Que António Costa tomasse a iniciativa de propor a redução do seu trabalho parlamentar porque está demasiado ocupado ainda se compreendia mas, ser o líder do principal partido da oposição a fazê-lo cheira a golpe.
Ou será que Costa vendeu a ideia a Rio ? Por muito que Rio nos tome de vez em quando por distraídos não creio que aceitasse a encomenda sem contrapartidas. E quais serão ?
Uma maior participação na escolha dos sectores para investir o dinheiro europeu ? É o mais razoável que tenha sido essa a contrapartida. E, paralelamente, tira palco e tempo aos restantes partidos. Mas é tão óbvio que chega a parecer um número de circo.
Rui Rio está mesmo preocupado por o primeiro ministro não ter tempo para trabalhar ? O Costa que está em todo o lado conforme as suas conveniências não tem tempo para o parlamento ?
Digam a Rui Rio e a António Costa que ninguém acredita e que é muito perigoso. Porque cheira a guardar para si mesmos a decisão sobre um enorme volume de dinheiro.
É feio, é mau e levanta suspeitas que ambos se calhar não merecem.
Ontem na RTP António Costa e Silva falou-nos, entre outras várias medidas, de uma rede de centrais de biomassa para aproveitar os resíduos e o lixo que tanto prejudicam a nossa floresta. Limpar a floresta e produzir energia a baixo custo.
Como habitualmente no nosso país as coisas nunca são como parecem :
Um pequeno exemplo do Plano Costa e Silva: vamos finalmente usar a limpeza dos matos para alimentar a produção de energia por biomassa, diz-se no documento. Bom, ótimo. Há 20 anos que existe essa ideia. Mas recorde-se que as centrais de biomassa se tornaram num embuste gigantesco de uso de subsídios baseados em "energia verde" que, na verdade, passaram a aumentar o problema da floresta. Ou seja, a destinar madeira (dos incêndios, por exemplo, e não o mato) para os fornos de produção elétrica.
Qualquer pessoa que conheça a floresta sabe que é pouco rentável andar a limpar mato para o vender, porque a mão-de-obra é cara e o mato gera um enorme volume (e não peso) que torna o transporte dispendioso. Resultado: incentivar centrais de biomassa de árvores estimula mais incêndios criminosos.
Em relação à limpeza de matos e o problema do volume gerado, o problema coloca-se quando se enfrenta o volume em bruto. Existem hoje soluções para no local triturar os resíduos, o que reduz muito o volume e o equipamento é um acessório que se liga a qualquer tractor. Assim como fazer a compactação, o que reduz ainda mais. A questão de fundo é sempre quem vai comprar esses resíduos, os vai pagar pelo preço justo, porque o processo é viável, senão não seria utilizado em outros países com sucesso.
E é assim, o que funciona nos outros países, em Portugal é um esquema de extorquir o dinheiro que nos chega da União Europeia. Se a proposta envolver em cada região, as autarquias e as associações de empresas não é possível montar um negócio sério ?
É que se não é, então, é mesmo necessário que o Estado ataque a corrupção de frente e a Justiça faça o seu trabalho a tempo e horas. Já não é sem tempo.
O governo entre 2014 e 2018 emitiu dívida a médio e longo prazo não percebendo que as taxas de juros teriam uma tendência decrescente. Custou-nos cerca de 1% do PIB por ano. É obra!
A estratégia de gestão da dívida do Governo foi incorreta e dispendiosa. Com efeito, quando as taxas de juro já caíram para níveis historicamente baixos em 2019, o Governo não pôde beneficiar plenamente das taxas de juro mais baixas, porque tinha emitido demasiada dívida de médio e longo prazo entre 2014 e 2018”, argumenta Ricardo Cabral.
Segundo os cálculos do economista, os sucessivos governos e o IGCP [Agência para a Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública], ao optarem por emissões com maturidades mais elevadas entre 2014 e 2018, fizeram custar ao país “cerca de 5% do PIB [Produto Interno Bruto] (10 mil milhões de euros) mais do que o necessário, senão mais”.
Não seria mais simples federalizar a UE de baixo para cima ?
Tenho-o escrito e insisto: mais do que federalizar a União Europeia de cima para baixo, parecer-me-ia mais eficaz que se federalizassem motivações e valores comuns na Europa de baixo para cima. Assim, do mesmo modo que há décadas se construiu o mercado comum, que tanto ajudou a aproximar populações outrora desavindas, agora seria a altura de potenciar ideias igualmente aglutinadoras (começando, por exemplo, conforme um outro texto meu, com um “mercado comum da saúde”). Neste sentido, foi sagaz a introdução na agenda da cimeira de duas âncoras comuns, como a descarbonização e a digitalização. Mas serão elas suficientemente fortes?
Mas eles ultrapassam problemas, encontram soluções, são 27 não é fácil. Mas no fim todos têm razão para rir. E quem ri no fim é o que ri melhor.
Ontem, a Europa foi capaz, com todos esses defeitos processuais, de levar à prática exatamente aquilo para que foi criada: resolver os problemas dos cidadãos.
Há uns meses, falar da mutualização da dívida era um tabu. O tabu desfez-se. Por anos, era inviável a criação de "novos recursos", isto é, novas fontes de financiamento orçamental. Agora, são inevitáveis.
A Europa é lenta no processo, hesitante nas decisões, complexa nos mecanismos. É defeito? Talvez seja, mas é um defeito democrático. Quem se senta à roda daquela mesa tem um mandato a cumprir. Uns foram votados para serem avaros, com a solidariedade no fundo das prioridades. Outros clamam por compensações pela abertura dos seus mercados, arrostando com a imagem de pedinchões. Cada um tem a sua legitimidade. Discutem e resolvem.
Há uma União Europeia com países ditos "frugais", com países "ricos" e com países "pobres" e, mesmo assim, encontram consensos onde prevalece a solidariedade.
Um acordo entre 27 membros só é possível se for do interesse de todos e de cada um. Esperar que países paguem as contas a outros países que não fazem o que devem não é esperar um acordo. É esperar o milagre das rosas.
A China ( de quem tantos dos inimigos da UE, esperam tanto) diz que " se queres ajudar um pobre não lhe dês um peixe, ensina-o a pescar " que é como quem diz , aprende a sair da pobreza com o teu trabalho não com o meu dinheiro.
Já sabemos por cá, há muito, que o "socialismo acaba quando acaba o dinheiro dos outros" e, é isso, que vemos agora no comportamento de António Costa. É talvez o único daqueles líderes que está de bem com tudo e com todos. É que sem dinheiro não tem alternativa . Qualquer acordo é sempre bom.
Embora abra o precedente da criação de um fundo baseado na emissão de dívida pela Comissão Europeia, também é verdade que a UE ficou aquém daquilo que a excepcionalidade desta conjuntura pandémica exige e muito aquém daquilo que defendiam Alemanha e França. O que é dado é sempre aquém, diz o PCP.
E, assim, iremos viver mais dez anos com o governo socialista e as esquerdas ( que tanto odeiam a UE) a dar um peixe "poucochinho" a cada um de nós e a enterrar o resto do dinheiro nas "paixões" súbitas, tipo TAP bandeira, Novo Banco, Novo Aeroporto, indústria do hidrogénio, ferrovia com bitola ibérica ( a mesma que se fala há 20 anos), TGV, Montepio e outras ainda não declaradas mas já devidamente preparadas e declaradas.
E, no fim, lá voltaremos à solidariedade europeia, mão atrás mão à frente, contra os maus dos "frugais" que não nos querem compreender.
Em dez anos Portugal irá receber 6,4 mil milhões/ano. Saber o que lhes fazer, onde, quando e como é essencial para tirar Portugal desta situação de pobreza.
No que diz respeito aos fundos comunitários para investir a fundo perdido até 2029, Portugal vai ter à disposição 57,9 mil milhões de euros, o que assegura 6,4 mil milhões de euros para investir anualmente sem custos associados.
Temos empresas rentáveis que estão com a corda na garganta e é fulcral mantê-las à tona, pois se recuperarem serão eixos fundamentais para o crescimento da economia". O consultor considerou que "esta crise vai exponenciar constragimentos históricos que ainda não conseguimos superar, como o mercado interno limitado, as empresas descapitalizadas, a dívida pública, a produtividade baixa, o nível baixo de investimento e a fiscalidade elevada".
E que, para superá-los, "as empresas têm de estar no centro da recuperação económica", o que implica "alterar o perfil da economia", para "qualificar o emprego e minimizar todas as formas precárias de emprego". Nesse sentido, Costa Silva apelou à criação de mais riqueza, de forma a "atrair imigrantes, fixá-los no país e criar condições para o regresso de parte da diáspora que abandonou o país", o que irá "contrariar o envelhecimento".
Se Portugal continuar a ser (des)governado como nos últimos 20 anos perderemos uma oportunidade única de tirar o país do fundo da tabela. Não saíremos da cepa torta.
Cumpridas quase duas décadas deste século e concluídas dezenas de diagnósticos sobre as razões da nossa estagnação deveria ser agora que, finalmente, se passasse à fase de realização, eliminando os constrangimentos que tantos já evidenciaram. Por maioria de razão, num momento em que se prepara a chegada dos muitos milhares de milhões - mais de 15 - do fundo de reconstrução da União Europeia. Se a concretização do "Plano Costa e Silva" não resolver os estrangulamentos que Portugal tem nomeadamente na qualificação da mão de obra e na educação, na melhoria do funcionamento do sistema de justiça, no governo das empresas e no funcionamento dos mercados de fatores, então teremos perdido uma oportunidade irrepetível de colocar Portugal na senda do crescimento duradouro e sustentável.
António Costa tem pela frente a oportunidade de mostrar que não é só um governante poucochinho.
As escolas nas 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa (AML) que se encontram em estado de calamidade devido à Covid-19 devem retomar o ensino presencial em setembro, um objetivo assumido esta segunda-feira pelo Governo e autarcas.
Na reunião, foram discutidas as condições de funcionamento das escolas, “garantindo flexibilidade nos horários, garantido regras de fornecimento das refeições escolares, garantindo as condições para que se apliquem as recomendações da Direção Geral da Saúde (DGS), em matéria de distanciamento, de segurança, com o princípio de obrigatoriedade de utilização máscara para os estudantes com mais de 10 anos”, adiantou o titular da pasta da Administração Interna, ressalvando que estas são práticas mais exigentes do que aquelas que estão a ser, neste momento, exigidas na maioria dos países euro.
E é assim, o alucinado sindicalista Nogueira fica a falar sozinho com o seu imenso ódio à escola e aos alunos a envenená-lo. Que seja rápido.
Dinheiro sim, mas é preciso ter controlo sobre a sua utilização. Parece razoável que quem doa e empresta muito dinheiro queira escrutinar.
Os partidos anti-União Europeia que andaram a ameaçar que não pagavam, agora com os juros historicamente baixos e com doações andam a apregoar que "ficou aquém". Perante uma pipa de massa querem gastá-la aumentando a despesa pública onde se encontram os seus votos.
Foi o preço que foi pago para obtermos algo que foi histórico. O travão de emergência será um fator de confiança entre todos, que evita algo semelhante a uma troika, mas que também não é um cheque em branco” para os países aplicarem o dinheiro sem controlo. “A solução final não permite a um país qualquer tipo de veto, mas apenas a um Estado poder apelar a um debate político no Conselho Europeu. O Conselho não dá ordens, mas faz um debate político que terá de ser tido em conta.”