Partidos testículos - Participam mas não entram
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
"Há quarenta anos que PS e PSD se revezam no governo - com as consequências que estão à vista - mas são esses dois partidos que as televisões e a generalidade dos órgão de informação continuam compulsivamente a promover como alternativa um dos outro. Quanto aos outros partidos da oposição parlamentar, verdadeiramente, não se opõem a nada, excepto às reformas de que o país necessita, pois nada mudou nem mudará em Portugal devido à sua acção. Bem pelo contrário, com a sua retórica panfletária, eles continuam prisioneiros das mesmas ilusões de há um século e mais não fazem do que credibilizar um sistema putrefacto de que, aliás, se alimentam, exactamente como os partidos do poder."
Não é por acaso que o PCP é o partido mais conservador . Imóvel como há cem anos e o BE para lá caminha.
Há muito que me deixei de militâncias. Já não dou para o peditório. A ideia é boa e resolve problemas às pessoas ? Vou nessa seja de que partido for.
Não tenho dúvidas que hoje as pessoas estejam menos disponíveis para se filiar, para terem uma relação mais estável e duradoura com um partido, mas estarão talvez mais interessadas em aderir a esta ou aquela causa. No futuro, as pessoas estarão ao lado do partido "A" na causa "x" e ou contra o Partido "B" apenas na causa "y". É esta a liberdade que as pessoas procuram. Não é a queda das ideologias mas a ascensão do pragmatismo. Não é o fim da militância mas é a agilidade da mesma.
Só se aprofunda com mais participação da sociedade. A actual tecnologia de informação permite que os partidos e governos saibam a todo o tempo o que pensam os seus militantes ou simpatizantes sobre determinado assunto. Recorrendo ao referendo, à internet ou ao multibanco. As operações que toda a gente faz hoje no multibanco, no seu dia a dia, exigem mais conhecimentos do que responder "sim" ou "não" sobre um qualquer assunto. O mesmo se diga da internet.
O que acontece a um advogado com escritório próprio que seja deputado durante 4 ou 8 anos? Perdida a carteira de clientes resta-lhe ser funcionário do partido ou deputado para toda a vida.
Saberá o BE que já há mecanismos para que um Deputado declare que tem interesse numa matéria em votação?
Saberá o BE o que é a liberdade de escolha de profissão nas suas várias dimensões constitucionais?
Quer o BE (e de resto o PCP) que os Deputados e as Deputadas não tenham um percurso profissional que os valorize?
Quer o BE (e de resto o PCP) que os Deputados e as Deputadas sejam funcionários dos partidos políticos, sem mundo, sem vida, sem provas dadas?
Quer o BE (e de resto o PCP) fazer doutrina constitucional no sentido de ter por fundamento legítimo a restrições a direitos fundamentais (liberdade de escolha de profissão) a presunção de que os representantes do povo são perigosos corruptos se não forem forçados a não tirar os pés do Parlamento
Eu acho que a vitória do Syriza hoje nas eleições Gregas é uma coisa boa. É boa porque mostra que a Democracia é o único sistema que dá oportunidade a todos segundo o querer do povo. É boa porque vai permitir ( ou não) abrir novos caminhos para problemas velhos. E é boa porque os outros países da Europa vão aprender seja qual for o resultado da experiência governativa do Syriza. Só vantagens, pois. Claro que há aqui algum cinismo mas que me parece inevitável.
Lembremo-nos dos partidos comunistas que governaram na Europa. Desapareceram todos. Espanhol, Francês, Italiano...o português, continua, porque sempre fugiu do "abraço de urso" como o diabo da cruz. E estar na oposição a oferecer o que não se pode dar é muito mais confortável.
Sem deixar de lamentar os sacrificios adicionais que o povo grego pode vir a sofrer, a vitória do Syriza será importante nos dois cenários possíveis. Ou se torna noutro Hollande ou, o que é pior, vai mesmo implementar algumas das medidas que promete.
É verdade que a maioria dos gregos – incluindo o líder do Syriza e muitos dos que votarão no partido – continua a declarar ser a favor da manutenção do país na zona euro. Mas ao mesmo tempo o que os últimos anos revelaram é que, não obstante os muitos milhões de euros de crédito adicional canalizado para Atenas (ou talvez por causa deles), a execução das reformas internas ficou muito aquém do que seria necessário. E sem reformas a Grécia voltará rapidamente à mesma situação que tem conhecido nos últimos anos.
Não é política é aritmética.
Oferecer tudo a todos eis a chave do sucesso do Podemos! Garantir a passagem do estado providência para o estado do bem-estar onde nada falta. Eis o insucesso dos partidos. O Podemos garante 140 000 milhões para distribuir pelos cidadãos pobres, remediados e milionários. Acolhe indiscriminadamente todas as aspirações possíveis e impossíveis - especialmente as impossíveis -
O facto é que o Estado-Providência já não satisfaz; é preciso um Estado de Bem-Estar. E é esta insatisfação, esta aspiração que os partidos responsáveis não conseguem transmitir e muito menos podem traduzir em resultados práticos, que está na raiz da sua generalizada condenação e na génese de movimentos inorgânicos e transitórios, fóruns de discussão, associações e novas formas de activismo de toda a ordem que competem com os partidos pela representação popular.
Os partidos comunistas europeus desapareceram todos depois de passarem pelo exercício governamental. Há melhor exemplo ?
O partido-estado e a constelação de poderes que lhe está subjacente fazem ruir qualquer tentativa de “equação orçamental” que procure responder aos problemas estruturais da sociedade portuguesa. O partido-estado é um partido transversal, é um transpartido que acolhe cerca de 6 milhões de portugueses que, directa ou indirectamente, dependem das suas remunerações, benefícios, prestações e contratos. Este partido-estado atravessa transversalmente o espectro político-partidário português, é o único que não vai a eleições e que não é escrutinado pelo povo que diz servir. O partido-estado é a vaca sagrada do regime, o seu derradeiro tabu. Representa quase 50% da riqueza anual produzida num país que “se recusa a crescer”.
O tranquilo processo de sucessão que decorre no Reino de Espanha tem reavivado a polémica relativa às duas formas de chefia do estado. Sublinho formas de chefia do estado, não “forma de governo”, na designação grosseiramente errada da nossa constituição, já que, nos nossos dias, o Rei não governa. Como, aliás, não governa o presidente em quase todas as repúblicas da Europa, nomeadamente na nossa.
É bom que o tema se discuta.
O grande e primeiro argumento dos republicanos consiste em que o povo deve escolher quem quer para chefe do estado, ao contrário do que nas monarquias acontece, em que o cargo é deferido por sucessão.
É, aparentemente, um bom argumento.
Porém, só aparentemente, como o demonstra a história dos quarenta anos desta nossa terceira república.
Quando, em 1976, foi eleito, à primeira volta, por mais de sessenta por cento dos votantes, Ramalho Eanes era completamente desconhecido da maioria dos portugueses. Portanto, não ascendeu ao cargo por gozar de apoio popular ou merecer a confiança dos eleitores, mas pela singela razão de que beneficiou da indicação de voto e das poderosas e ricas máquinas de campanha dos três maiores partidos políticos, os actualmente designados como do “arco do poder”.
Cavaco Silva é o menos popular dos presidentes desta república, o que não o impediu de ser eleito por duas vezes à primeira volta. Com o apoio dos partidos da actual maioria e beneficiando da completa indiferença que os portugueses granjearam pela república, tributando os candidatos com esmagadora abstenção. É presidente e, no entanto, apenas conseguiu o voto de um quinto dos cidadãos eleitores.
Já Sampaio e Soares têm a agradecer o cargo ao Partido Comunista.
O primeiro foi contemplado pela desistência, em seu favor, do então desconhecido Jerónimo de Sousa, precipitando, à primeira volta, uma vitória que os estudos de opinião indicavam ser mais do que duvidosa se houvesse segundo sufrágio.
E até o mais popular dos presidentes (goste-se dele ou não, assim foi) deve o cargo a Álvaro Cunhal, que ordenou aos seus fiéis militantes que nele votassem, ainda que preciso fosse tapar a fotografia do candidato, aposta no boletim de voto, para que o nojo não tolhesse o movimento do punho.
É, pois, bonita, mas não mais do que isso, a razão apontada por um conhecido comentador que, afirmando-se não votante em Cavaco ou seu apoiante, se declarou feliz por viver num regime em que o filho de um gasolineiro pode ser chefe do estado.
Assim é, de facto.
Numa república, o filho do gasolineiro pode ser chefe do estado. Pode ser também chefe do estado o filho do lixeiro, do médico, do ladrão, do benfeitor. Até pode ser chefe do estado o filho do chefe do estado.
Mas, numa república, com uma condição - ser de um partido político ou apoiado por um ou mais partidos.
Portanto, pode ser filho de quem quer que seja, mas alcandorado na oligarquia, onde assume a condição de príncipe.
Esse principal argumento não passa, pois, ele sim, de um conto de fadas. De uma história desse mundo onírico que os partidos políticos tanto cultivam.
Porque, por muito que não pareça, são eles quem escolhe o presidente.
Desfeita de vez esta ilusão, poderemos avançar para um debate sério e sereno.
Não sou federalista.
A concretizar-se como tal, a UE será, depois da URSS, a primeira federação construída a partir de uma vanguarda, sem que as pessoas sejam chamadas a pronunciar-se efectivamente acerca da sua formação. Como esta, há-de cair fragorosamente, quando os povos se derem conta de que é mero espantalho o medo com que lhes acenam.
Como PS, PSD e CDS são federalistas, nunca, por nunca, seriam opção.
Também não sou comunista.
Portanto, nunca votaria no PCP, BE, ou nos convenientes satélites que, em tempo de eleições, sempre enxameiam os tempos de antena e a nossa paciência.
Acresce que, na campanha eleitoral, falou-se de tudo menos do que pode ser tratado pelo Parlamento Europeu. É completamente irrelevante o que se fez ou deveria ter feito na política nacional. Também não será o Parlamento Europeu a decidir se Portugal permanecerá no euro. Um tema mais, completamente irrelevante, ao qual, infelizmente, também aderiu o único partido de direita concorrente.
Os candidatos querem o nosso voto, mas não dizem o que farão com os mandatos que obtenham.
Também ao contrário do que vários categoricamente proclamam, não será o Parlamento Europeu a eleger o Presidente da Comissão, nem este terá de pertencer ao partido mais votado.
Por falar em partidos, é bom termos em conta que os deputados que elegemos vão integrar-se em partidos europeus e obedecer às suas ordens. Portanto, não elegemos representantes nossos, mas o pessoal que há-de estar ao serviço dos directórios dos partidos europeus. É como se, em Portugal, houvesse partidos de âmbito distrital. O eleitor de Portalegre poderia votar no PS, PSD, CDS, PCP, por aí fora, locais. Que iriam constituir menos de dez por cento do parlamento nacional.
Será, pois, completamente irrelevante que o resultado das eleições seja o que as sondagens nos mostram ou com as mesmas percentagens distribuídas em sorteio pelas diversas candidaturas. Ou outro qualquer.
Claro que há sempre os que têm os partidos como clubes. Para esses, não há remédio. Como eu, que serei portista até morrer, eles serão "p qualquer coisa" até que o Criador os chame.
O cidadão português não federalista e não comunista deve abster-se. Porque não tem candidatos que o representem e, dos outros, nenhuns são solução menos má. É esta a única opção consciente e patriótica.
Resolverá alguma coisa?
De momento e por si só, não, inermes que o sistema nos deixou. Mas uma enorme abstenção será um sinal fortíssimo de que conhecemos estes políticos, portugueses e europeus, de ginjeira e não damos para o seu peditório.
Faltemos às urnas, amanhã e da próxima. Sempre em crescendo, até que mais este muro caia.
É só o que se lhes pede e é a sua única obrigação. Conseguirem chegar a um acordo a médio prazo para o país. Os partidos que não estiverem disponíveis para tal acordo devem ser responsabilizados. Porque essa baixa da taxa de juro representa salários, pensões, empregos. "Os portugueses devem perceber o que perdem em salários, em emprego, em contribuições sociais, se as forças políticas não conseguirem um compromisso".
Mas que vemos nós? Mário Soares a ameaçar Seguro. Jerónimo a querer sair do Euro e da Europa. E o BE a não aceitar o Tratado Orçamental. Afinal quem é que está a favor dos desempregados e de quem vive mal?