"Pela primeira vez em décadas vai ser este país a controlar e a escolher quem queremos que venha. Durante demasiado tempo as pessoas sentiram-se ignoradas no que toca à imigração e os políticos não levaram as suas preocupações de forma suficientemente séria", escreveu Theresa May num comunicado.
"Quando sairmos [da UE] vamos instaurar um sistema de imigração que vai pôr fim, de uma vez por todas, à livre circulação", anunciou. "Vai ser um sistema baseado nas competências dos trabalhadores e não na suas origens. Este novo sistema vai contribuir para a redução da imigração de pessoas pouco qualificadas. Vai colocar o Reino Unido na via de uma imigração restrita a níveis viáveis, como foi prometido", concluiu
O Reino Unido quer baixar para 100 000 pessoas por ano a entrar no país. No ano passado entraram mais de 200 000.
Isto sempre foi fatal como o destino e podem-lhe chamar imigração " by demand" que vai ser mesmo como tem que ser. E este sistema de imigração vai ser plautinamente implementado em toda a Europa.
Livre circulação sim mas para os que vivem para cá das fronteiras europeias e que tenham trabalho.
Face às dificuldades em se chegar a um acordo razoável para o Reino Unido e para a União Europeia há cada vez mais políticos a avançarem com a possibilidade de um novo referendo. Amanhã na reunião do Partido Trabalhista esta questão vai ser colocada aos congressistas.
Um segundo referendo é o cenário preferido pela maioria dos trabalhistas britânicos — segundo uma sondagem recente, mais de 75% dos trabalhistas querem esse segundo referendo.
Corbyn explicou que, na sua opinião, seria preferível pedir eleições antecipadas, mas se a decisão dos congressistas for no sentido de pedir um segundo referendo, esse será o cenário pelo qual o líder trabalhista irá lutar nos próximos tempos.
O que as negociações sobre o Brêxit têm mostrado é que o Reino Unido enfrenta problemas sérios se sair da União Europeia com a Irlanda do Norte e a Escócia maioritariamente a quererem o " remain".
De acordo com o The Guardian, Therea May estará a ser alertada por alguns dos seus ministros para o perigo de um hard brexit e as suas consequências nefastas sobre o Reino Unido. Após a primeira-ministra ter visto o seu plano rejeitado pelos 27 no Conselho Europeu na Áustria, algumas figuras do Partido Conservador garantem que Downing Street arrisca uma "calamidade ao nível da crise do Suez".
"É como a crise do Suez. Não fazemos ideias quais vão ser as consequências indesejadas. As próximas três semanas podem mudar tudo. A crise do Suez durou meses e agora estamos noutro possível ponto de viragem na história política do Reino Unido", afirmou uma figura dos conservadores ao The Guardian.
Os cenários em discussão estão a milhas do prometido não só para Londres mas para todo o país e a previsão é que o país possa perder 500 000 postos de trabalho se o Brexit se realizar.
Há cada vez mais vozes a exigir um segundo referendo mesmo entre aqueles que estiveram do lado do "leave".
É claro que seria bom para todos. Esperemos que o bom senso prevaleça.
Antes do referendo o Reino Unido crescia significativamente mais que a EU e agora é o contrário, sem previsões de inversão.
Alguns fabricantes de automóveis, o último dos quais a BMW, já anunciaram que não iriam investir mais no Reino Unido se não garantirem a permanência no mercado único, podendo afetar mais de 140 mil empregos diretos do sector. Da mesma forma, a Airbus já anunciou que não irá aumentar a sua base de fornecedores no Reino Unido se nenhum acordo com a UE for atingido, representando mais de 100 mil empregos.
Estimativas do FMI indicam que o PIB do Reino Unido em 2030 será 12% inferior, se continuarem a crescer menos que a UE até lá, enquanto o Centro para a Reforma Europeia estima que a economia britânica é já 2,1% mais pequena devido ao referendo do Brexit.
À medida que os ingleses se apercebem do custo da saída do país da União Europeia crescem as manifestações a exigirem segundo referendo..
As conversações entre o país e a UE pouco têm avançado dada a dificuldade dos dossiers . A primeira dificuldade é que já todos perceberam que ninguém ganha nada com o Brexit e isso é difícil de explicar aos cidadãos . E a segunda dificuldade é que não é possível ter sol na eira e chuva no nabal.
Acresce que são as gerações mais novas as que vão viver sob uma situação que não votaram . Os mais velhos deixam uma situação que não vão viver . Talvez isto faça entender as dificuldades das conversações.
Na conferência de imprensa desta quarta-feira Tusk usou uma frase feliz de um spin doctor do Conselho: “O RU não pode querer ter junto da UE os direitos da Noruega e as obrigações do Canadá”. Esta é, para a UE, a base da negociação: não pode haver fora da UE um estatuto mais favorável sob pena de outros Estados se dirigirem para a porta de saída.
Como se previa as negociações do Brexit são dificeis porque o Reino Unido quer sair com o lombo deixando ficar os ossos. Ora se há coisa que não pode acontecer é o Reino Unido ficar em melhor situação que os membros da UE que têm direitos mas também deveres.
Assim, na visão de May, a futura relação não se pode resumir a uma simples parceira comercial ou acordo de cooperação. Apesar de querer sair do mercado único, a líder britânica manifestou a vontade do Reino Unido em permanecer nalgumas agências europeias, como a do Medicamento. E frisou ainda que depois do brexit o Tribunal Europeu de Justiça deixará de ter jurisdição no Reino Unido.
Ora ontem foi a vez de o presidente do Conselho Europeu revelar a sua proposta, que rejeita muito do que queria Theresa May. Na carta que enviou aos chefes do Estado e do governo da UE, com vista à cimeira dos dias 22 e 23, Donald Tusk estabeleceu as linhas de orientação para as negociações. Estas propõem, nomeadamente, um acordo de livre comércio "como a única solução para a saída do Reino Unido".
"Desejamos uma Europa mais unida, mais eficaz, mais protectora e mais democrática, que se afirme no mundo e que defenda os seus valores"
No Reino Unido são cada vez mais as vozes que duvidam do Brexit e um segundo referendo é cada vez mais provável. Se não pode se pode mudar de opinião então não estamos numa democracia.
Como "amigos no coração da Europa e no âmbito do espírito europeu", Merkel acrescentou que, Berlim e Paris irão fechar este ano um novo Tratado do Eliseu, com novos objectivos e formas de cooperação para aproximar os dois países.
"Fazemos isso para unir ainda mais os cidadãos dos nossos países e para dar um novo impulso a toda a Europa unida, para torná-la ainda mais forte", enfatizou o chanceler.
Macron apelou aos jovens de ambos os países para "descobrirem" os vizinhos, serem curiosos e participarem da consulta pública, que será lançada na primavera.
Isto quando, afinal, a Zona Euro tem a economia a crescer, cumpre o Tratado Orçamental e consolida as contas públicas. Bem ao contrário dos que previam o colapso da maior iniciativa política de que há memória.
A primeira ministra britânica diz que : "“O Reino Unido prepara-se para sair da União Europeia, mas isso não significa que o Reino Unido vai sair da Europa”, disse Theresa May, sobre o acordo de saída do seu país da comunidade europeia, que ainda está longe de concluído. Uma das questões pendentes é a inclusão, ou não, do Reino Unido no mercado único europeu e aos mercados financeiros.
A vez de Emmanuel Macron falar sobre esse tema surgiu quando uma jornalista britânica lhe perguntou se a França queria “punir” os britânicos por quererem sair da União Europeia. “Eu não estou em posição de recompensar ou punir”, disse. “Tenho uma exigência, que é que o mercado único seja preservado. Por agora, a decisão está do lado britânico.” O Presidente francês continua a explicar a sua posição, referindo que “aqui não pode haver um acesso diferenciado aos mercados financeiros” e rematou: “Se querem ter acesso aos mercados, be my guest. Mas isso significa que têm de contribuir para o orçamento [europeu] e aceitar a legislação europeia. É isso que acontece com a Noruega”.
O Reino Unido não pode querer sol na eira e chuva no nabal .