Sem democracia europeia não há saída para a crise

É uma das bandeiras do novo partido do Rui Tavares, que "não precisa de licença para nascer". Até porque se precisasse não nascia. Os seus maiores adversários são os partidos já existentes. Os de esquerda que nunca fizeram esforço nenhum sério para se entenderem, fechados como estão nas suas tamanquinhas, enquanto choram baba e ranho pelo estado social.

Para os partidos da direita há o perigo de o novo partido conseguir juntar, gente da direita do BE e da esquerda do PS, mas isso é tão improvável como o PCP dar o que seja para o peditório.

Já há quem, por aí ande a dizer, que não se pode formar um partido de cada vez que alguém se zangue com o partido de que foi militante, como se os partidos existentes ocupassem todo o espaço político. Mas, mesmo que assim fosse, nada impede, bem pelo contrário, que se reorganize o espaço partidário à luz das condições objectivas resultantes de quarenta anos de prática política sem saída. Não se espere que sejam os partidos que façam a si mesmos essa tarefa de limpeza. Ou o rearranjo vem de fora do leque partidário ou o caminho para uma democracia mais participada não se abrirá nos tempos mais próximos.