Centeno confirma que no essencial a sua política foi a continuação da política de estabilização financeira do Estado iniciada pelo governo anterior . Isto é, não houve nenhum virar de página da austeridade.
O ministro diz que o governo em que é figura-chave fez, de facto, “mudanças”, mas “não foram grandes mudanças” em relação à trajetória que estava a ser seguida pela governação anterior .
Mas o jornal assinala, baseando-se na conversa que teve com Mário Centeno, a importância que teve a queda dos juros pagos na dívida pública. Os programas de estímulo do BCE baixaram as taxas de juro absolutas de todos os países europeus e Portugal, algo que foi decisivo para a redução mais rápida do que o previsto no défice, reconheceu o ministro das Finanças.
Tudo o que sempre foi óbvio e que muitos não quiseram ver .
Esta fica-lhe francamente mal eu que até lhe reconheço uma enorme capacidade de controlar o orçamento no fio da navalha. Mas atrasar a atribuição das pensões aos que entram na reforma em 500 milhões não lembra o diabo ( será Costa?).
E, assim, o nosso mago das finanças baixou o défice para 0,5% à custa da pobreza de gente que não tem outro rendimento. Está mal. É feio ! E depois das cativações, da degradação do SNS, da maior carga de impostos não há como classificar esta batota.
"Já pensaram, aqueles que falam tanto de devolver rendimentos às famílias, no que representam esses atrasos para pessoas e agregados familiares que, muitas vezes, ficam sem qualquer outro sustento? ", questiona a Comissão Executiva da Aliança."
Este governo é chefiado por um político para quem os fins justificam os meios.
É claro que não ter dinheiro ajuda muito. Não havendo dinheiro não há palhaço e Centeno diz o que Costa não pode dizer. Mas o Primeiro Ministro também sabe de que lado está a opinião pública.
Só o PC e o BE e aquela ala esquerda do PS é que não se importariam de estragar todo o trabalho orçamental realizado e aumentar a despesa pública . Mas como não há dinheiro, o défice não pode aumentar, a dívida não pode crescer, a carga dos impostos não pode ser maior e a economia já está em trajectória descendente, resta a coragem de dizer "não" aos sindicatos.
Ministro das Finanças recusa, em declarações ao Expresso, gastar mais com enfermeiros e professores. Como António Costa vai gerir o ano eleitoral sem mais dinheiro. Empresários pedem estabilidade política. Marcelo pressionou primeiro-ministro a negociar
Para Mário Centeno não poderia ser de outra forma uma vez que em Junho há a cimeira do euro onde "é preciso tomar decisões". Esta quinta-feira o Eurogrupo vai continuar a discutir a reforma da Zona Euro, focando-se nas alterações necessárias para tornar o Mecanismo Europeu de Estabilidade "mais eficaz na gestão de crises". Vários responsáveis europeus têm dito que é preciso aproveitar a actual expansão económica para reformar a Zona Euro, preparando-a para novas crises.
Foi mais cedo do que tarde apesar da extrema esquerda não gostar, mas se quisermo-nos manter como um país viável que não afunda em nova crise já na primeira próxima dificuldade, não pode ser de outra maneira. É o que diz o PS e o governo.
O Governo "está obcecado em garantir a estabilidade da trajetória financeira e orçamental portuguesa".
Este governo tem esta virtude . As suas políticas são a continuação das políticas do governo anterior e seguem a par e passo as directivas de Bruxelas.
Bem podem, PCP e BE, rasgar as vestes mas o que Centeno nos disse e a forma como nos disse não deixa dúvidas. Contas públicas equilibradas. Diminuir o défice e a dívida.
E a degradação da qualidade dos serviços públicos diz o resto. O país não produz o suficiente . Andamos durante décadas a viver acima das nossas possibilidades
É tudo poucochinho . Em 27 países temos 19 a crescer mais do que nós.
Não há uma visão de futuro, não há uma única reforma . Quando o presente ciclo de crescimento da economia cessar o país estará no mesmo lugar medíocre.
De novo, o tema das exportações, que o economista considera como a “maior reforma que se fez em Portugal“. ( pelas empresas privadas tão mal tratadas pelo governo)
“O fator de arrasto é a economia europeia mas a rede são as exportações. Se eu não tiver exportações de pouco vale…”, adianta.
Mas logo a seguir volta a falar em mediocridade. “Portugal está muito melhor, temos hoje mais exportações, mas de novo é medíocre”. E dá os exemplos da Áustria, Hungria, República Checa. “Tudo a exportar mais do que nós, mas estamos muito contentes com os nossos 40%”.
Há quem não vá na narrativa de António Costa, a das sucessivas vitórias históricas.
O ministro das Finanças avisa que não haverá mais despesa, confirmando assim que a redução do défice e consequentemente a redução da dívida vão continuar a ser os objectivos prioritários.
É um aviso para os partidos à esquerda que querem aumentos de salários na Função Pública e, ao mesmo tempo, progressões na carreira. É incomportável financeiramente .
Mário Centeno também não deixa dúvidas quanto aos factores que permitiram o controlo das contas públicas. Dos 1 000 milhões reduzidos, 800 milhões devem-se à redução dos juros da dívida ( mérito do Programa de Compra de dívida pelo BCE) e do crescimento da economia ( mérito do ambiente favorável da Zona Euro) um e outro factores não controláveis pelo governo .
Mário Centeno enaltece, num artigo de opinião publicado no Público, os feitos conseguidos nas contas públicas portuguesas, salientando que o "défice ficou 1.000 milhões de euros abaixo do previsto há um ano no Programa de Estabilidade", realçando que "metade deste resultado deveu-se à menor despesa em juros, a outra metade foi possibilitada pelo crescimento económico."
O ministro das Finanças sublinha que "temos que nos preparar para o futuro. Não podemos perder mais uma oportunidade" .