O BE não se importa nada que o governo não aceite as suas exigências e, com isso, não apoiar o orçamento. O governo que governe por duodécimos.
Não é por acaso que Marcelo pressiona o PSD para apoiar o orçamento, o problema existe. PCP e BE apoiaram o governo de António Costa porque havia alguma margem para reverter rendimentos. Em plena crise acabou a margem, há decisões difíceis, já nada vale a pena. Não é bonito e o interesse nacional fica para trás.
Mas o problema da extrema esquerda é que não apoiando o orçamento pode ser acusada de muito do mal que aí vem . Daí a ideia de executar o orçamento por duodécimos caso as negociações não cheguem a bom porto. Como quem diz, não há razão para uma crise política.
Já os pormenores, como arranjar dinheiro, são para o governo. E como a riqueza não cresce, a carga fiscal é elevadíssima e os subsídios europeus não podem ser enterrados outra vez em despesa, lá se vai o défice ( que neste semestre já se foi) e o correspondente aumento da dívida.
É o caderno de encargos da esquerda para uma nova geringonça que o PCP não quer ( não está agendado) e que o BE, apesar do ruído, vai ter que engolir. O Presidente já veio dizer para não contarem com ele para crises políticas a juntar às crises sanitária e económica.
É claro, que Rio também já veio dizer que o orçamento é da responsabilidade da esquerda ( o PS nunca mais vai precisar da direita para governar, lembram-se?) não há que enganar, o orçamento não tem margem para tentações por muito ruído que se faça e por muito preenchida que esteja a agenda.
As ideias gerais dão para tudo o pior é quando se chega aos pormenores. É preciso fazer contas.
É justo que a geringonça governe em plena crise e em austeridade
A Comissão Europeia e os países da UE decidirão em conjunto a alocação das verbas europeias segundo as regras orçamentais europeias
Ursula von der Leyen diz estar confiante nesta proposta, porque, assentando no orçamento comunitário, “é um conceito completamente novo e um passo em frente”.
Ursula von der Leyen lembra ainda que os estados-membros não vão poder fazer o que lhes apetece às verbas atribuídas, tendo em conta que há uma ligação ao Semestre Europeu — em que os governos alinham políticas económicas e orçamentais com as regras europeias. Como os países têm de “apresentar planos de recuperação”, a presidente da Comissão diz estar confiante de que serão executadas as políticas comuns.
Mais: a alocação de dinheiro aos estados-membros, através desses planos de recuperação, “vão ser decididos em conjunto com um grupo de trabalho do Conselho Europeu”.
E como é que vai ser paga a dívida gerada? A presidente da Comissão adiantou que, entre as opções disponíveis para pagar os empréstimos, prefere “aumentar os recursos próprios” da UE. Estão em causa um novo imposto digital e novos impostos ambientais. “Creio que é do interesse comum na UE criar novos recursos próprios de uma forma que nos permita devolver o dinheiro de forma estável”.
Outra possibilidade passa por devolver o dinheiro através do orçamento comunitário ao longo das próximas quatro décadas, aproximadamente.
As mesmas de sempre que se sentam à mesa do Orçamento.
Vista que está a forma como o Estado onera as empresas socorrendo-se delas para exercer o seu papel “protector” analisemos agora como o Estado “conserta” o problema que inflige a todas as empresas com o nobre intuito de relançar a economia. Começa aqui a nova ficção que mais não é do que a reedição dos programas financeiros de apoio ao investimento e quejandos. Isto é dinheiro para alguns mascarado de critérios de selecção de sectores, tipologias, pareceres, diagnósticos, etc., com uma finalidade única: a de canalizar dinheiro para as empresas “certas”, normalmente aquelas que já deveriam ter desaparecido há muito tempo, se não estivessem na rota “certa” da ajuda do Estado, acompanhadas pelos peritos “certos” que por sua vez aceitam os incentivos “certos” para que o nobre propósito de desperdício de dinheiros públicos se mantenha no nível “certo”.
Dar público conhecimento do financiamento do Estado a associações, fundações, observatórios e mais mamões do dinheiro público não agrada a socialistas e comunistas. Vá lá saber-se porquê.
O CHEGA apresentou a proposta na Assembleia da República que foi aprovada. Uma medida de higiene orçamental que todos deviam apoiar. Mas não é bem assim.
"Fica sujeita a divulgação pública, com atualização trimestral, a lista de financiamentos por verbas do Orçamento do Estado a fundações e a associações, bem como a outras entidades de direito privado, incluindo a observatórios nacionais e estrangeiros que prossigam os seus fins em território nacional" .
Quem vive dependente do estado não deseja ser escrutinado pela sociedade que paga os impostos. Depois não compreendem porque cresce o partido da direita mais à direita.
Perderam as eleições e nalguns casos até recuaram notoriamente na votação mas não se envergonham de querer "definir as regras da legislatura".
Deveria exigir-se que cada uma das propostas de alteração fosse acompanhada de uma estimativa rigorosa do impacto orçamental. Não sendo o caso, consubstanciam, além de pretensiosismo, irresponsabilidade em doses difíceis de suportar por uma mente saudável.
Como já não é possível bombardear o Palácio de Inverno, o ataque faz-se pela via fiscal. Os neomarxistas sabem que a revolução nunca trouxe felicidade e desenvolvimento económico e que só por via reformista se consegue. Sucede que as reformas só existem num quadro democrático de plena liberdade, da iniciativa individual - sem depender do estado e, se necessário, contra o Estado. Sem iniciativa individual não há elevador social passaremos todos a ser nivelados por baixo até atingir uma sociedade em que todos estão dependentes do Estado.
Os partidos à esquerda do PS dedicam-se sem pudor a um infindável e despudorado rol de exigências de mais e mais despesas públicas, mais e mais impostos sobre tudo o que mexe. Uma vez conseguidas serão afixadas em todos os largos e ruas como conquistas suas - com o dinheiro de quem trabalha.
E, claro, para os neomarxistas só há duas maneiras de pagamento : ou mais défice ou mais impostos. Chamam a isto negociar o Orçamento na especialidade.
O PS apoia, a esquerda não apoia nem deixa de apoiar e a direita está contra. É poucochinho para o melhor Orçamento dos últimos cinco anos.
Que pantominas Costa vai ter que efectuar para querer governar sozinho ? Lembram-se do segundo governo de Sócrates? O que levou o país à bancarrota?
Sócrates ensaiou aquele número para Tuga ver de falar com todos os partidos antes de anunciar o que verdadeiramente queria. Governar sozinho. Fomos ao charco.
Agora não acontece porque Bruxelas não deixa e Costa também não o faria, honra lhe seja, mas vai ter mãos livres para decidir como melhor lhe convier .É que a degradação dos serviços públicos não pode continuar
A proposta de investimento está ao nível de 2019 que ficou muito longe de ser executado. As cativações vão novamente bloquear o investimento lançando um horizonte ainda mais negro nos próximos 10 anos ? Sem investimento não há criação de riqueza e no debate ainda não se ouviu falar uma só vez nos programas europeus 2020.
Quem escolhe a via das cativações orçamentais e das cativações na interpretação das crises renuncia interpretar a mudança da realidade efectiva das coisas, exerce o poder coberto por um manto diáfano de fantasia.
Depois quem faz as cativações continua a vender o orçamentado mas a realidade ( veja-se o SNS) conta-nos coisa bem diferente. Mas aparentemente têm todos razão. Só demasiado tarde se percebe o embuste.
O Orçamento que está proposto não é apoiado por ninguém. Só Centeno e Costa é que têm razão?É que tiveram razão ?
Qual é o argumento para não se lançar mão ao descalabro no Serviço Nacional de Saúde ? Porque este orçamento devia apontar ao crescimento da economia e não o faz.
A antiga ministra das Finanças acusou o Governo de reduzir o défice apenas através do aumento de impostos e deterioração dos serviços públicos, comparando-a a "uma operação sem anestesia", defendendo que o equilíbrio das contas públicas deve ser atingido pela via do crescimento económico.
"Sem crescimento económico, o equilíbrio das contas públicas será posto em causa no primeiro dia em que houver alguma crise e nem precisa de ser muito profunda, basta que aumentem as taxas de juro", avisou.
Não desceu rigorosamente nada, bem pelo contrário, cresceu, pese as afirmações de Centeno e Costa.
A degradação dos serviços públicos é uma realidade indesmentível por falta de sustentabilidade financeira e gestão credível .A dívida não desceu de forma significativa, o défice é conseguido à custa das cativações da despesa ( o que se reflecte na degradação dos serviços)a carga fiscal está em níveis insuportáveis e o PIB é poucochinho. Que fazer ?
Manter o país a marinar até que alguma circunstância externa mude e sirva de argumento para eleições antecipadas . Nessa altura Costa já terá um poiso na Europa e Centeno no Banco de Portugal. A discussão vai ser à volta do modelo de governação que nos mantém estagnados há pelo menos vinte anos.
Como é que o estado sai da vida das empresas e das famílias e como chegaremos aos 50% do PIB nas exportações. Como vamos conseguir crescer aos 3% do PIB por um período prolongado no tempo, são três medidas que deviam estar contempladas no Orçamento em discussão. E não deixar crescer a despesa pública toda ela rígida e já muito elevada. E como não cortar a despesa de investimento.
O Orçamento é pobrezinho, ninguém o quer, carochinha à janela à procura de marido.