O "papel" que poucos leram
Uma jovem jornalista fala sobre o "papel" da reforma sem apontar uma única medida, apenas diz que a letra é estranha e o português mau. O "papel" é um monumento político à arte de perder tempo e ocupar espaço". É óbvio que não leu o "papel". Andamos dezenas de anos a dizer que precisamos de reformar o estado e depois é isto. Critica-se com a facilidade de quem nunca quis reformar o estado.
Ler o " guião" ( que eu não li de fio a pavio) "estado melhor" é perceber que se quer um estado mais pequeno. A questão mantém-se. Com cortes ou com reforma?
Daniel Bessa, ministro da economia de Guterres, chama-lhe uma boa surpresa. Um documento com principio, meio e fim. Seria bom que o lêssemos para não embarcarmos nas "opiniões de serviço". Reformar é diferente de cortar. Este documento é uma base decisiva para iniciar uma reforma a sério. Propostas muito detalhadas no capítulo "reforma dos ministérios: estruturas partilhadas e reforço das capacidades técnicas". Nada impede de o actual governo as implementar. Um passo de gigante na reforma do estado.
Nicolau Santos, diz que " se não definirmos de forma ponderada que Estado queremos ter no século XXl vamos fazê-lo em situação de emergência e sem estratégia. A opção é clara." Ignorar as profundas mudanças que aconteceram nos últimos anos é "tapar o céu com a peneira". Vamos chegar a um ponto em que o estado só estará em condições de pagar pensões de sobrevivência.
No "papel" há muitas medidas que são incontornáveis, indispensáveis a par de outras duvidosas. Mas para se ser sério é preciso ler o " papel".