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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Escrever uma carta a vermelho é um sinal ?

Há quem diga que sim, não é por falta de uma caneta a azul ou a preto. E a letra, segundo um especialista, mostra um enorme desespero. Chamar cobardes aos políticos é um sinal ou é uma ameaça ? "Ai, se ele fala" dizia alguém em relação a Ricardo Salgado.

Há um rodopio de socialistas à porta da prisão de Évora. Vão lá para dar um abraço ao preso ou para lhe darem garantias de solidariedade e que o partido não o deixa só ?

Há quem diga que é um beija mão. Não me parece. Beijar a mão a cadáveres  políticos só aconteceu num longínquo ano com Inês de Castro. E por paixão de um rei louco. 

As cartas vão continuar a serem enviadas para os jornais, com o intuito de manter o caso na esfera política.Travá-las é um objectivo fundamental para António Costa. Se ninguém conseguir travá-las irá lá o próprio António Costa. Nas férias de Natal. Muita gente em viagem, as famílias à volta da lareira, o rei é o menino, a visita é o menos visível possível.  Mas é a última coisa que Costa precisa.

Já hoje Costa reconhecia que o anterior governo cometeu erros. E isto perante o povo socialista. Iniciou o afastamento político do governo que deixou o país à beira da bancarrota e que assinou o memorando da ajuda externa. Mas foi dizendo que fez muitas coisas boas. Pois...

E o sinal, esse sem espinhas, é que as sondagens depois do pico nas primárias ( longe da maioria) descem todos os meses.

É preciso limitar a liberdade de expressão que , ironicamente, Sócrates tentou fazer a tanta gente. Quando é que aprendem que a democracia se pautua por regras que são iguais para todos?

As cartas Alentejanas - José Manuel Barroso

AS CARTAS ALENTEJANAS...
... da freira Sôror Mariana Alcoforado ficaram célebres pela sua narrativa apaixonada. Foram mesmo, se me não engano, publicadas em Paris, de França, sob o título de «Lettres Portugaises». O Alentejo potencia as visões apaixonadas, como se tem provado com o nosso monge José, o último preso político da democracia. As «Cartas de Caxias 'sur Évora'» são ricas em delírio narrativo, como se prova pela última, hoje publicada pelo DN. O delírio mitómano não é de agora, vem de longe. Teve a sua expressão anterior na entrevista dada à militante socrática Clarinha Ferreira Alves, no Expresso, uns meses atrás, cuja leitura requer conhecimentos de psicanálise. Também nela, o nosso José culpa as duas metades deste mundo e da Lua pelo azares do final da sua fantástica governação - nomeadamente aqueles a quem devia algum apoio e conselho útil: a sra Merkel, o ministro Schlaübe, o presidente da CE Barroso e o seu (dele, José) ministro Teixeira Santos, todos transformados em «inimigos», para justificar o falhanço do seu PEC IV, o grande mito.
Nesta carta de hoje (quem seria o pombo correio?), transforma advogados, magistrados e tribunais, políticos, democracia e cidadãos em culpados da sua situação. Na seu delírio, o nosso José quase pede aos portugueses que se levantem em armas contra a «injustiça» do que lhe aconteceu, apenas porque o queriam calar e amarfanhar. ele «um homem exemplar»! Calá-lo é difícil, como se vê e lê. Ainda bem, a democracia funciona. 'malgré lui'. Ele, que, durante 5 anos, criou, deteve e tentou deter, por todos os meios, o maior poder que um PM na democracia portuguesa já teve: maioria absoluta parlamentar, governo, topo da Justiça, banca (com golpe sobre o BCP e nacionalização do BPN, no qual colocou um dos seus), OCS estatais e tentativa de golpe sobre a TVI e o CM (que as escutas apagadas revelariam?), numa inspiração chavista adaptada a Portugal. Algo que vai requerer decerto análises especializadas outras, que não apenas as dos polítólogos e dos historiadores. Como escreveu alguém: «do que nos safámos»! Espero que ele não se safe de um julgamento justo.

 
 

Carta da prisão - queixas de um "animal encurralado"

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 São queixas de um animal encurralado não se detecta ferocidade nenhuma. Chama a atenção para a desonestidade de quem o prendeu. "Eu sou mas vocês são piores" é o grito que se esconde nestas palavras :

"O sistema vive da cobardia dos políticos, da cumplicidade de alguns jornalistas, do cinismo dos professores de Direito e do desprezo que as pessoas decentes têm por tudo isto"

O ex-primeiro-ministro escreve, a partir da cadeia, sobre a prisão preventiva e o segredo de justiça. E não poupa críticas a ninguém.

"Prende-se principalmente para despersonalizar. Não, já não és um cidadão face às instituições, és um "recluso" que enfrenta as "autoridades": a tua palavra já não vale o mesmo que a nossa. Mais do que tudo - prende-se para calar", lê-se na carta de Sócrates.

 

A carta que nós sabemos que tu sabes que enviaste

O PS insistia em saber o teor da carta enviada ao FMI pelo governo. Teve hoje a resposta. Mas logo veio o BE pela boca do seu líder parlamentar  insinuar que não é esta a carta, esta conhecida hoje já está desactualizada, querem é saber da última carta que "nós sabemos que o governo sabe que enviou". Maria Luís Albuquerque reafirmou que o governo não pode apresentar as alternativas antes de conhecer toda a dimensão dos efeitos orçamentais das decisões do Tribunal Constitucional. Esta limitação representaria uma incompatibilidade com o calendário do programa português.

O que está em causa são questões substanciais que obrigariam a reabrir o programa. O governo preferiu não fazê-lo em nome da "credibilidade internacional reconquistada nos últimos três anos", aproveitando a capacidade de financiamento em mercado e a reserva substancial criada com a almofada financeira. O que é bom para Portugal não é bom para a oposição.  

Uma carta de uma professora

(...) Apesar de todas as razões de queixa, pessoais e profissionais, que tenho contra quem nos governa - estes, os anteriores, os penúltimos NÃO fiz greve às avaliações e amanhã NÃO vou fazer greve ao exame. Entendo, pura e simplesmente que há limites. Também os deveria haver para os governantes, mas, neste caso, o facto de estes os estarem a ultrapassar não legitima aquilo que considero ser uma ruptura por parte do educador e num momento crítico, da relação de confiança construída com o educando para que possa haver aprendizagem. Ou, mais simplesmente, é contra os meus mais elementares princípios éticos tirar o tapete no momento da verdade a quem depende de nós e a quem fizemos suar as estopinhas durante três anos de muitíssimo trabalho (...)

PS : Revista Expresso - Clara Ferreira Alves

A social-democracia de Sá - Carneiro

"Carta aberta de José Pacheco Pereira" enviada a Mário Soares : (...) O que está a acontecer em Portugal é a conjugação da herança de uma governação desleixada e aventureira, arrogante e despesista, que nos conduziu às portas da bancarrota, com a exploração dos efeitos dessa política para implementar um programa de engenharia cultural, social e política, que faz dos portugueses ratos de laboratório de meia dúzia de ideias feitas que passam por ser ideologia.

(...) Não. Os parentes caem na lama é por outras coisas, é por outras companhias, é por outras cumplicidades, é por se renegar o sentido programático, constitutivo de um partido que tem a dignidade humana, o valor do trabalho e a justiça social inscritos na sua génese, a partir de fontes como a doutrina social da Igreja, a tradição reformista da social-democracia europeia e o liberalismo político de homens como Herculano e Garrett. Os que o esquecem, esses é que são as más companhias que arrastam os parentes para a lama da vergonha e da injustiça.

O remetente é Poiares Maduro ?

Uma carta com um óbvio remetente já que o endereçado não podia ser outro. Uma visão da situação bem diferente da acanhada visão de Gaspar que insiste em manter a dose.

Compreende-se a esta luz que o ministro seja este e não outro. Um homem profundo conhecedor dos meandros da União Europeia e que tem canais directos em Bruxelas como os tem Gaspar. Este equilíbrio vai permitir que o discurso do crescimento tome caminho e apoiantes, no concreto, em cima das mesas onde se tomam decisões e, não, no discurso vago e teórico de quem clama por economia mas não tem nenhuma forma de concretização.

Os dinheiros do QREN são hoje o único canal de investimento que pode fazer a diferença . Que o dinheiro distribuído deixe de alimentar velhas e gulosas corporações e passe a exigir responsabilidade e resultados. Também por isso o PS deve estar à altura da sua condição de partido de governo e da sua responsabilidade na situação em que se encontra o país.