Dizem eles que os amigos e familiares têm o mesmo direito de todos os outros em aceder a um empregozinho no Estado. Acontece é que todos os outros não têm a família à mesa . Mas Carlos César, o grande timoneiro da ética acha, que estando a mesa cheia pelos seus familiares então é porque estão lá todos.
Este homem que depois de 30 anos à frente do governo regional dos Açores deixou as ilhas como a parte mais pobre do país, habituado ao quero posso e mando assentou o seu modus operandi por cá, terminando com o resto da decência.
O problema é que os meios começam a revelar-se cada vez mais degradantes aos olhos da opinião pública.
É o caso dos empregos para os amigos e familiares. O caso que tem estado na actualidade neste momento é dos empregos da família de Carlos César. Claro que os familiares de políticos não estão impedidos de aceder a cargos de nomeação política quando têm qualificações. O problema, neste caso, é o número de familiares envolvidos. E o facto de boa parte dos portugueses, com ligações à administração pública, saber que está generalizada esta prática de empregos para os amigos, familiares e militantes partidários.
Sempre foi assim com o PS. Até PCP e BE se mostram incomodados.
A última vez que embandeiramos em arco tivemos uma estagnação de dez anos.
É bom ter presente que a criação de emprego em sectores pouco produtivos (como restauração e construção), embora imperiosa face ao drama de desemprego, revela o grande peso que sectores pouco produtivos mantêm na economia nacional; este é um sinal que nos lembra das dificuldades estruturais da economia nacional que só pode ser combatido estruturalmente com investimento e reformas que, se estão no programa de governo, ainda não convenceram; e, finalmente, mesmo com boas políticas, Portugal por si só não conseguirá contrariar a maré de uma Zona Euro que se recuse a crescer e a gerar emprego através de mais investimento, consumo interno e reequilíbrio entre Norte e Sul.
É fundamental não desviar o olhar destas dinâmicas. É que no meio da euforia dos últimos dias sobressai que é preciso recuar até ao princípio do século para encontrar níveis de confiança tão altos como actuais. Mas há outra forma de olhar para a questão, bem menos tranquilizadora: é que a última vez que os portugueses estiveram tão confiantes, seguiu-se uma quase estagnação de década e meia.
No PIB, no emprego, no investimento, Portugal continua abaixo de 2008 . Apesar do petróleo barato, do Euro depreciado, do crescimento dos nossos principais mercados de destino ( a Espanha cresce 3,4% há 18 meses consecutivos ) . Com os actuais números da economia nem sequer estamos a convergir com a Zona Euro, precisamos de crescer acima de 3% . E, pior, as previsões é que o crescimento vai perder fulgor nos trimestres seguintes.
Mesmo destacando o crescimento homólogo de 2,8% como "o mais alto desde 2007", a instituição Informação de Mercados Financeiros (IMF) faz questão de lembrar que o PIB luso "ainda não recuperou os níveis anteriores à crise de 2008".
A IMF dá, em simultâneo, razão a quem defende que o mais forte crescimento é obra das reformas do anterior Governo, tal como fez o PSD ainda esta manhã, e quem argumenta que são as políticas seguidas pelo actual Executivo a animar a economia.
"Estes são números bastante positivos porque confirmam o crescimento contínuo da economia portuguesa desde meados de 2013 (considerando variações homólogas) e também confirmam uma aceleração do ritmo de crescimento, o que é uma novidade", referem os analistas da IMF que falam em "bonança perfeita" para fazer referência ao conjunto de circunstâncias (como o euro em baixa ou o petróleo ainda barato) que ajudaram a potenciar o crescimento do primeiro trimestre.
Um longo período em que a economia recupera bem como o emprego, mostrando-se robusta e sustentável.
Na Alemanha nem por isso( embora a crescer) mas a França está de vento em popa. Isto é óptimo para Portugal pois aqueles países juntamente com a Espanha ( que também cresce) são os nossos maiores clientes. As exportações têm boas expectativas.
De acordo com a Markit, a criação de emprego na região alcançou um máximo de quase 10 anos, sinalizando que a recuperação da economia europeia está a ganhar força e é sustentável.
"A Zona Euro registou um forte arranque de segundo trimestre. O indicador PMI está em linha com um crescimento do PIB de 0,7%, acima dos 0,6% do primeiro trimestre. Um crescimento desta dimensão, se for sustentável, vai resultar numa revisão em alta das estimativas dos economistas para o PIB de 2017", Chris Williamson, Chief Business Economist da IHS Markit.
O problema principal é o dinamismo nos países do sul . E a produtividade. São bons a proteger os empregos e as pessoas mas não a mudar. Há países que mudam muito rapidamente e ganham vantagem, adaptando-se à mudança.
Como resolver isso? Com segurança flexível, a proteger as pessoas, não os empregos, garantindo que as pessoas estão preparadas para um novo caminho, estão treinadas para encontrar outro emprego .
No norte da Europa fazem isso muito bem, a Dinamarca em particular. No sul temos que trabalhar mais nisso.
Como é bom de ver não podemos proteger empregos que se deixaram ultrapassar pela inovação e pelo desenvolvimento tecnológico, sob pena de mais cedo que tarde falirem por não puderem competir com emprego actualizado e mais rentável.
A manter esta protecção no emprego teremos cada vez mais jovens bem preparados que não entram no mundo laboral ou, então, emigram à procura de emprego que exija as suas competências técnicas.
A flexisegurança, que permite que as empresas actualizem rapidamente as competências da sua força de trabalho e, ao mesmo tempo, assegura a protecção dos trabalhadores é um caminho sem retorno .
Já não há empregos para toda a vida . E o trabalhador só é preciso quando e se houver trabalho . Não havendo trabalho pode ficar em casa ou ir de férias. O que não pode ser é a empresa estar cheia de encomendas para entrega dentro dos prazos e grande parte dos trabalhadores estar de férias. Foi assim que nasceu o banco de horas que algumas empresas líderes em Portugal já implantaram em negociação com os trabalhadores.
Para criar emprego, pagar a dívida, baixar juros e manter o estado social o PIB tem que crescer 3% ao ano para compensar os últimos medíocres 16 anos . Crescer, como estamos a crescer, 1,6%, só agrada a quem nos quer enganar. Deixem-se de festejar enquanto o país continua a caminhar em direcção ao abismo. Não se esqueçam do que aconteceu na era Sócrates em que todos os dias o país averbava uma vitória. Viu-se depois que a direcção era a bancarrota.
Só assim Portugal conseguirá diminuir a taxa de desemprego, aumentar os salários reais e, por consequência, o nível de vida dos portugueses. Mas esta será também a solução mais adequada para que o país possa preservar o Estado Social e, em simultâneo, dar sustentabilidade à dívida externa e à dívida pública. Essencial será também, desta forma, o reforço de todo o sistema financeiro.
Com o ritmo de crescimento que se prevê para este ano até 2019 Portugal está a aproximar-se de 2008. Não mintam, não escondam, não confundam e principalmente, não queiram enganar-se a vós próprios.
Estamos muito longe de uma situação de convergência com os países da Zona Euro e da União Europeia . Poucochinho para deitar foguetes.
Acumulam-se os dados económicos que indicam uma forte recuperação da economia no 4º trimestre na Zona Euro . Parece sustentável e a deixar definitivamente para trás a crise que dura há pelo menos oito anos.
Na Europa criaram-se um milhão de empregos . "Não admira que a confiança dos consumidores esteja a aumentar, já que quase um milhão de pessoas saiu do desemprego na Zona Euro no último ano", comentou à Bloomberg Bert Colijn, economista do ING Bank. "Com as empresas a indicarem que as contratações deverão permanecer fortes nos próximos meses, parece que a criação de postos de trabalho vai continuar a favorecer a recuperação do crescimento económico".
São 232 milhões os europeus que têm emprego . Nunca tantos tiveram emprego apesar de vivermos uma crise desde 2008 . Ainda há países com um nível de desemprego alto, como é o caso de Portugal ( à volta dos 10,8%) e da Espanha ( está a baixar progressivamente da casa dos 20% que manteve durante muito tempo) : Há ainda desemprego alto nos países a leste que estiveram na órbita soviética . No centro e norte da Europa há o chamado desemprego estrutural - à volta dos 4/5% . Não é por falta de trabalho .
Num momento em que a economia muda com a introdução de novas tecnologias e nova procura, é natural que exista ainda um desfasamento entre as capacidades de quem procura trabalho e as necessidades das empresas mas, mesmo com esse potente constrangimento , que só o tempo corrige, a Europa lidera o mundo .
A diferença para os 400 milhões vive do estado social, também ele único no mundo, garantindo uma qualidade de vida nunca antes sentida pela população idosa.
Ontem soubemos que as exportações se portaram mal. Hoje sabemos que o desemprego cresce e a criação de emprego é a mais baixa desde o inicio de 2015. As taxas de juro a 10 anos conseguidas hoje são as mais altas ( praticamente o dobro das conseguidas com o anterior governo ). Mas o BE quer a reestruturação da dívida e o PCP quer sair da zona euro e criar uma nova moeda. E o Ministério da Educação foi entregue aos sindicatos .
O que é mais engraçado é que apesar da óbvia degradação da situação económica e social a comunicação social diz que a geringonça anda. Não diz é se anda para a frente. E se os pneus estão vazios.
No que diz respeito ao emprego, este primeiro trimestre também não traz boas notícias, com o número de pessoas com trabalho a cair 48,2 mil pessoas, uma diminuição de 1,1%. O INE nota que é normal registar-se uma diminuição do emprego no arranque do ano, mas que esta foi superior às variações observadas em igual período de 2014 e 2015, embora tenha sido inferior à de 2013 e igual à de 2012.
Quer dizer a geringonça já conseguiu chegar a 2012. Anda ?
A OCDE diz que Portugal precisa de uma segunda vaga de reformas estruturais tendo em vista o investimento e as exportações. Uma treta segundo o BE.
O que é preciso é aumentar os salários a quem já tem salário e aumentar a procura interna que, isso sim, criará muitos postos de trabalho. Quanto ao aumento das exportações é uma treta ainda maior. O BE deve ter razão e todos os outros estarem enganados.
Claro que o facto do desemprego estar a aumentar não tem significado nenhum trata-se de uma treta.
“Os níveis de investimento são muito baixos. Portugal precisa definitivamente de investimento, em particular, para reforçar o setor exportador e, assim, melhorar o desempenho das exportações”. É claro que isto é mais uma treta.
“Há problemas que ainda precisam de ser resolvidos e alguns foram identificados por organizações internacionais. Acho que agora seria um bom momento para pensar numa segunda onda de reformas estruturais, para trazer o crescimento e a recuperação para um caminho mais sustentado”. Outra treta segundo Catarina.