A ignorância é atrevida
Leiam esta notícia sobre uma observação da NASA e o comentário mais apreciado : "Como diz o Hélder parece ridículo um objeto tão pequeno pesar tanto. Será que era composto de mercúrio ou algum metal "extra-terrestre" desconhecido? E como a NASA consegue saber peso e medida de algo que já explodiu?"
Isto faz-me lembrar o dia em que foi noticiado o primeiro transplante de coração pelo Prof Barnard num hospital da África do Sul. Vinha na primeira página do " Diário Popular" que eu lia na altura. Saí do Ministério onde trabalhava, no Terreiro do Paço e fiquei a ouvir as opiniões de quem, como eu, contactava com algo que nunca tinha abordado antes. Um transplante de órgão num homem. Pois, o que se ouvia é que a notícia era uma mentira "não se via logo que o coração do dador não cabia no peito do receptor" dizia um gajo do alto da sua sapiência.
Fiquei a pensar naquilo. Então os cientistas andavam anos a treinar, a fazer transplantes em animais, a resolver mil e um problemas, e nunca tinham dado por algo tão evidente ? Que os corações não tinham o mesmo tamanho e que por isso não cabiam em peitos que não fossem os seus?