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BandaLarga

as autoestradas da informação

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A falta de alternativa ao SNS é amiga do cancro

Da capacidade instalada nos blocos operatórios nos hospitais do SNS apenas 40% é utilizada. Daqui podemos inferir qual será o nível de utilização dos equipamentos que, tal como os blocos operatórios , exigem equipas multidisciplinares. Esta é uma abordagem micro mas se abordarmos o problema pela visão macro, isto é , a nível regional ou nacional, a questão é ainda mais gritante.

Já contei que a mãe de um amigo meu procurou saber onde podia ser operada às varizes. Em Lisboa, demorava seis meses. Nos hospitais do centro do país umas semanas. No norte do país uns dias. Ora, isto indica, claramente, que não há uma visão de conjunto que permita a utilização óptima das instalações e equipamentos instalados.

Este caso, que agora veio a público, não indicia falta de dinheiro, como alguns pretendem. Na verdade, qualquer organização hospitalar com visão estratégica, nunca deixaria que um doente oncológico esperasse dois anos para fazer um exame. Melhor do que ninguém, a direcção do hospital sabe que esse prazo ultrapassa em muito o prazo terapêutico comummente aceite. Estamos perante um dos muitos casos em que o doente, não tendo alternativa, fica à mercê da falta de organização, ou do demérito do hospital que lhe caiu na rifa.

O direito à escolha por parte dos cidadãos é fundamental para que estes crimes, mesmo que não intencionados, terminem. Não só na Saúde, mas também na Educação e nos outros serviços públicos.