A MENTIRA DA ABSTENÇÃO E DE VOTOS EM BRANCO
Escrevo enquanto as urnas ainda estão abertas e sobre projeções. A pior base da escrita, porque calcula, conforme o canal e o locutor ou comentador que fala, sobre mentiras sem base. Abster-se de votar é a infelicidade de soberania traída; ou os votos em branco, como o meu. Quem pode acreditar que um PS que aceita dialogar com o PSD e o CDS, pode-me dar confiança de bom governo? Se todo começou com Mário Soares em 1884 e o FMI, Sócrates pensou que era normal e endividou o país ainda mais?
Sou socialista, mas não da social-democracia que começa a parecer. Sou socialista materialista histórico e admiro a certeza no agir de Jerónimo de Sousa, do meu amigo falecido Miguel Portas, da certeza de Francisco Louçã que leva sua deputação à rua porque a assembleia não presta. Como os votos em branco.
Mentira, porque o governo, assustado como está de perder o poder, tem votado como soldados do melhor regimento do país.
Mentira, porque o povo lê números e vê que o governo tem um quase 50% dos votos.
Mentira, porque o Executivo treme com no conclave: está submetido sob o poder do povo.
Mentira, porque a percentagem final será decisivo e o Executivo pode parecer como o grande ganhador.
O povo vê sua soberania ameaçada por partidos que não sabem governar e apenas lutam entre eles.
Mais nada digo, trabalho apenas baixo uma um prognóstico da TV da direita portuguesa…
Eu sou opositor convicto. A mentira das cifras me entontece. Amanhã com dados, outro galo cantará
Raul Iturra
Setembro, 29,2003