Já todos querem reformar o estado
Com a excepção do PC e do BE todos os outros partidos querem reformar o estado. Numa primeira fase, digamos nos primeiros vinte anos de democracia, foi preciso montar o estado político, jurídico e o social. No segundo período havia que moldar o estado no seguimento das grandes decisões políticas então tomadas. Integração na União Europeia e no Euro. Alguma coisa foi feita mas ficou muito aquém do que seria necessário.
Uma parte significativa dos que lutaram ideologicamente antes e após o 25 de Abril são hoje membros da administração pública, estão colocados no aparelho judicial e em outras amplas áreas do estado. Do outro lado temos a classe política que tomou conta da vida política através de eleições.
Na sua maioria esta gente trouxe para o estado a luta que há muito travavam nos bancos das escolas de direito e de economia, para só falar destas.Ódios antigos que tardam em desaparecer.
Isto explica a incapacidade de o país gerar consensos como é o caso da reforma do estado. Só perante a necessidade incontornável é que se está a gerar a habilidade de iniciar a reforma mãe de todas as reformas.
E é preciso perceber a posição do PC. Com a reforma do estado o partido não tem nada a ganhar e muito a perder. A sua influência social e política é desproporcionada em relação ao seu peso eleitoral.