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BandaLarga

as autoestradas da informação

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75% da bazuca vai para o Estado

O Estado reserva opara si a parte de leão como habitualmente.

No pós-crise financeira da viragem da década de 2010, pediu-se às empresas um esforço exportador e de internacionalização, alinhado com o desafio digital da indústria 4.0. Responderam de forma exemplar. Agora, na viragem da década de 2020, insiste-se na necessidade de intensificar a transição digital e de garantir a sustentabilidade. Para lhe dar respaldo, tem sido afirmado o princípio do no significant harm: não haverá fundo perdido ou empréstimos a investimentos e atividades que não cumpram este princípio de não prejuízo grave dos objetivos ambientais. Mas se é assim, e concordo com o objetivo, há que ser mais generoso no pacote financeiro destinado às empresas.

A acrescer a esta contradição estrutural, o problema do plano está sobretudo nos grandes ausentes. Alimentação e água, dois grandes desafios globais com particular expressão entre nós, são deficientemente tratados. O mar, na perspetiva nacional, é uma grande omissão. Em 19 componentes, que agrupam reformas e investimentos, não há uma dedicada ao mar, à agricultura ou ao agroalimentar, estes últimos apenas brevemente referidos a pretexto da inovação.

O plano parece ignorar que um dos grandes défices da economia portuguesa é o da balança agroalimentar e, consequentemente, não assume o desafio de o reduzir. Por outro lado, apesar de constituir uma componente autónoma, a gestão hídrica aparece circunscrita a partes do território. Ora o tema da escassez da água e da sua gestão é crucial para o ambiente, a economia e a coesão territorial de todo o país, e há vários projetos que merecem ser impulsionados, como o Projeto Tejo.

 

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