E o Montijo avança . E a expansão do aeroporto da Portela avança. Investimento privado de cerca de 1, 4 mil milhões. O Estado não entra com dinheiro. As outras soluções não são solução.
A avaliação ambiental estratégica tem como objetivo compararem várias soluções e o entendimento do concedente [Estado] e o nosso é que as outras soluções não são soluções", argumenta.
Assim, "o caderno de encargos que nos foi comunicado é muito claro e não deve haver envolvimento financeiro do Estado e deve haver uma evolução razoável e mantendo a competitividade das taxas aeroportuárias. Com este caderno de encargos as outras soluções que poderiam ter sido consideradas não são soluções, não encaixam na equação económica", defende Thierry Ligonnière.
O aeroporto de Lisboa já perfaz as condições para que se avance com uma solução alternativa . O estudo ambiental viabiliza a solução Portela+Montijo . Lá para 2022 temos a solução operacional.
Conhecidas que são as filas de espera de duas horas que os passageiros enfrentam já hoje, como é que chegaremos a 2022 sem trágicos prejuízos para o turismo ?
Logo se vê como diz o outro . Mas não somos bons no desenrasca ?
Face ao potencial aumento de tráfego na Portela construir um novo aeroporto por 36 mil milhões de euros corresponde a perder 20 milhões de passageiros durante os anos da construção.
A hipótese Portela+Montijo é a única solução que permite, em tempo útil, corresponder ao potencial crescimento de tráfego na Portela. E atira a capacidade de movimentação para 2035 .
Aos 36 mil milhões do custo do novo aeroporto há que acrescentar o custo dos acessos . E sempre foi claro que a proximidade do aeroporto da Portela à cidade é uma mais valia. As companhias aéreas já andam a dizer que não querem sair da Portela, mesmo as low cost , embora quem viaje nas low cost não espere desembarcar no centro da cidade.
Com o tráfego no aeroporto de Lisboa a crescer (6%) o dobro da UE até 2020, a "Portela + Montijo" "deverá permitir acomodar o crescimento de tráfego previsto pelo menos até 2050, desde que assegurado o alargamento e optimização da gestão do espaço aéreo, assim como uma abordagem eficaz à transferência das companhias low cost para o Montijo", afirma o relatório.
É só uma questão de vontade política . A Base de Tancos "é quase chave na mão", tem lá tudo para funcionar como substituta da Base Aérea do Montijo . E com vantagens . Capacidade de crescimento, longe dos grandes aglomerados urbanos e nenhuma utilização civil.
"Não há infra-estruturas noutras bases para a aviação de transporte. A Ota não é opção por causa das aproximações no espaço aéreo à Portela, Sintra idem aspas... Tancos é quase chave na mão, apenas exige remodelações", reconheceu um oficial superior da Força Aérea.
Sendo Tancos uma área sem restrições de sobrevoo e a partir da qual não há aeronaves a operar, será ainda favorecido o treino das aproximações por instrumentos e das tripulações, que a Força Aérea prevê serem impossibilitadas com o uso da BA6 pela aviação comercial.
O Elefante Branco de Tancos já inactivo pode impedir a construção de um caríssimo Elefante Branco na OTA ou em Alcochete.
É bom não haver dinheiro para desperdiçar obriga a ligar a imaginação, recuperar infra-estruturas já existentes com vantagens . Parece que a guerra surda entre os interesses dos que querem mais obra pública milionária e o bom senso este prevaleceu.
O Elefante Branco da noite de Lisboa fechou . Quem diria que serviria de mote para uma decisão tão importante .
Para quem viaja em low cost aterrar a uma hora de distância do centro da cidade faz parte do preço barato. É por isso que a expansão do aeroporto de Lisboa teria que ser feita com a utilização de um dos aeroportos existentes na zona de Lisboa . E o mais acessível e com melhor condições - está operacional para os militares - é o do Montijo.
Há um canal que atravessa o rio Tejo que agora está assoreado e que com obras de pouca monta e em breve espaço de tempo ficará operacional e largará os viajantes no Terreiro do Paço. Onde há transportes públicos, incluindo o Metro que acede rapidamente a toda a cidade
Os novos proprietários da TAP também é assim que pensam, querem o Portela + Montijo e depressa.
Agora compare-se com o custo de um novo aeroporto e duma nova ponte sobre o Tejo.
A ANA também acredita que a melhor solução é o modelo Portela+1 no caso Portela+Montijo, este último para ser operado pelas law costs em paralelo. E é necessário aumentar a capacidade aeroportuário a curto prazo mas, essa decisão, está nas mãos do governo que, pela boca do ministro das infra-estruturas, já afirmou que será tomada até ao fim do ano.
Como não há dinheiro esta solução que é a melhor e a mais barata será a que vai ser implementada, afastando assim a hipótese de um novo aeroporto, caro, mais distante e desnecessário. Não esquecendo as obras faraónicas que, "já agora", avançariam, como a 3ª ponte sobre o Tejo.
A amarelo logo atrás da Portela a pista de Alverca
Nem sempre a falta de dinheiro é uma coisa má. Obriga a pensar, ser imaginativo. O aeroporto da Portela tem capacidade para operar durante mais 30 anos, isto apesar da realidade ter sido muito superior às previsões do número de passageiros.
O cenário Portela + Montijo tem pernas para andar, é incomensuravelmente mais barato, e deixa os passageiros a vinte minutos do centro da cidade. Incluindo os low cost. Se não é único em todo o mundo andará perto. E aí está como o argumento para construir mais uma obra faraónico, um novo aeroporto, se transformou numa ideia cheia de vantagens e barata. E agora já estão todos de acordo.
A surgir como foi pensada pelo anterior governo, a solução do Montijo poderá servir como aeroporto complementar para albergar companhias aéreas de baixo custo. Isto permitiria libertar o aeroporto principal tanto a nível de parqueamento de aeronaves como de movimentos diários.
O governo já tem reunião marcada com a ANA para avançar com o projecto.
Quem aterra na Portela está a 1,40 Euros ( o preço do bilhete do Metro) e a 10 minutos do centro da cidade. Uma mais valia inquestionável para o país e para a região de Lisboa.
E já estão todos de acordo. Governo, Força Aérea, câmaras de Lisboa e do Montijo e ANA.
“A nossa intenção é assinar o memorando com todas as partes envolvidas”, ou seja, os ministérios da Defesa e da economia, a Força Aérea Portuguesa (FAP), as câmaras de Lisboa e do Montijo e a ANA – Aeroportos de Portugal, disse aos jornalistas, em Beja, o secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Silva Monteiro.
“A partir daí, serão desenvolvidas as acções no acordo entre a ANA e a FAP para que a utilização da Base Área do Montijo possa também ser civil” e feitos “todos os investimentos necessários para termos Portela mais Montijo para durar 50 anos”.
Com um bocado de sorte não teremos "festa aérea" com os custos da "festa escolar". A ANA passou para as mãos de privados e o que o país não conseguiu resolver em dezenas de anos, resolveu a ANA em menos de dois anos. Aeroporto de Beja e Portela + Montijo.
A travessia do Tejo vai fazer-se por barco recuperando uma antiga rota fluvial que ligou o Montijo ao Terreiro do Paço em Lisboa. Está lá tudo. A Base Aérea nº6 da Força Aérea, os acessos ao Montijo e o canal fluvial que só precisa de ser dragado. E Lisboa passa a ser a única capital com os low costs a deixarem os passageiros no centro da cidade.
Claro que a Câmara do Montijo quer aproveitar para melhorar os acessos à cidade e à Ponte Vasco da Gama, coisa de pouca monta. As conversações têm corrido bem e tudo aponta para um final feliz. ANA, Câmara de Lisboa e Câmara do Montijo só veem vantagens onde há bem pouco tempo só se via mais um elefante branco construído à custa do dinheiro dos contribuintes.
"Já fomos contactados pela ANA para saber se éramos a favor a um aeroporto complementar a funcionar na base aérea nº 6 e dissemos que sim. Sabemos que estão a ser desenvolvidos alguns estudos no local para receber a infraestrutura, mas é preciso que seja tomada uma decisão".