Passos Coelho não deixou e Maria Luis não queria. Todos os outros queriam mas não eram desejados. A questão foi colocada ao contrário para que Carlos Moedas possa ser agora uma escolha de segunda. Depois da fuga de Durão Barroso e do que sucedeu à vida política Portuguesa só quem anda distraído é que se enganou. E quem não valoriza a determinação de Passos Coelho. São os mesmos que perante a guerra que se trava entre Seguro e Costa, em que não há, entre eles, qualquer diferença, fracturam o PS. "Golpe palaciano". "Traição". "Oposição frágil". "PS sem ideias e sem a confiança dos portugueses".
Mas saber reparar que o governo traçou um caminho é um pecado: é ser “passista”, anti-nacional, louvar a austeridade, dar importância à divida, detestar os pobres, ser indiferente ao desemprego, praticar o neo-liberalismo (o neo quê?), gostar “desta gente” em vez de adorar António Costa.
Maria Luis Albuqueque não pode dar corda aos partidos que têm como função " o quanto pior, melhor". Nem dar assunto ao PS que perdeu a bandeira das eleições antecipadas. Temos aí as férias e o orçamento para 2014 e a seguir as autárquicas. Escreva uma carta com a sua posição, clarinha, e dedique-se ao trabalho que Portugal bem precisa. Até porque a seguir temos aí a 8ª e 9ª avaliação da troika.
O PS está em frangalhos. Seguro, preso por um fio, vai ter que fazer de conta que faz oposição e ganhar as autárquicas por muitos. Sem isso, Costa avança! E 2ª f vai ter a discussão no parlamento da moção de confiança. Não lhe sobra tempo para andar atrás da própria cauda com o assunto dos swaps. Até porque os principais responsáveis estão ligados ao governo anterior. É isso que é preciso passar para a opinião pública : Como Passos já fez : Nós temos aqui também, durante mais de seis anos, contratos que foram realizados por empresas públicas, com certeza com o conhecimento das tutelas e dos governos de então, que não mereceram em devido tempo a reacção que era devida”, referiu.
Havia, inclusivamente, segundo Passos Coelho, “recomendações do Tribunal de Contas sobre esse tipo de contratos que foram realizados até em 2008 e a verdade é que foi preciso aparecer a troika em Portugal para que se fizesse o levantamento da informação necessária sobre a relevância desses contratos”.
Sem a troika cá dentro grandes problemas continuariam a jazer no esquecimento da desorçamentação!
Sempre me questionei porque razão os terroristas depois de armadilhar uma bomba avisam, telefonicamente, a polícia. Ou deixam sinais que podem levar à descoberta antes da explosão. A primeira ideia que me levou a uma possível explicação é que se tratava de uma espécie de repartição de culpas, um aliviar de consciência. Olha eu avisei a tempo, foi a incompetência deles ao não encontrar a bomba que matou aqueles inocentes.
Depois lembrei-me que podia também ser o refinamento da "filha-putice". Chamo os gajos, telefono para as televisões e, em vez de dezenas, morrem centenas de patos bravos que acorrem ao local com a mania da solidariedade.
Não digam que não avisei, se fossem espertos tinham logo percebido que a bomba estava naquele local e não noutro. Era vossa obrigação largar tudo para descobrirem o que faltava para chegarem à solução. Desatassem a dar pontapés em tudo o que é embrulho. Algum havia de rebentar. Quem vos levou a serem criteriosos ? Verificar caso a caso, cuidadosamente, para salvar vidas? Isso demora muito tempo .
E é assim que temos o ex-secretário de estado que assinou o despacho a abrir caminho aos swaps tóxicos em 2008 a acusar a ministra de pouca celeridade. E gente inteligente a embarcar numa alarvosidade destas.
É caso para dizer. Os políticos fizeram, fazem e vão continuar a fazer enquanto nós, os que pagamos, estivermos dispostos a tudo tolerar. Não se queixem!
O que vemos nesta campanha é o PS a queixar-se de a ministra não ter sido suficientemente célere para resolver os swaps criminosos feitos pelo governo de Sócrates. " Reiterando que a informação sobre os swaps não constava na pasta de transição que recebeu do anterior Governo, Maria Luís Albuquerque rejeitou ter desvalorizado o problema, defendendo que só foram tomadas medidas em 2013, porque antes tinha que “ser conhecido no seu conjunto”.
“Tínhamos conhecimento de 146 ou 147 operações e acabaram por ser analisadas mais de 250, porque foi preciso ir à procura do histórico”, exemplificou.
“Com certeza que não andei a empurrar com a barriga”, garantiu a ministra, adiantando que o Governo começou a tratar do problema “ainda em 2011”, mas que só em Janeiro deste ano teve acesso ao relatório do IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, que permitiu “tomar decisões”.
Em entrevista à SIC, Maria Luís Albuquerque realçou a recomendação do IGCP para “evitar decisões casuísticas antes de conhecer o todo, que poderia impedir encontrar a melhor solução”.
Como se pode ver neste vídeo os swaps foram todos constituídos antes de 2011 - entrada em funções deste governo - e os swaps tóxicos foram efectuados entre 2008 e 2011. Maria Luís Albuquerque, enquanto directora financeira da Refer concretizou operações de Swap que são todas positivas para o estado.
Fica a questão da informação. Na verdade, o que a actual ministra das finanças reafirma, é que não foi constituído pelo governo anterior qualquer dossier suficientemente completo para servir de base à tomada de decisão. Maria Luis Albuquerque foi informada no primeiro dia de vida do governo da existência das operações. Mas não foi informada da amplitude e da natureza das operações de swap. Só após constituição do dossier completo, preparado com apoio especializado externo, é que foi possível fazer uma apreciação global sobre as operações no seu todo.
Saber da existência não é o mesmo que conhecer . Coisas verdadeiramente relevantes no caso SWAP: isto são os socráticos a acusar o actual Governo de ter demorado a resolver as trapalhadas que arranjaram, não é?
Na audição da secretária de estado na Assembleia da República, sobre os swaps da Refer no tempo em que foi directora financeira da empresa, foi confirmado que a posição, depois de considerados todos os custos é, até à data, lucrativa para o estado.
Não foram, pois, contratados swaps tóxicos ou de risco elevado.