Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

BandaLarga

as autoestradas da informação

BandaLarga

as autoestradas da informação

O CLÃ MANDELA PREPARA ANCESTRAIS DA CHEGADA DE MADIBA - Prof Raul Iturra

 


Ensaio de etnopsicologia da infância

 

Todos sabemos que Nelson Mandela faleceu no dia 5 de Dezembro de este ano de 2013. Bem como todos sabemos que, com William de Klerk, foram os libertadores de uma nação oprimida pelo povo de minoria branca, denominada afrikaans, por ser descendentes de holandeses, franceses e ingleses que ocuparam um território do sul do continente africano, rico em minas de diamantes, ouro, prata e outras pedras de valor para os ocidentais e que os aborígenes do território usavam apenas como adornos para as suas festas rituais ou para demonstrar a sua hierarquia. Estas posses foram a perdição dos ocupantes da terra do sul do continente e foram obrigados a trabalhar de forma gratuita para os dominadores que criaram leis para dominar os impérios, grupos tribais e tribos com reis que deviam pagar o que para os conquistadores era uma mercadoria. Foi assim como nasceu a República da África do Sul. Foi assim que a conheceram os mais velhos, sem defessa qualquer, como tenho referido em todos os meus textos neste blogue de Banda Larga. Remeto-me a eles.

Mas poucos conheciam que havia uma Vila, denominada Mvezo do Cabo Oriental do território, sítio em que nasceu o cafre Rolihlahia Mandela, do clã dos Mandiba, que era pastor de ovelhas e cabras como a maior parte dos rapazes e raparigas da etnia Xhosa do Transkei, no Cabo Oriental. Não iam a escola, eram agricultores e ai os queriam ver os afrikaans, para cultivar o que depois eles consumiam, ou a trabalhar nas minas para proprietários privados ou para o estado ou para as monarquias as que estavam submetidos.

Ontem escrevi um ensaio sobre o funeral de Nelson Mandela, que intitulei Hoje o Tata Mandiva vai enterrar e o explicitei com uma imagem de Winnie Madikizela-Mandela e a sua filha, a segunda viúva de Mandela e uma das suas filhas mais novas. Acabada a cerimónia fúnebre ocidental, começa a dos Xhosa, este Domingo, apenas para familiares e vizinhos e membros de outros clãs. Os parentes têm que alertar s espíritos dos ancestrais para que recebam bem e acolham o espírito do membro do clã que tinha passado a ser um ocidental, por causa das escolas onde estudou e as Universidades onde se preparou para defender cafres, Bantos e outros membros dos clãs vizinhos ou de etnias da sua amizade o de convénios, cada um com o seu chefe clãnico, rei o imperador, como acontece entre os Massim do Arquipélago Kiriwina, ou entre os Baruya da Nova Guiné ou os Picunche, clã da nação mapuche do Chile, todos eles estudados por Bronislav Malinowski os primeiro a partir de 1914 até os anos de 1939, Maurice Godelier os segundos, entre 1979 e o dia de hoje, ou por mim, os Picunche, desde 1993 até o dia desta data.

Há um cerimonial em que o defunto é velado pelos seus parentes masculinos, encaminhado pelos chefes tribais e os sacerdotes da etnia e falam com os falecidos que tem os seus espíritos dos parentes falecidos antes com eles e que habituados a morte até se reencarnar dentro de outro bebé que venha a nascer, vivem de novo, enquanto o corpo anterior e uma carcaça que é alimentada para apoiar esse espírito até a sua reencarnação em outro bebé. Quando o defunto é identificado como uma reencarnação, aparece também com o seu novo corpo a acompanhar o falecido corpo anterior e comem com eles, como eu fiz todos os domingos com os Picunche no cemitério do sítio analisado, levava comida e a consumia com a família do meu acolhimento, como M Godelier com os Baruya dentro da casa dos homens, ou na ilha Tuma, no caso de Malinowski. Um prato de comida ficava em cada sítio para o corpo anterior se alimentar e ter forças para uma nova reencarnação, que pode acontecer em tempo breve, ou anos mais tarde, quando nos próprios sejamos carcaça de um antepassado. O ritual é com dança e baile para dar força para uma reencarnação. Depende de comportamento prévio na vida histórica material, a rapidez ou não com que a reencarnação acontece.

Rolihlahia Mandela deve ser a reencarnação de um chefe tribal, não o do seu pai que era vivo no dia do seu nascimento, mas de algum outro príncipe das etnias Xhosa, porque teve um comportamento empolgante durante os seus 95 anos de vida e só queria falecer porque a sua missão na terra estava cumprida e tinha agra que debater com os parentes defuntos qual será o seu novo trabalho na vida histórica e se será antes o depois. Apenas o chefe tribal, também sacerdote da linhagem dos Mandela, é quem sabe e nada pode dizer para não demorar essa reencarnação. Um chefe tribal é parte do concelho do rei o imperador, o que estava reservado para Madiva, que não obedeceu a seu já defunto tio, guardião e orientador do seu sobrinho sem pai desde os sete anos, como tenho narrado em textos anteriores, o rei Jongintaba. Correspondia a Mandiba, como príncipe herdeiro por causa da morte do seu pai, irmão do rei, ser o rei por linha ancestral patena, mas escolheu outro caminho As mulheres têm um papel de segunda mão, caso forem consultadas, do sítio em que o corpo antigo será colocado a descansar e devem alimenta-lo para que prive outra vez com os humanos. Como Madiva foi desobediente, a sua reencarnação pode demorar. Só a sua etnia é quem sabe e calcula.

Enquanto escrevo estas linhas, as etnias dos Xhosa preparam o cerimonial étnico.

Há quem diga que são histórias antigas, mas porque, porém, o funeral étnico? Esta era a fé de Madiva e queria falecer em Vila Mvezo, para estar perto do seu túmulo e se habituar a passagem para a vida de falecido ainda antes de morrer, mas o ocidente nada de isto entende e dizem os jornais de hoje: os vizinhos de Vila Mveza recebem de volta o seu filho mias ilustre. Ilustre será para o ocidente, mas não sabemos qual a opinião do chefe tribal e o clã de Madiva. Apenas eles o saberão e será guardado como segredo étnico, apenas entre os membros do concelho tribal que não inclui mulheres. O que vai acontecer, o saberemos amanhã nos discursos tribais. Mas há muitas etnias entre os Xhosa do Traskei, que pode ser lidas nas vária entradas sobre os clãs Xhosa em: https://www.google.pt/#q=Xhosa+nomes+de+cl%C3%A3s+Wikipedia&spell=1

Há os modernos e os tradicionais entre os membros do clã Xhosa, que se pode ler em: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Xhosa_(povo)&action=edit&redlink=1

Xhosa tem muitas etnias e muitos nomes de clãs, que podem ser lidos na ligação fornecida antes, em português. Ou en inglês em http://en.wikipedia.org/wiki/Xhosa_clan_names#Clan_names

O clã que nos interessa e que nestes minutos fala com os espíritos para anunciar o retorno de Rolihlahia Madiva Mandela, é estes: Madiba (the clan name of Nelson Mandela, era Thembu. Important rulers and chiefs include Mthikrakra, Ngangelizwe, Dalindyebo, Joyi, Jumba, Sabatha, Buyelekhaya)

Todo pode ser lido em: http://en.wikipedia.org/wiki/Xhosa_clan_names#Clan_names referido duas alinhas antes

Esperemos que o clã Madiba fale por Thembu, nome Xhosa de Madiva negoceie com os espíritos. Vamos esperar esse resultado das negociações.

Raúl Iturra

14 de Dezembro de 2013.

lautaro@netcabo.pt

 

 

 

 

 

 

3 comentários

Comentar post