. Quando os aumentos salariais eram de 2% (inflação) a massa salarial era sempre superior a 5/6%. E a produtividade muito abaixo. Às mesmas causas correspondem os mesmos resultados.
Em 40 anos já vamos em três (3) bancarrotas coisa única nos países europeus. Este facto devía-nos fazer pensar que algo está muito mal no modelo social-económico-político que construímos. Não sou dos que pensam que estes 40 anos foram anos perdidos. Bem pelo contrário. Portugal é um país de sucesso, basta comparar com o "antes". Deixamos de ser um país pobre, com gente analfabeta e com um milhão de emigrantes só nos "bondvilles" na periferia de Paris o que, fazia desta cidade, a segunda com mais portugueses depois de Lisboa.
Mas há quem não queira ver que o modelo não só não chega aos 10% mais pobres como soçobra ciclicamente. Que é a forma mais eficaz de empobrecer. O melhor exemplo, ou um dos bons exemplos pode ser este. Quando em 1983 o FMI foi chamado, o "buraco" a tratar representava 5% do PIB de então. Agora, em 2011, o buraco a tratar representava 50% do PIB. Dez vezes mais. Isto mostra que o país não aprendeu nada com as experiências anteriores. A situação actual é o resultado de uma total irresponsabilidade de muitos que trataram o país "como se não houvesse amanhã".
Fogem das contas como o diabo da cruz. Durante três anos não apresentaram proposta nenhuma credível. Continuam impávidos a defenderem que a solução está no crescimento da economia. Como se o crescimento da economia, que não cresceu nos últimos 15 anos, vá agora, por milagre, começar a crescer já amanhã. Porque é para amanhã que o país precisa que cresça.
O que se passa com a sempre desautorizada reforma da Segurança Social é outro exemplo do que pensa a desvairada gente.
O Banco de Portugal mostra ao público a muralha de D. Dinis recentemente descoberta. É um exemplo dos alicerces que precisamos de consolidar para não voltarmos a cair na situação de bancarrota em que já caímos três vezes nos últimos 40 anos. O Banco de Portugal aponta para alicerces sólidos mas também para fragilidades que é preciso evitar : "A economia portuguesa continuou, em 2013, o processo de ajustamento dos desequilíbrios macroeconómicos acumulados ao longo das últimas décadas e evidenciou os primeiros sinais de recuperação da atividade económica.
• Em 2013, a balança corrente e de capital registou um excedente de 2.6 por cento do PIB e o primeiro excedente da balança de bens e serviços em cerca de 70 anos. Esta evolução traduz, por um lado, um crescimento expressivo das exportações e, por outro, um crescimento moderado das importações, após anos de queda continuada."
Tal como D. Dinis não podemos agora deixar cair os braços, há que continuar a fazer o que tem que ser feito. Mas também não se pode matar , com excesso de zelo, "o burro do espanhol" que, quando já estava habituado a não comer, morreu de fome.
Trezentos milhões, era quanto restava na caixa do estado. Não chegava para pagar meio mês do funcionamento do estado . Entretanto, o gerente, desdobrava-se em PECs que nada resolviam e anunciava aeroportos e TGV. Uma tragédia anunciada à beira de um precípicio. Um momento dramático a que foi preciso pôr cobro contra a vontade de um alucinado que não despegava do poder.
Ainda hoje, depois de três anos de um ajustamento doloroso, e com trinta e nove mil milhões de euros retirados à despesa há quem não queira perceber. Do alto de um púlpito pago por nós todos ,semana após semana, dedica-se a justificar o desastre atirando para cima de outros o que só a ele cabe a responsabilidade. Durão Barroso diz que a situação podia ter sido catastrófica sendo já então desesperada. Portugal esteve à beira do precipício, é importante que os portugueses saibam que os sacrifícios valeram a pena.
Após esta entrevista seria bom que o anterior governo de uma vez por todas aceite as suas responsabilidades e que os seus apoiantes tirem as lições que se impõem. É que nas próximas eleições legislativas nenhum dos partidos terá maioria absoluta e a humildade é um bom principio para se obterem os consensos nacionais de que o país tanto necessita.
Já saiu e tornou a entrar. Vamos lá a ver se desta é de vez. O referido "clube", por ordem decrescente conta com: Argentina (a liderar desde 17 de maio de 2013 quando a Grécia desceu para a 3ª posição), Chipre, Venezuela, Porto Rico (associado aos Estados Unidos), Ucrânia, Paquistão, Egito, Estado do Illinois (EUA), Grécia e El Salvador.
Mas Portugal, em Maio último, deixou fugir uma excelente oportunidade para se afastar de vez deste "clube" pouco selecto. E estava nessa altura melhor do que está hoje. Contam as taxas de juro e a probabilidade de os países pagarem a dívida, bem como as expectativas económicas que continuam a apontar para uma melhoria embora ligeira.
O resto é assessório. (...) o ministro da Administração Interna foi taxativo: As empresas já fizeram o ajustamento que tinham a fazer. Viraram-se para fora e têm agora capacidade inovadora e exportadora e estão a criar emprego. O Estado tem hoje de fazer a sua reforma e a sua mudança para que seja mais eficiente e mais apto a responder às exigências da sua própria máquina e dos cidadãos."
O governante defendeu, por isso, ser impreterível que se diminua a despesa pública para que o objetivo da redução da carga fiscal sobre as famílias e sobre as empresas seja viável e explicou, por outro lado, que "contas sólidas" são, no seu entender, determinantes para atrair "investimento externo" e garantir a "paz social".
É esta a guerra que se trava no país há quase três anos. As corporações de interesses e a própria máquina do estado que já nos levaram por três vezes à bancarrota agarram-se ao orçamento e não querem ceder. É só isto !
É ele que o diz na próxima edição do Expresso . É um chefe de repartição. Deixou o país na bancarrota e agora, após mais um "curso" de dois anos, está muito mais capaz. Quem o diz é Mário Soares.
A RTP e o seu serviço público, deram inicio ao cerco. Do púlpito público ( sem audiências, haja Deus) fala do país como se tivesse soluções ele que teve dinheiro e uma maioria absoluta que mais ninguém teve.(Cavaco teve mas não deixou o país na bancarrota e isso faz toda a diferença). Anda por aí a semear a discórdia e a colocar pedregulhos na engrenagem. À "coca" para saltar quando for a oportunidade. Para ele que o país não conta.
Primeiro quer derrubar o governo sem apresentar nenhuma alternativa. Mais bancarrota? Ele vai para Paris!
A seguir afasta Seguro se possível já nas europeias. Se não for possível vai chegar-se às legislativas. Mesmo assim, se não for dessa, arrima-se às presidenciais. Tudo lhe serve.
Esta é a terceira vez que Portugal entra em bancarrota. Em 1982 coube ao Prof Mota Pinto juntar-se a Mário Soares para salvar o país. Tal como agora, o povo debatia-se com um imenso desemprego, a fome assolava a península de Setúbal, as empresas pagavam juros que chegavam aos 30%. Falências aos milhares. Mas Mário Soares tinha moeda própria, foi possível recuperar mais rapidamente mas com muito sofrimento.
Agora temos Mário Soares contra a coligação que nessa altura tanto desejou. É só senilidade ou é não saber envelhecer? Dizem que os maus vinhos azedam com a idade.
Salvar bancos com o dinheiro de quem nada tem a ver com os bancos falidos é que tira a esperança e a confiança . Pois não é verdade que a esmagadora maioria dos depositantes, são contribuintes? Apanhamos sempre por tabela, o que os dirigentes europeus estão a safar é o dinheiro dos grandes depositantes, accionistas e gestores.
Resgatar um banco é um processo que só tem a ver com quem tomou más decisões e com os accionistas que não põem limites à ganância. E com os grandes depositantes que têm o dinheiro naquele banco e não noutro, porque são melhor remunerados. Lembram-se do BPN ? Os que tinham lá dinheiro depositado era porque o banco oferecia uma taxa de juro superior em 1 ponto percentual. Eu que tive medo disto desde sempre, nunca lá depositei dinheiro pessoal nenhum apesar da empresa onde trabalhava ter no BPN linhas de crédito elevadas. E isso serviu-me de quê? Nacionalizaram-no!
Safou-se o depositante tramou-se o contribuinte. Chamam-se os dois Luis Moreira!