Uma parte da explicação pode ser encontrada aqui . O preço estabelece o menu tudo o mais consumido é pago. Se o copo de água não está incluído é pago. Nesta questão há duas visões diferentes. O copo de água como um bem que não se recusa a ninguém e um copo de água que faz parte dos custos de uma conta de exploração.
E há uma terceira visão que é a de o copo de água gratuito se converter a maioria das vezes num desperdício. Não me custa nada, posso deitá-lo fora. Ora desperdiçar água face à sua importância para a vida é um crime ou perto disso. E, assim, o copo de água gratuito deixa de ter a visão romântica de que "não se recusa a ninguém". Claro que há circunstâncias em que um copo de água não se recusa a ninguém mas na sociedade de abastança e desperdício em que vivemos, um copo de água gratuito corresponde quase sempre a um desperdício que não podemos tolerar. A eterna oposição entre desperdício e lucro.
Só o custo torna o copo de água romântico ao impedir o seu desperdício.
É verdade que o Gestor da Nestlé está a pensar em vender água engarrafada e é por isso que está preocupado. Mas não deixa de ter razão. A água é demasiado importante para ser gratuita ou demasiado barata. Se a água não for paga pelo preço justo, há desperdício e não se defende o precioso líquido.
Só uma conta de exploração positiva, com controlo de custos é que protege um bem cada vez mais escasso. Claro que a água que se gasta nas casas das pessoas tem que ser racionada. E a água que se consome na indústria tem que ser cara. Água cara para a lavagem de carros ou na produção de bebidas carregadas de açúcar . Ainda por cima a água barata paga pela indústria é depois vendida muito cara incorporada nos produtos.
Tem que haver uma discriminação positiva para certas actividades humanas, mas a água tem que ser suficientemente cara para poder ser poupada.
Portugal é um país que no futuro irá ter problemas de falta de água.
Os municipios não pagam à AdP, devem 550 milhões de euros. Por sua vez as AdP devem 3 mil milhões de Euros. O que se faz a um monstro destes? Segundo a oposição, nada!
E, quando se tenta reestruturar o sector vem logo a habitual acusação de "privatização". Privatizar a água acho que, mesmo que se quisesse, não seria possível, mas privatizar a sua gestão, isso sim, é possível. O que não pode ser é manter-se esta "desbunda" em que todos devem a todos e o contribuinte paga. Depois de ter pago como consumidor.
Se juntarmos a dívida acumulada das empresas públicas só do sector dos transportes ( 20 mil milhões ) com o sector da água temos 23 mil milhões de Euros. Ora se andamos a "rapar" tudo o que mexe para poupar 4 mil milhões, como é que o estado pode pagar 23 mil milhões sem mudar de forma drástica o modelo de gestão destes "serviços públicos"?
A água do Alqueva com a terra do Alentejo e o sol de Portugal criam condições únicas para a produção agrícola. Agora é uma empresa escocesa que recebeu autorização do Infarmed ( Instituto do Medicamento) para a plantação de seis mil hectares de papoilas em Alqueva, para a produção de morfina para fins medicinais.
Dizia há dias um empresário agrícola ( Herdade Vale da Rosa) que exporta 80% do que produz. Com água a chegar ao resto da herdade produzo e exporto tudo. E crio centenas de postos de trabalho para além dos que já existem.
Na sua centenária sabedoria um alentejano escreveu na parede da barragem "construam-me, porra!" Corriam os anos setenta. Agora temos que dizer a estes "construtores de autoestradas" sem automóveis, "construam o que falta do regadio, imbecis!"
O autor explica as diversas formas que podem ser usadas para a privatização da empresa que fornece o serviço numa visão a curto prazo e numa visão a médio e longo prazo. O estado encaixa mais ou menos dinheiro ou, dinamiza as empresas a nível local e regional conforme a decisão.
A comunicação social contribui para a desinformação, não só neste domínio mas também em outros, na maioria. Vejam o que diz o Prof João de Quinhones Levy, empresário e professor universitário:
"A privatização da Águas de Portugal está uma vez mais em cima da mesa e uma vez mais a discussão sobre a pertinência da sua venda está a derrapar para o campo político e mesmo sentimental, como a sua venda se traduzisse por entregar aquíferos e linhas de água às mãos dos privados, em vez da venda de um serviço....salientando apenas os aspectos positivos da sua atuação (elevada percentagem da população servida) e escamoteando todos os demais...e o incremento dos valores das tarifas- em alta, fruto de práticas megalómanas e despesistas"
Claro que a água não se privatiza, depende da chuva, da capacidade de recolha e captação, armazenagem, evaporação, consumo, desperdicio...são tão vastas as variáveis e é tão elevada a sua importância para a vida que o melhor mesmo é pensar que a água é de todos e de ninguém.Por isso todos os que têm responsabilidades nesta área são bem mais comedidos, querem melhorar a sua gestão. Em alta, na captação,tratamento e armazenamento e em baixa na sua distribuição.
E discute-se esta questão em todo o mundo porquê? Porque já não há dúvida que a água vai ser cada vez mais escassa e que Portugal vai ser no futuro mais ou menos próximo uma das vítimas da falta de água. Há que encontrar as melhores soluções para a gestão da água, diminuir o desperdício ( que anda pelos 60% na fase da distribuição), encontrar um preço justo conforme se trata para consumo humano ou para lavar carros..
Tudo tem que ser discutido, analisado, para mudar para melhor. É essa a questão!
PS: para além da água a "Águas de Portugal" tem mais duas dezenas de empresas, do lixo às energias.Com 5847 colaboradores, 6.4 milhões de pessoas abrangidas no tratamento e valorização de resíduos, 8 milhões de pessoas abrangidas no abastecimento de água e 8.22 milhões de pessoas abrangidas no saneamento de águas residuais.
E participa em 42 empresas duas das quais no estrangeiro (à custa da falência de dezenas de PMEs, a ideia inicial era a criação de um cluster que falhou em toda a linha, tendo a AdP tomado todo o negócio).
Tudo isto tem que ser revisto porque este gigantismo não é eficaz e não assegura as melhores práticas de gestão.Trata-se de mais um monopólio estatal, sem concorrência.
A comunicação social contribui para a desinformação, não só neste domínio mas também em outros, na maioria. Vejam o que diz o Prof João de Quinhones Levy, empresário e professor universitário:
"A privatização da Águas de Portugal está uma vez mais em cima da mesa e uma vez mais a discussão sobre a pertinência da sua venda está a derrapar para o campo político e mesmo sentimental, como a sua venda se traduzisse por entregar aquíferos e linhas de água às mãos dos privados, em vez da venda de um serviço....salientando apenas os aspectos positivos da sua atuação (elevada percentagem da população servida) e escamoteando todos os demais...e o incremento dos valores das tarifas- em alta, fruto de práticas megalómanas e despesistas"
Claro que a água não se privatiza, depende da chuva, da capacidade de recolha e captação, armazenagem, evaporação, consumo, desperdicio...são tão vastas as variáveis e é tão elevada a sua importância para a vida que o melhor mesmo é pensar que a água é de todos e de ninguém.Por isso todos os que têm responsabilidades nesta área são bem mais comedidos, querem melhorar a sua gestão. Em alta, na captação,tratamento e armazenamento e em baixa na sua distribuição.
O autor explica as diversas formas que podem ser usadas para a privatização da empresa que fornece o serviço numa visão a curto prazo e numa visão a médio e longo prazo. O estado encaixa mais ou menos dinheiro ou, dinamiza as empresas a nível local e regional conforme a decisão.
E discute-se esta questão em todo o mundo porquê? Porque já não há dúvida que a água vai ser cada vez mais escassa e que Portugal vai ser no futuro mais ou menos próximo uma das vítimas da falta de água. Há que encontrar as melhores soluções para a gestão da água, diminuir o desperdício ( que anda pelos 60% na fase da distribuição), encontrar um preço justo conforme se trata para consumo humano ou para lavar carros..
Tudo tem que ser discutido, analisado, para mudar para melhor. É essa a questão!
PS: para além da água a "Águas de Portugal" tem mais duas dezenas de empresas, do lixo às energias.Com 5847 colaboradores, 6.4 milhões de pessoas abrangidas no tratamento e valorização de resíduos, 8 milhões de pessoas abrangidas no abastecimento de água e 8.22 milhões de pessoas abrangidas no saneamento de águas residuais.
E participa em 42 empresas duas das quais no estrangeiro (à custa da falência de dezenas de PMEs, a ideia inicial era a criação de um cluster que falhou em toda a linha, tendo a AdP tomado todo o negócio).
Tudo isto tem que ser revisto porque este gigantismo não é eficaz e não assegura as melhores práticas de gestão.Trata-se de mais um monopólio estatal, sem concorrência.
Com água, o nosso Alentejo, pode produzir tudo, dizia há dias o empresário de Vale da Rosa que exporta 80% do que produz. Por cada um euro investido a água do Alqueva dá 4,45 euros de retorno."4,45 euros de retorno para a economia são gerados por cinco componentes: o impacto que a água vai ter na reconversão do sequeiro em regadio, que deverá ser de 160 milhões de euros no valor acrescentado bruto no ano cruzeiro, o impacto dos impostos, o abastecimento da água a Sines, o aumento do emprego directo e a produção de energia eléctrica. O responsável frisou ainda que a estes benefícios juntam-se ainda o impacto nas exportações e a diminuição das importações alimentares, o impacto ambiental positivo e a existência de uma reserva de água estratégica. "A reserva de água da Alqueva, com cerca de 4 mil milhões de metros cúbicos, permite que haja água garantida durante mais de três anos sem restrições para abastecimento humano, industrial e agrícola, valor que não está contemplado nos 4,45 euros",
Com água, o nosso Alentejo, pode produzir tudo, dizia há dias o empresário de Vale da Rosa que exporta 80% do que produz. Por cada um euro investido a água do Alqueva dá 4,45 euros de retorno."4,45 euros de retorno para a economia são gerados por cinco componentes: o impacto que a água vai ter na reconversão do sequeiro em regadio, que deverá ser de 160 milhões de euros no valor acrescentado bruto no ano cruzeiro, o impacto dos impostos, o abastecimento da água a Sines, o aumento do emprego directo e a produção de energia eléctrica. O responsável frisou ainda que a estes benefícios juntam-se ainda o impacto nas exportações e a diminuição das importações alimentares, o impacto ambiental positivo e a existência de uma reserva de água estratégica. "A reserva de água da Alqueva, com cerca de 4 mil milhões de metros cúbicos, permite que haja água garantida durante mais de três anos sem restrições para abastecimento humano, industrial e agrícola, valor que não está contemplado nos 4,45 euros",