O QUE É AMOR? Para essa opção entregue a nós pelo 25 de Abril
Estou certo que a palavra amor deveria levar antes, uma preposição. É um erro gramatical consciente. A preposição apoia e define. Também Platão1 e Aristóteles2 falam do amor. No entanto, quem quer definir sou eu. Erro justificado, espero. O primeiro amor que todos temos, é a o amor de mãe, nem sempre longe do amor do pai. Um outro amor das nossas vidas, é para as pessoas que nos amamentam. Formas diferentes de amamentar: cuidado e carinho, companhia e guarda. Mais em frente, comida. As crianças crescem e o amor sai a rua para ser partilhado como outros da nossa cronologia ou amor fraterno, tal e qual partilhamos com os filhos dos mesmos pais, os nossos irmãos – irmãs. A criança continua a crescer e o bairro fica pequeno. Os amores não são nunca satisfeitos, como refiro num dos meus livros3. Esse crescimento leva à paixão: conhecemos uma pessoa que alegra as nossas vidas e de imediato caímos ao pé dela, conforme a nossa opção do verbo amar. Quem acorde em nós a paixão, rouba-nos a afetividade, apenas satisfeita pela intimidade que faz do ser uma entidade calma e serena. Ainda mais, se da relação nascem rebentos. Eles crescidos, fica a solidão dos que souberam-se multiplicar e se acompanham ou com a pessoa dos seus ensejos ou outras conhecidas pelo caminho da cronologia da vida.
No entanto, há um amor bem mais profundo, esse oferecido, ao qual devemos fidelidade: o amor à Pátria. A nossa terra, o nosso cantinho do mundo, o sítio da mesma língua, crença, costume, esse sítio onde até os nossos nomes são conhecidos e pronunciados, com o sem título. Esse o nosso país quem sem saber temos, nos acolhe, nos cria, ordena em nós e defendemos ao cai de joelhos Lutamos e damos o nosso: Amor e sangue por ela. Amor a Pátria, reitero, quase a seguir ao da mãe, mal aparece na nossa consciência de sermos nacionais de um sítio.
Diversos tipos de amor, todos correspondidos por nós de forma afável, amável, querida. Amor é a correspondência a outro carinho. Amor à Pátria, é a sua defesa, especialmente se cai em mãos inimigas, compatriotas ou não. Esse amor que advêm da honestidade e do nosso desejo de andarmos todos juntos da forma livre escolhida por nós.
Amor é, finalmente, uma entrega permanente sem esperar resposta. Como o 25 de Abril entre nós, como a paixão dos amantes. Como dar o leite aos nossos bebés. Como cumprir a palavra empenhada. Amor é .... 25 de Abril.
Raúl Iturra
23, de Outubro de 2003
ISCTE-CRIA/CEAS/ Amnistia Internacional
Chileno até 11 de Setembro de 1973-Apátrida sob tutela britânica até o dia em que Portugal me fez cidadão luso, o que agradeço
1 Platão, 368 diz no seu texto O Banquete: Quando um qualquer amante tem a sorte extrema de encontrar a sua outra metade, ficam os dois tão intoxicados com afeto, com amizade, e com amor, que não suportam ficar sem se verem um único instante. Em: http://www.loveessaysbook.com/Amor-Romantico/Platao-Dante-Shakespeare-
2 Aristóteles, 330 antes da nossa era, no seu texto, Ética a Nicómaco, diz:À Ética cabe determinar qual a finalidade suprema (o summum bonum) que preside e justifica todas as demais e qual a maneira de alcançá-la. Essa finalidade suprema é a felicidade (eudaimonia), que não consiste nem nos prazeres, nem nas riquezas, nem nas honras, mas numa vida virtuosa. A virtude, por sua vez, se encontra num justo meio entre os extremos, que será encontrada por aquele dotado de prudência (phronesis) e educado pelo hábito no seu exercício, em: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica_a_Nic%C3%B4maco .
3 Iturra, Raúl, 2000: O saber sexual das crianças. Desejo-te, porque te amo, Afrontamento, Porto. Comentários: O adulto vê a criança como a pequenada que está aqui sem fazer nada e sem nada dizer. Está calada e observa e serve para ser mandada», afirma Raul Iturra, «mas a criança tem um pensamento feito, que vai amadurecendo enquanto recebe estímulos dos adultos», em: http://www.freipedro.pt/tb/290600/soc9.htm
dizer. Está calada e observa e serve para ser mandada», afirma Raul Iturra, «mas a criança tem um pensamento feito, que vai amadurecendo enquanto recebe estímulos dos adultos», em: http://www.freipedro.pt/tb/290600/soc9.htm