O filme - HANNAH ARENDT - filósofos há muitos
O filme Hannah Arendt , já foi muito bem apreciado aqui no Banda Larga. Hoje foi a minha vez de o ir ver. Faz pensar. Como é que pessoas vulgares assassinam em massa? Como é que o "pior dos males" se banaliza ao ponto de as pessoas não terem consciência nem sentirem culpa?
Cá em Portugal, à nossa medida, também já tivemos disto. Uma das frases emblema do Salazarismo era justamente " tudo pela nação nada contra a nação". Quem quisesse trabalhar para o estado tinha que assinar o papel. Claro que quem o assinava, na maioria das vezes, só procurava um rendimento, procurava sobreviver.
Gosto de pensar que trabalhar com independência de favores é a forma mais revolucionária de estar em sociedade. Não tem que estar de acordo com nada, conhece as leis da República e cumpre-as. Se as leis são iníquas faz o que pode para as tornear. Sempre com a consciência que não basta o estado apontar um caminho que só a si próprio diz respeito.
O estado sempre tenderá a meter-se na vida e nas opções de cada um. Cabe à sociedade civil informada defender-se dessa intromissão abusiva. Essa defesa, porém, só terá eficácia em democracia pluralista e num estado de direito.
O fascismo em Portugal traduzia-se em pequenas coisas diárias, desde a prepotência das autoridades até à estupidez do mais simples funcionário. Até há bem pouco ainda era assim!