Infelizmente, o que se antecipa para 2016 em Portugal, é turbulência política e uma economia frágil. O caminho seguido pelo governo minoritário do PS não convence ninguém lá fora. E alguém acredita que são os optimistas cá de dentro que têm razão ?
A Lei de Murphy vai fazer o seu caminho. Há muita coisa que pode correr mal em Portugal.
Os especialistas veem poucas razões para um grande otimismo em relação à economia e às empresas portuguesas – nem mesmo as exportadoras. “Receamos que o crescimento recente, suportado pela exportação e pelo consumo interno, poderá não ter muita margem para acelerar”, diz o Royal Bank of Scotland, mostrando-se pouco confiante em relação ao “impacto das medidas propostas [pelo governo do PS] no crescimento potencial”.
“A devolução dos cortes salariais no setor público coloca em risco a realocação eficaz dos recursos, ao mesmo tempo que a subida do salário mínimo deverá prejudicar as exportadoras, já que se especializam sobretudo em produtos de baixo valor acrescentado”, diz o Royal Bank of Scotland. Além disso, “as medidas com o objetivo de impulsionar o consumo podem deprimir ainda mais a poupança e o investimento, arriscando causar um aumento brusco do défice da conta corrente”, acrescenta o banco de investimento.
E a juntar a tudo isto temos um governo que terá muitas dificuldades em cumprir as determinações de Bruxelas com as exigências do PCP e do BE.
Diz quem sabe : uma primeira advertência ao Executivo socialista. O novo Governo recebeu uma economia mais equilibrada com o exterior e embora o crescimento ainda seja débil - 1,5% é a previsão para este ano – a actividade entrou num ciclo de recuperação, com um desemprego ainda elevado, mas também a descer. António Costa tem afirmado que quer "virar a página da austeridade", "devolver rendimentos" e, ainda assim, reduzir o défice orçamental a caminho do equilíbrio no final da legislatura. Uma quadratura do círculo que se perspectiva impossível, segundo Bruxelas.
Não há margem para gastar mais avisa Bruxelas. Este é o primeiro aviso . Quando o desastre chegar o PS não venha depois dizer que a culpa é de origem exógena, com epicentro algures na África ou na América do Sul. E que foi apanhado desprevenido no tsunami entretanto formado.
E há perigos conhecidos mas que podem redundar em mais despesa Aqui Portugal aparece como o pior caso. Os dados remontam a 2013, mas a Comissão faz questão de assinalar. “Os maiores valores registados são em Portugal e Chipre.” Chipre tem quase 5% do seu PIB em PPP não classificadas dentro do perímetro orçamental. Portugal mais de 5% do PIB. Dá uns expressivos 8,7 mil milhões de euros a preços de 2013.
Centeno e Costa andam alegremente a distribuir dinheiro não nos dizendo como e onde é que encontrarão receitas .Para já a explicação não convence ninguém . É com "a pele do mesmo cão", isto é, com mais crescimento da economia, para cima dos 3,4%, coisa rara e nunca vista nos últimos 15 anos.
Já vimos este filme várias vezes no passado e o final não foi feliz.