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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Seria bem pior se não estivéssemos na União Europeia

A UE chegou a acordo numa bazuca imediata de 540 mil milhões de euros destinada ao sector saúde. A seguir virá uma bomba para o sector da economia .

Como o plafond para cada país é de 2% do PIB para Portugal virão 4,6 mil milhões de euros. Na anterior crise com a Troika vieram pedidos 76 mil milhões. Para constar e não esquecer.

Tendo em mente a situação das empresas, o Eurogrupo congratulou-se pela intenção do Banco Europeu de Investimento de criar um fundo de garantias com 25 mil milhões de euros que podem ser alavancados ao ponto de fazer chegar até 200 mil milhões de euros em programas de financiamento, sobretudo para pequenas e médias empresas europeias que se viram afetadas por esta crise.

A plataforma SURE  vai “conceder aos estados-membros assistência financeira durante este tempo de crise, na forma de empréstimos concedidos em custos favoráveis por parte da União Europeia aos seus estados-membros, num valor até 100 mil milhões, partindo o mais possível do orçamento comunitário”. A plataforma SURE “vai apoiar os esforços para proteger os trabalhadores e os postos de trabalho, ao mesmo tempo que se respeitam as competências nacionais na área dos apoios sociais”,

A grande novidade do acordo obtido esta quinta-feira, porém, poderá estar no “banco de suplentes”. E falamos, aqui, de uma iniciativa de Espanha e de França para a criação de um “Fundo de Recuperação” a pensar no relançamento no pós-crise sanitária.

Portugal tem de pôr a economia a funcionar

A situação das diversas regiões quanto ao coronavirus é muito diferente de região para região. Não podem ter a mesma resposta. Há que reabrir a economia com segurança mas não perdendo de vista o tsunamis que aí vem.

O mapa da evolução dos casos de contágio Covid 19 por Distrito, mostra que as realidades são muito diferentes e por essa razão deve ser avaliado se faz sentido ter as mesmas restrições no Interior, no Litoral ou no Norte do País.

Vejamos, temos o Distrito de Lisboa com 1.934 casos, Porto com 3.976 casos, Aveiro e Braga com 1.148 e 997 respetivamente e depois no Interior temos Guarda, Castelo Branco, Évora e Beja que no seu conjunto não chegam a 100 casos.

As situações destes 2 grupos tão dispares não devem ser tratadas da mesma maneira e é urgente que as medidas de redução do confinamento para as zonas em que os casos são diminutos sejam tomadas.

Se soubermos a origem dos contágios, podemos enriquecer a análise. À priori, pelos dados que são publicados na Comunicação Social temos constatado que a maior parte dos contágios é originário em lares e no sistema hospitalar. Saber a origem dos casos é muito mais importante do que a discussão se se deve ou não usar mascara ou luvas, porque se a cadeia de transmissão está nos Lares e Hospitais todos os esforços devem ser aí realizados.

Portugal tem de pôr a economia a funcionar

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Os bancos tardam em fazer chegar o dinheiro às empresas

A Caixa Geral de Depósitos tem uma enorme oportunidade de mostrar que é essencial no apoio às empresas. Passar por cima da burocracia e acelerar o processo de o dinheiro chegar às empresas é tão importante como o próprio dinheiro. As coisas têm que andar ao ritmo das necessidades das empresas e não ao ritmo dos interesses dos bancos.

Independentemente das ajudas que os bancos receberam do estado a sua função é apoiar a economia . Os bancos financiam-se, em termos médios, a um juro muito acima das taxas negativas do Banco Central Europeu. “E é isso que a banca está a cobrar, entre 1 a 1,5%. Depois, há um o custo das sociedades de garantia mútua. Que pesa sobre o valor que a empresa vai ter de pagar. Não é um custo do banco”.

Mas as empresas é que vão pagar 3%. A CGD não pode baixar este custo e acelerar a chegada do dinheiro às empresas ? Se não pode devemos concluir que a CGD é um banco como outro qualquer e não pode servir de instrumento do Estado no financiamento das empresas ?

Como é que as empresas resistem a estas condições se não facturam e têm que honrar as suas dívidas ? 

Pois, não resistem e a falência das empresas começa sempre pela tesouraria.

A crise na Europa é má mas em Portugal será muito má - II

Depois de quatro anos de tantas vitórias Portugal impreparado sofrerá com a actual crise como só sofrem os pobres. E ficará numa situação que nos arrastará para mais sacríficios sem resolver nenhum dos problemas fundamentais.

Portugal deverá sofrer uma das mais pesadas recessões num grupo de 14 países analisados num novo estudo. A dívida dará um dos maiores saltos. E temos 18% de portugueses na pobreza sem nenhuma esperança de nos próximos anos viverem melhor.

É isto o Portugal de sucesso. Um rotundo falhanço.

Os países do Sul da Europa - Portugal incluído - estavam já entre os mais frágeis antes do vírus, devido à sua estrutura produtiva e à sua elevada dívida externa. Agora junta-se a queda abrupta do sector do turismo de que tanto dependem (e que não será momentânea) e uma dívida pública ainda maior.

Antes de mais uma constatação, o modelo que o nosso país perseguiu nos últimos vinte anos foi um fracasso completo. Portugal, descontando países em guerra, deverá ter sido o terceiro pior país do mundo, em termos de crescimento económico. Só visões profundamente alienadas podem dizer que íamos bem ou que “somos os melhores do mundo”

Portugal com o actual modelo continuará a situação de pobresa sem resolver nenhum dos problemas fundamentais . Nos últimos quatro anos não resolveu nenhum.

Não temos que ser pobres.

Solidariedade exige partilha da austeridade

Quem mantiver rendimentos vai ter que pagar a austeridade pesadamente. Dividendos, salários e pensões nesta ordem e progressivamente.

“Teria de dar toda a razão ao ministro das Finanças holandês se tudo se resumisse a ir ao Banco Central Europeu (BCE) e à Comissão Europeia buscar dinheiro, se, em casa, quem sobrevive não for chamado a contribuir”, sublinha, salientando que não se excluí desse esforço.

“Espero sobreviver e, portanto, estou a falar contra mim”, afirma.

O professor universitário defende mesmo que o pior cenário que se pode dar aos portugueses, por irrealista, “é que o BCE e a UE vão resolver o problema, sem uma distribuição interna de custos”.

“As duas coisas têm de ir a par. Por isso é que falo de solidariedade. Perco toda a autoridade moral se tento pôr o essencial do contributo e da responsabilidade em terceiros. E isso para já não irmos mais longe, porque estamos a falar do nosso problema, mas há sempre, no mundo, problemas mais graves, para cuja resolução também teremos de contribuir; há sempre pior”, diz Daniel Bessa.

A solidariedade exige serviços públicos de qualidade

A solidariedade a que o vírus nos obriga também nos deu a percepção que são necesssários serviços públicos universais e de qualidade.

Os Estados terão de ter um papel mais activo na economia. Devem encarar os serviços públicos como investimentos e não como um peso, e procurar formas de tornar os mercados de trabalho menos inseguros. A redistribuição estará novamente na ordem do dia; os privilégios dos ricos serão postos em causa."

Economistas insuspeitos defendem agora que as decisões de produção devem basear-se no valor de uso dos bens (isto é, na sua capacidade para satisfazer as necessidades humanas) e não no seu valor de troca (ou seja, no seu preço de mercado). Marx ficaria radiante.

A natureza peculiar da actual crise leva-nos mais longe. Ajuda-nos a perceber que o investimento em serviços públicos e a valorização dos quadros técnicos do Estado são uma riqueza que é de todos - e não uma carga a suportar por alguns. Leva-nos a entender melhor as implicações sociais e económicas das relações de trabalho precárias. Deixam claro o custo das desigualdades, que aceleram a propagação de doenças, ao mesmo tempo que se aprofundam com a pandemia.

Vários países ensaiam regresso à normalidade

Não serão todos ao mesmo tempo nem ao mesmo ritmo mas já há países a estudar o levantamento das restrições . O regresso à normalidade, até pela perspetiva de crise económica, é preocupação de muitos governantes.

Na Europa, a Alemanha foi dos primeiros a abordar a questão e a assumir que quer implementar, já partir de meados deste mês, uma espécie de certificados ou passaportes de imunidade, no fundo um documento que comprove que um paciente infectado com a covid-19 já desenvolveu os anticorpos necessários contra a doença, podendo por isso voltar à vida ativa. 

Na Áustria, o primeiro-ministro, Sebastian Kurtz, anunciou esta segunda-feira que as pequenas lojas devem abrir a 14 de abril, medida que se deve estender a todas as lojas e negócios a 1 de maio, conta o "The Guardian”. Hotéis e restaurantes seriam os seguintes da lista, a meio de maio. Relativamente a eventos que juntariam muitas pessoas, não aconteceriam até junho - pelo menos.

No Reino Unido, o ministro da saúde Matt Hancock anunciou também em conferência de imprensa que o país está a avaliar a possibilidade de avançar com estes “certificados de imunidade”.

Em Espanha, Pedro Sánchez anunciou o prolongamento do estado de emergência até 26 de abril, reconheceu que provavelmente será necessária uma outra renovação, mas começou também a falar em luz ao fundo do túnel.

Itália, o país que registou até agora o maior número de mortes, começa a preparar medidas para um levantamento “gradual e controlado” das restrições, uma vez que os italianos parecem ter atingido o pico da curva de propagação do novo coronavírus.

Portugal, Holanda, Dinamarca e França também já falam no levantamento gradual do isolamento e no recomeço da actividade económica. Mesmo assim o tombo económico é assinalável.

As medidas até agora tomadas têm de ser avaliadas de três em três semanas e fica o aviso de que a normalidade pode só chegar daqui a seis meses.

 
 

 

Merkel : mais Europa, uma Europa mais forte e que funcione bem

A chanceler alemã está onde sempre esteve. Ao lado da Europa.

"Estamos perante um grande desafio para a saúde da nossa população", sublinhou a política alemã, lembrando que, mesmo em níveis diferentes, todos os países foram atingidos pela pandemia. "É por isso que é do interesse de todos, e também da Alemanha, que a Europa saía mais forte deste teste", frisou.

Estas declarações da líder alemã ocorrem na véspera de uma importante reunião dos ministros das Finanças europeus que será dedicada aos instrumentos económicos e financeiros a serem adotados para apoiar as economias mais afetadas pela pandemia da covid-19, que paralisou quase todo o continente europeu.

A líder conservadora alemã referiu, na mesma conferência de imprensa, que a Europa devia tornar-se mais "soberana" na produção de máscaras de proteção individual, numa altura em que a grande procura por este produto por causa da pandemia do novo coronavírus suscitou uma competição global impiedosa.

"Embora este mercado esteja atualmente localizado na Ásia, é importante que aprendamos com esta pandemia que também precisamos de uma certa soberania, ou pelo menos de um pilar, para realizar a nossa própria produção", na Alemanha ou na Europa, referiu a chanceler alemã.

 

Cortar salários - Costa a fazer o mesmo que fez a Troika

O lay-off na prática faz o mesmo que fez a troika. Corta salários e dá dinheiro às empresas.

Se as empresas com o lay-off pagam apenas 30% dos salários a que título é que se mantêm a facturar se pagam 100% dos salários ?

Já vimos esta política de corte dos salários a ser aplicada recentemente, nomeadamente pela 'troika' [durante o Programa de Ajustamento Económico e Financeiro]. Foi exatamente a mesma coisa, cortar os salários à maior parte das pessoas empregadas em Portugal", referiu.

Ricardo Cabral crê que desta vez o choque "será ainda maior, dependendo da adesão a estes programas, nomeadamente ao 'lay-off' do Governo".

Ricardo Cabral deu o exemplo "uma empresa que consegue pagar os salários mas tem um incentivo do Estado a dizer para pôr os trabalhadores em lay-off pagando só 30% dos salários", considerando que "na prática o Estado está a dar dinheiro aos acionistas para pôr os trabalhadores em lay-off".

Paralelamente, o professor na Universidade da Madeira (UMa) lembra que "ao reduzir os salários, o choque inicial que afetou a atividade da empresa propaga-se para os trabalhadores, que por sua vez ficam com menos rendimento e vão alterar o seu comportamento", reduzindo a despesa, criando "um choque se que propaga pelo resto da economia".

Tu queres ver ?

Em Itália e Espanha tendência sustentada de menos casos

Itália já pensa em aliviar as restrições. Em Espanha vamos no terceiro dia de redução de casos.

O uso de máscara generalizado, uma aplicação de rastreio, a multiplicação dos testes de diagnóstico e a assistência especializada ao domicílio estão entre as medidas evocadas este domingo pelo ministro da Saúde italiano, Roberto Speranza.

O país, o que mais mortes associadas à covid-19 regista em todo o mundo, tem verificado nos últimos dias uma tendência sustentada de redução do número de novos casos de infeção e, no sábado, anunciou a descida, pela primeira vez, do número de doentes internados em unidades de cuidados intensivos.

Em Portugal pode ver aqui um conjunto de gráficos que dão uma visão global da situação. Estamos duas semanas atrasados em relação a Espanha e Itália  ainda é cedo, mas parece que o nosso país também apresenta sinais positivos.

E uma boa notícia :

Por sua vez, a diretora-geral da saúde detalhou que os casos de internamento em cuidados intensivo são sobretudo pessoas idosas. Questionada sobre os mais jovens, Graça Freitas adiantou que nas idades pediátricas as “notícias são de facto muito boas” uma vez que se tem verificado “uma capacidade enorme de recuperação” nesses pacientes.