Andam por aí uns camaradas muito preocupados com o negócio das vacinas. Dizem eles que a União Europeia só comprou as vacinas Americanas e Europeias e desdenhou as vacinas chinesa e a russa .
Andam muito preocupados porque as vacinas europeias e americanas são um negócio como se vê com as compras da UE. Já a vacina chinesa está a ser usada nos militares chineses e a vacina russa nos países pobres das América do Sul. Voluntariamente, claro...
As vacinas russa e chinesa saltaram fases essenciais da investigação e apesar disso não há nenhum rebuço em as usar nas pessoas. Os efeitos logo se vê. Há algum europeu que as tome, que tenha nelas confiança ?
Nos países ocidentais a investigação tem que passar por protocolos rigorosos e que em caso algum podem ser atropelados e existem instituições de certificação de medicamentos independentes. Trabalham em rede e conhecem rigorosamente o que cada um está a fazer.
A confiança é absolutamente fundamental mas que falta à vacina russa e chinesa. Na saúde é mais fácil perceber que a ideologia tem limites.
Felizmente que o cumprimento do plano estratégico para a TAP está nas mãos de Bruxelas. Chega a ser confrangedor ouvir as exigências dos sindicatos para que a companhia aérea mantenha a mesma dimensão em número de aviões, de rotas e de empregados.
Ainda por aí aparece novamente um abaixo assinado tipo " não TAP os olhos" .
O Governo tinha outras soluções para garantir que o ‘hub’ de Lisboa mantinha a importância central que tem para a economia portuguesa, porque isso é que é verdadeiramente relevante, e não a TAP propriamente dita. Preferiu a solução mais popular, mas a mais cara também, com o apoio implícito do PCP e do BE, que não olham a gastos quando está em causa a possibilidade de estenderem o seu poder de intervenção. Feita essa intervenção financeira, acompanhada na ‘nacionalização’ da companhia e do despedimento de Neeleman com 55 milhões no bolso e de Antonoaldo Neves, o Governo comprou tempo, que se esgotou. E a pandemia continua por aí.
O Estado alemão emprestou a uma taxa a rondar os 1%, 11 mil milhões de euros à companhia aérea, com o compromisso desta pagar à medida que tiver lucros. E a companhia faz o que tiver que fazer como manda o estado da arte. E nas outras companhias aéreas a estratégia é a mesma.
Na TAP, companhia de bandeira, o presidente do maior sindicato diz que além dos 1,2 mil milhões são necessários mais 4 mil milhões e que o que se está a passar na companhia é uma tragédia.
Vender aviões, abandonar rotas, despedir milhares de trabalhadores e contratar uma equipa profissional de gestão no mercado internacional. E encontrar um privado que conheça e opere no negócio aéreo. Dito de outro modo encontrar uma companhia aérea que queira entrar no corpo accionista da TAP.
Tudo isto, enquanto o governo pela voz daquele rapaz feito ministro começou por dizer que não haveria despedimentos e que se o Estado mete lá dinheiro passa a mandar. Mas o dinheiro do Estado é pouco e faz muita falta em empresas viáveis que a TAP não é. Mais cedo que tarde o Estado tem lá o dinheiro mas não manda nada.
Bem seria que a TAP aprendesse com a Lufthansa e as restantes companhias. Ajuda até que a companhia liberte os meios necessários para pagar o que deve. Depois é só deixá-la voar.
António Costa despediu Mário Centeno por este ter transferido para o Novo Banco uns largos milhões para compensar os prejuízos de 2019. Dizia o Primeiro Ministro que sem auditoria nem pensar.
Agora Costa defende o contrário e não o faz por menos. O país não pode incumprir um contrato assinado pelo Estado sem irreparáveis consequências nos mercados financeiros internacionais. E pisou todas as linhas vermelhas para que a transferência se efectuasse junto de todos os partidos incluindo o Chega.
Já estamos habituados a esta prática do Primeiro Ministro. A culpa nunca é dele. Não nos fogos e nas mortes de mais de uma centena de cidadãos ( ele que foi ministro da Administração Interna e principal mentor da política em vigor). Não por ter derrubado um muro à esquerda porque precisou de salvar a pele após uma derrota eleitoral vergonhosa. Não porque cativou verbas do orçamento levando o SNS a uma situação de défice de tesouraria permanente com listas de espera onde só há pobres, idosos e doentes. Não porque reduziu o horário dos trabalhadores da função pública sem cuidar de saber se com isso também reduzia os serviços públicos prestados.
Já não é habilidade nem génio como alguns salivavam. É apenas um político com uma longa carreira política confrontado com o seu fim . Paz à sua alma.
O Chega devia ter aceite, ficava normalizado de vez, bem mais importante do que votar contra porque há muito se sabia que o PC viabilizaria.
Depois do que aconteceu nos Açores o Chega perdeu uma oportunidade de ouro. Esta mania de se pretender ser coerente...
Porque é óbvio que o PS sempre que precisar irá negociar com o Chega como negoceia com todos os outros partidos. Não é uma questão de coerência é uma questão de maioria de deputados e foi Costa quem impôs a regra.
Mas a ser verdade o que a maioria dos jornais publica o Chega ao recusar, perdeu uma oportunidade estratégica, embora na situação em que o governo se encontra na área parlamentar oportunidades destas voltarão. Mas o Chega tem que estabelecer que a necessidade é do PS e que a iniciativa é do partido do governo. Clarinho, clarinho junto da opinião pública.
Rebolo-me de rir ao pensar o que diriam os pensadores e comentadores que rasgaram as vestes com a aproximação do PSD ao Chega nos Açores.
Há uma auditoria a correr ao Novo Banco e o mais sensato é deixar que o resultado seja conhecido para se perceber se ambos os lados que assinaram o contrato estão a cumprir. É que um contrato tem duas partes . A torneira do dinheiro está aberta e se o Estado não encontrar maneira de a fechar não se espere que seja o comprador que o faça.
Nem mais um euro para o Novo Banco era a palavra de ordem do PCP e do BE e o PSD, pelo menos por agora, fez-lhes a vontade . Lá para Maio, após a auditoria vamos ver.
É claro que isto tem que ser muito bem explicado às instituições financeiras. Ninguém compreenderia que o contrato não fosse cumprido pelo Estado português e daí resultariam nefastas consequências. Outra coisa é do foro criminal. Há ou não razões para que quem assinou o contrato naqueles termos seja chamado ao Ministério Público ?
O que se sabe é que os activos do ex-BES estão a ser vendidos com enormes e escandalosas menos valias. Há que saber porquê e a quem estão a ser vendidas. Coloca-se no mercado produtos com cerca de 13 mil casas a vender em conjunto. Desde logo a maioria das pessoas e das instituições ficam arredadas do negócio por incapacidade financeira e pouco se sabe o que esconde o produto vendido. Quanto valem a preço de mercado aquelas 13 mil casas ?
O mais certo é estarem a ser vendidas pelos montantes que constam dos créditos em incumprimento muito abaixo do valor do mercado. Há que saber porquê. E ainda mais certo é o comprador estar a ganhar a dois carrinhos porque no fundo da cadeia são uma e a mesma instituição.
Não sabemos mas é preciso saber. E o governo não faça de conta que o PCP e o BE votaram de maneira diversa do PSD.
Há uma parte do PS que esconde bloquistas oportunistas que não saem do PS por interesse pessoal. É mais fácil entrar nas listas em lugares elegíveis no PS. Mas a parte que resta do PS é composta por gente que vê nos bloquistas o seu principal adversário.
E isto, agora assumido por esta ruptura muda tudo.
Desde logo porque o PCP vê a sua importância política crescer exponencialmente. Vai aprovar o orçamento e vai ver muitas das suas propostas de alteração orçamental, aceites. Apesar do BE e das pesadas derrotas eleitorais .
O BE arrisca-se a passar a ser visto como é na realidade. Um partido que promove causas laterais de minorias (aborto, xenofobia, racismo...) mas que não conta para a solução dos verdadeiros problemas políticos, económicos e sociais.
O BE mostra bem com esta decisão que haveria um terramoto interno entre as várias correntes políticas que dentro de si coexistem, se aprovasse o orçamento do PS. Os quatro orçamentos anteriores limitaram-se a "repor" rendimentos que os comunistas viram há muito que não mudou nada mas que os bloquistas insistiram em mostrar como um troféu.
E o PS foi quem ganhou eleitoralmente com a geringonça enquanto o PC e o BE perderam em toda a linha.
O PC vai abster-se a bem do interesse nacional porque o orçamento não é o seu orçamento. O BE não foi capaz de colocar o interesse nacional acima do seu orçamento.
São as PME existentes que representam 80% do emprego e 60% das exportações que pagam isto tudo. O SNS, a SS , a Educação, a Justiça e o resto. O Estado pagador é antes de tudo o Estado cobrador.
Dizem alguns que as empresas pagam mal. Pois pagam mas a solução é bem fácil. O Estado reduz a carga fiscal e a diferença assim obtida distribui pelos salários dos trabalhadores que ganham menos. Ganham todos. O Estado fica com menos e precisa de fazer melhor as contas, as empresas ficam na mesma situação e os trabalhadores e as suas famílias ficam a viver bem melhor. É fácil.
Os políticos é que não querem. Para quem julgava que era de outra maneira estava muito enganado. E como os trabalhadores a ganhar mais descontam mais para o IRS e para a SS o Estado recebe de volta mais dinheiro. E no IVA, porque as famílias gastam mais. Não é esta a política defendida por PCP, BE e aquela parte do PS que devia estar no Bloco ?
O Orçamento é uma soma algébrica, tiras de uma lado e metes no outro, só não aumentam os salários e as pensões de miséria porque a TAP, o Novo Banco, o Montepio ( brevemente) e os negócios fraudulentos que o Estado faz mamam quase tudo e deixam quase nada.
Ou julgavam mesmo que os pequenos e médios empresários é que querem que os empregados recebam baixos salários ? Para quê, para aumentarem o lucro e pagarem cavalares IRC ?
A forma certa em que ganham todos, crescem todos, é pôr a economia a crescer, coisa que não acontece há 20 anos. Distribuir miséria por todos não tem nada que saber, mais tarde ou cedo estamos a bater no fundo como se vê com a política de António Costa.( aumentos de salário em 10 E e pensões em 14 E ? A humilhação maior é de quem dá ou de quem recebe ?)
Eu voto em quem estiver ao lado de quem cria riqueza, de quem melhora as condições para a economia singrar. Para termos melhores salários, melhores pensões, um SNS sem lista de espera onde se morre sem tratamento, uma Justiça com prazos decentes .
O PM e a Ministra da Saúde face ao estado em que se encontra o SNS em que há um milhão de consultas em atraso, cem mil exames e sessenta mil cirurgias por fazer, deviam assumir os erros de planeamento e a ideologia que os impediu de coordenar o SNS com o sector privado.
Deixar morrer gente sem tratamento porque a visão economicista que tanto criticam, sobreleva o interesse dos doentes é algo de muito grave. Culpa grave que tem responsáveis.
Não se pode admitir que a Ministra seja ministra do SNS e não do Sistema Nacional de Saúde ( SNS + H privados + H social) não usando toda a capacidade hospitalar instalada, com graves repercussões no tratamento dos doentes por razões ideológicas e pretensas razões economicistas.
Foi preciso o Presidente da República determinar como segue para que a bebeira ideológica terminasse :
"Podem ser utilizados pelas autoridades públicas competentes, preferencialmente por acordo, os recursos, meios e estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde integrados nos setores privado, social e cooperativo, mediante justa compensação, em função do necessário para assegurar o tratamento de doentes com covid-19 ou a manutenção da atividade assistencial relativamente a outras patologias".
Perceberam ou vamos ter mais mortes por falta de tratamento ?
O PCP afastou-se do governo já há algum tempo e até votou contra o orçamento suplementar . O BE votou contra o orçamento a peça fundamental de qualquer governação. Mas o governo, embora sem mais deputados a apoiá-lo continua a governar.
Nos Açores o PSD tem consigo mais deputados do que a esquerda. Deve governar. Já tivemos muitos governos minoritários. Agora não serve ?
Mesmo que o Chega nacional não alinhe ( estamos a falar da Assembleia Regional eleita directamente pelo povo) são os votos dos deputados do Chega - regional que contam. Ora, as opções são conhecidas. Vota em linha com a proposta de acordo governamental apresentada ( PSD + PPM + CDS ) e está tudo bem. Abstém-se e a proposta continua a ter o maior número de votos ou vota contra e coloca o PS e o BE a governar.
Alguém acredita neste último cenário ? A farsa segue dentro de momentos