Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BandaLarga

as autoestradas da informação

BandaLarga

as autoestradas da informação

António Costa já apresentou a sua nova versão dos factos

Há cinco (5) hipóteses segundo o governo que explicam a tragédia dos incêndios :

Estas são as quatro primeiras versões (há uma quinta, já lá vamos). Recapitule-se: (1) a de o SIRESP ter funcionado com toda a normalidade; (2) a das falhas do SIRESP terem sido de “menor relevância”; (3) a de que o SIRESP falhou excepcionalmente num momento de emergência; (4) a de que há um problema efectivo no SIRESP. Ora, apesar de contraditórias, estas versões têm em comum um único foco de responsabilidade: o SIRESP, a sua gestão e a sua articulação com o Estado. Primeiro, para o ilibar. Depois, para o comprometer cada vez mais.

Agosto, surja a quinta versão dos factos, desta vez pela boca do primeiro-ministro, para que fique definitiva: o SIRESP “colapsou” mesmo e a responsabilidade afinal é da PT. Vendo para além dos relatórios e dispensando as conclusões da comissão de peritos que o parlamento convocou, António Costa já apresentou a sua (nova) versão dos factos. Uma versão particularmente conveniente, diga-se. Por um lado, iliba o governo e anula as suas co-responsabilidades. Por outro lado, faz de bode expiatório uma empresa (Altice, detentora da PT) à qual declarou guerra e contra a qual tem direccionado as suas críticas – e, já agora, ameaça-a com a mudança do SIRESP para outra operadora. Situação win-win

Não, não estava nem está tudo esclarecido

Percebe-se a pressa do primeiro ministro em fechar o processo dos incêndios em Pedrogão. Contrariamente ao que Costa diz, o processo não está esclarecido. Á medida que conhecemos mais informações percebemos a dimensão das falhas e da descoordenação.

"Nem sempre foi possível garantir a defesa perimétrica das povoações, as intervenções de socorro e as evacuações desejadas" durante o incêndio de Junho de Pedrógão Grande, reconheceu esta quarta-feira, 9 de Agosto, a ministra da Administração Interna. Por outro lado, acrescentou, "as condições do incêndio inviabilizavam os acessos a algumas localidade e algumas situações de emergência chegaram, por dificuldades de comunicação, tardiamente ao conhecimento ao Posto de Comando e Controlo".

Não fosse o imenso clamor da sociedade civil, o governo teria dado por terminada uma tragédia onde morreram 66 pessoas . Com Costa é sempre assim, varrer para debaixo do tapete como se ele próprio não tivesse largas culpas .

E como se tinha já percebido a informação foi centralizada para ser filtrada. Mas quem se indigna com estas jogadas pouco escrupulosas é que é o mau da fita.