Como o eduquês agrava a desigualdade
O que se esconde na Educação.
Confirmamos agora que o eduquês - cuja principal defesa argumentativa tem sido a equidade - não só não retirou Portugal da pior posição da Europa como agravou a desigualdade absoluta do sistema.
Podemos, seguindo a tabela, resumir a posição portuguesa:
• O maior peso da herança do nível educativo dos pais sobre o nível atingido pelos filhos: 68% dos filhos de pais com baixo nível educativo não conseguiram ultrapassar aquele nível, contra a média na Europa de 29%.
• O 3º pior índice de inclusão social: 68,6% para uma média europeia de 76,9%. Acresce que entre, 2003 e 2012, o país viu agravada a situação sendo aquele que registou a pior variação: o indicador desceu 8 pontos percentuais contra um aumento na média europeia de 0,2 p.p.
• O 4º pior indicador do peso da influência do estatuto económico-social sobre os resultados escolares: 19,2% contra a média europeia de 13,8%. Entre 2003 e 2012 este indicador agravou-se +1,1 pontos percentuais (contra uma melhoria média na Europa de -1,7 p.p.), sendo o país o 4º com pior evolução.
A intolerável desigualdade do actual sistema justifica a mudança. Algo de diferente deve ser feito no sentido da liberdade, da descentralização e da responsabilização dos indivíduos.
Pelos resultados e pelos instrumentos (agentes actuando no sistema) a política educativa teve uma clara natureza de classe e foi socialmente devastadora para os alunos e para a população de estatuto económico-social mais baixo.