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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Avante, António Costa

Jerónimo de Sousa : Num comunicado enviado às redações, o Partido Comunista deixa claro que propõe, “no imediato“, a “valorização dos salários, pensões e reformas, com devolução do que foi roubado“, o “aumento do Salário Mínimo Nacional para 600 euros em 2016“, a “defesa da contratação coletiva e reposição dos direitos individuais e coletivos retirados nas sucessivas revisões do código de trabalho”, o “financiamento da Segurança Social”, a “reposição da proteção e dos apoios sociais perdidos em 2010” e, entre outras coisas, a “reversão das privatizações, designadamente nos transportes“.

Quem é que está entalado ?

Não há acordo. Há acordo mas são dois acordos. E agora Passos Coelho vem dizer que aceita chefiar um governo de gestão até que se chegue a uma situação credível e sólida, leia-se eleições antecipadas. Quem é que está entalado ?

Catarina Martins segue o sonho de fazer parte do arco da governação, que é uma inspiração syrizianasyriziana. Jerónimo terá lá as suas razões para fazer parte disso, talvez porque, no caso de entendimento PS-BEBE, seria muito difícil viabilizar um governo da coligação Portugal à Frente. Nem com a mão a tapar os olhos, como foram aconselhados a fazer noutros tempos. Portanto, está entalado. E, em relação a António Costa, o que diria é que às vezes somos tão inteligentes que somos capazes de nos enganar a nós próprios. Gostava que ele pensasse nisso.

E quanto a Passos Coelho o que é que o fez mudar de opinião quanto a ser frito em lume brando num governo de gestão ? Cavaco não deve hesitar : Sendo péssimo, o governo de gestão tem esta inestimável vantagem: garante eleições daqui a cinco meses. Se o acordo da esquerda for apenas um logro e uma palhaçada para português ver, António Costa não pode ser primeiro-ministro.

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Ó Catarina, afinal não foi perda de tempo

Cumprir com a Constituição e com as regras da Democracia nunca é perda de tempo. O BE é que , como partido não democrático ainda não sabe. A Catarina, deslumbrada, anda excitadíssima, todos os dias arranja uma notícia, um novo principio que passa a valer sobre todos os outros. Quem não vai na cantiga é o tio Jerónimo que começou por dizer que não era preciso documento nenhum, depois que não percebia a tal questão do deficit e que o acordo para o PCP era para validar caso a caso.

Para o PS vir a público queixar-se que não há acordo nenhum quer dizer que lá no sossego das reuniões a barafunda é muita e grave. Quem é o primeiro a recuar ? 

"Não votaremos nem apresentaremos nenhuma moção de rejeição se não tivermos em simultâneo a garantia que temos uma alternativa acordada e consolidada com os restantes partidos políticos".

Já no dia 28 de outubro, Carlos César garantira que o PS "só inviabiliza a constituição de um Governo que seja liderado pela coligação PaF (Portugal à Frente) existindo uma alternativa sólida e consolidada de Governo". E acrescentou: "O PS não deixa o país sem Governo".

O PCP volta a dizer que palavra de comunista é para cumprir, mas acordo escrito e detalhado é que não há.

A Henrique Neto não basta a palavra de Jerónimo

Entendamo-nos, a alternativa que está a ser preparada por PS/BE/PC tem que compensar em credibilidade a alguma legitimidade que lhe falta. E isso obriga a um acordo meritório que esteja para além das ambições pessoais e dos interesses conjunturais .

O acordo terá que conter um compromisso formal de entendimento para quatro anos, sendo naturalmente inaceitável um acordo de menor duração, ou restrito nos seus objetivos", defende Henrique Neto, numa carta enviada ao Presidente da República na sexta-feira e que foi hoje divulgada.

O objetivo mínimo será um acordo escrito", preconiza Henrique Neto, considerando que "as circunstâncias excecionais em que um tal governo é constituído exige esse entendimento tão minucioso quanto possível" e que especifique as matérias da governação e não incida apenas sobre pontos que interessam conjunturalmente às partes.

Além disso, acrescenta o candidato presidencial, o acordo deve referir que os parceiros se comprometem a não pôr em causa os compromissos internacionais de Portugal.

Esta é a forma do actual presidente da república retomar a iniciativa politica a curto prazo já que, a plena legitimidade, só será reposta com eleições antecipadas colocando frente a frente as coligações de esquerda e de direita.

Sem subterfúgios e com transparência .

Dois acordos em vez de um

O PCP não vai assinar acordo nenhum com o BE . Assim vamos ter um acordo PS/PCP e um acordo PS/BE. A tontice da Catarina não é coisa que agrade ao PC . Diz ela que já há acordo para descongelar as pensões . Este é um bom exemplo de como o BE está preparado para discutir assuntos que o PC vai deixar para as manifestações de rua da CGTP.

O acordo que o PCP gostava de fazer com o PS era um acordo de palavra. Nós apoiamos caso a caso . Tudo o que seja bom para os trabalhadores nós apoiamos e ponto. Estar e não estar com o PS que, segundo o PCP, é de direita e no essencial vai continuar a governar à direita.

Para o PC este acordo mínimo tem um único objectivo. Impedir a governação de Passos Coelho. Depois começa o problema. Sem ilusões como Jerónimo não se cansa de dizer . Já para o BE da saltitante Catarina, este acordo representa o reconhecimento do partido. Que no essencial não tem representação nenhuma na sociedade ou ao nível autárquico, há pois que fazer render o máximo a representação parlamentar. Para que se saiba que não é irrelevante.

O PCP tem outra história e outro currículo não precisa de reconhecimento mas não pode ficar com o ónus de ter impedido o governo às esquerdas. É um casamento sem amor que acaba passados uns meses quando puder apresentar razões. E o dia a dia da governação vai-lhe dar muitas oportunidades de divórcio que poderá apresentar aos seus militantes.

Aqui chegados a futura coligação eleitoral far-se-á com PS e BE . A confiança entre os três partidos é tão sólida que cada um deles se apresentará às presidenciais com o seu próprio candidato. Não vá o eleitorado próprio acostumar-se a votar nos candidatos de outros. Mesmo que tapando os olhos.

 

Jerónimo não vê, não fala e não ouve

Numa entrevista a todos os títulos surpreendente na SIC, Jerónimo coloca em causa a execução do acordo orçamental que os três partidos juram cumprir para formar governo.

Nenhum economista ainda conseguiu explicar a Jerónimo porque o deficit tem que ser 3% e não 4% ou mais. E a dívida vai ter que ser renegociada mesmo que não seja por pressão do PCP. Nada sabe sobre o que os outros partidos andam a negociar e o seu partido faz como o macaco " que não vê, não fala e não ouve". Isto é, o PCP estará no acordo com a estratégia Marxista-Leninista que é a sua matriz ideológica e tudo fará,  dentro do governo ou apoiando-o, para implodir o que jurará cumprir. Os seus objectivos são os mesmos de sempre. Implodir com a União Europeia, o Euro e com o Tratado Orçamental.

Quando António Costa jurar cumprir a Constituição como Primeiro Ministro, sabe que estará a meter a raposa no galinheiro . O seu governo já devia pouco à legitimidade e à ética republicana, agora sabemos que também não deve nada à verdade.