Concordo com o Daniel Oliveira. Na Europa, todos os partidos têm programas sociais democratas. Na Grécia, por exemplo, recentemente governada por coligação de extrema-esquerda e extrema-direita (Syriza + Anel), foram quatro anos de governação com programa social democrata.
Acontece que a social-democracia é o nosso inimigo!
As lutas de classes acabaram. É preciso harmonia de classes, para que as classes mais baixas continuem endividar-se, criando a necessidade de terem que ir trabalhar todos os dias, alimentando a máquina. É unânime que o capitalismo venceu. As transições para o socialismo através de revoluções acabaram. O novo objectivo é a transição suave, através de uma economia de mercado amordaçada, sob total controle, regulando, tributando, restringindo e submetendo todos os empreendedores às ordens do Estado. É preciso manter o poder sobre os agentes do mercado.
Não de pode matar o hospedeiro com revoluções marxistas! A ideia é mantê-lo vivo, explorando-o o máximo possível.
Dois resultados exemplificativos e já conseguidos: cada vez mais o ordenado médio se aproxima do ordenado mínimo, e cada vez mais os membros da classe bolchevique nomeiam familiares para sinecuras. Até parece que houve uma revolução de Outubro e ninguém reparou. Brilhante, não é?
Eu gosto do Prof Louçã. Não concordo com ele em muitas coisas mas reconheço-lhe inteligência, coerência e conhecimento. Mas com a aproximação ao poder o Professor está a perder qualidades.
A gestão privada de um hospital público baseia-se num orçamento negociado entre o estado e a entidade privada, objectivos a concretizar mensuráveis e no exercício da exploração com aplicação das regras e Leis aplicáveis nas organizações privadas.
É preciso fazer uma compra de elevado montante de medicamentos ? Os privados negoceiam com os dois ou três fornecedores que lhes asseguram qualidade e prazos de entrega e escolhem o melhor preço. No público faz-se um concurso público e ganha quem cumpre as regras do concurso o que nem de perto nem de longe assegura o melhor preço/qualidade.
A gestão privada tem uma flexibilidade que a gestão pública não tem. Se a mesma equipa de gestão trabalhar num ambiente privado consegue melhores resultados que num ambiente público. Só quem está preso em ideologias é que não reconhece o que é evidente.
Quando Louçã fala em milhões de euros que são entregues aos privados está a empurrar-nos para uma mentirinha. Os milhões são para aplicar no pagamento dos custos do exercício, não são para remunerar a gestão.
É por estas razões que as universidades há muito que exigem autonomia na gestão, aplicação dos princípios administrativos da gestão privada e responsabilidade para responder perante os resultados segundo os objectivos negociados.
O Prof Louçã que estudou estes assuntos na mesma universidade em que eu estudei e onde é professor ( eu só fui aluno) sabe bem que é assim. Outra coisa bem diferente é o Estado onde o prof vê todas as qualidades e méritos para gerir os nossos impostos se comporta como um facínora e oferece contratos aos privados que são autênticos roubos ( energia, comunicações, água, pontes sobre o Rio Tejo, transportes...)
São más as PPPs ? A responsabilidade é da gestão pública que aceita os respectivos termos .
O que me parece é que a Venezuela não pode manter o estado a que chegou. Tem que haver uma solução de preferência pacífica. E também se percebe mal que quem após todos estes anos levou o país a este estado tenha agora soluções diferentes.
Na Venezuela como em todas as ditaduras vai haver um dia ( ou uma madrugada) limpo e inteiro.
Catarina Martins desafia o PS a escolher um lado, ou o público ou o privado. Mostra bem ao que vem. É uma posição ideológica que não tem em apreço o bem estar do doente.
O doente não pergunta se o hospital é público ou privado, interessa-lhe que seja bom, que seja tratado com profissionalismo segundo o "estado da arte" e a tempo, que não seja atirado para listas de espera onde muitos acabam por morrer.
O BE já teve uma boa resposta do PS . Isto não é a União Soviética onde o estado toma conta de tudo e de todos. Não, obrigado, o povo português anda em repetidas eleições a recusar esse modelo.
Um país pobre com um estado endividado e com maus serviços públicos não consegue manter um bom Serviço Nacional de Saúde . Pode ter alguns serviços de excelência mas não pode manter uma boa rede de serviços universais e gratuitos. Essa é a razão maior da existência de uma rede alargada de serviços privados e sociais. O Estado perante esta evidência só tem que escolher o lado do doentes. Tratá-lo dentro dos prazos medicamente indicados seja no público seja no privado. O resto são fantasias ideológicas.
Um bom exemplo é o Serviço Nacional de Saúde de Cuba que reconhecidamente tem bolsas de excelência a par de uma rede velha e desactualizada de hospitais . Um país pobre não pode ter um SNS rico.
O que o BE tenta com esta agenda ( hoje recuou ) é dar uma importância excessiva à gestão privada de três ou quatro hospitais públicos . Pessoalmente só vejo uma vantagem que é a de podermos retirar lições quanto aos modelos em confronto e, dessa comparação, melhorar a gestão pública e a gestão privada.
Alguém acredita que um hospital de 200 camas por exemplo, possa ter um orçamento na gestão pública de 10 e na gestão privada de 200 ou vice-versa ? Se pode é porque mais uma vez o Estado é incapaz de olhar para o interesse geral da nação.
Entre os partidos com presença parlamentar nunca ouvi algum a defender a privatização do Serviço Nacional de Saúde. E a razão é simples. O povo não deixaria. O SNS é o maior feito social da Democracia .
Mas é claro que este facto retira uma bandeira que o Bloco de Esquerda gostaria de empunhar. Olha nós a cantar avenida abaixo. " Matar o SNS do PS e criar o SNS do Bloco". Como esta realidade é pura fantasia as meninas do BE criam a ilusão. Estamos aqui para não permitir aquilo que ninguém quer fazer. Giro, não ? O PCP mais pragmático vai dizendo o mesmo mas mais envergonhadamente.
O que sempre se discutiu e com essa discussão foi possível criar o actual SNS, foi que o Estado represente o núcleo duro e principal do sistema e os privados sejam o complemento. Para que a oferta seja mais e melhor, para que acabem as listas de espera, para que o Estado não seja o único financiador e prestador do serviço, para que os privados aliviem a pressão sobre hospitais públicos subfinanciados por um Estado que não tem dinheiro.
Com este débil crescimento da economia, com a elevada dívida pública, com o envelhecimento da população, o estado não é capaz de sozinho sustentar financeiramente o SNS.
É a natureza mais profunda da Europa. É também por isso que a UE deve deixar de fora a Turquia de Ergodan.
"Temos orgulho de este continente ter uma influência cristã" e "não é algo para os museus, isso deve guiar-nos para o futuro", disse Weber na cidade alemã de Munster, durante o comício de abertura da campanha das europeias dos partidos de centro-direita no poder na Alemanha, a CDU de Angela Merkel e a CSU da Baviera, da qual é membro."
E há fundadas razões para isso : O arcebispo de Estrasburgo, Luc Ravel, nomeado pelo Papa Francisco em fevereiro, declarou recentemente que "os muçulmanos devotos estão cansados de saber que a sua fertilidade é tal hoje, que eles a chamam de... a Grande Substituição. Eles afirmam de maneira tranquila e resoluta: "um dia, tudo isso, tudo isso, será nosso"...
Há 20 anos que não crescemos e isso explica os problemas com que nos confrontamos.
Os partidos e os sindicatos tradicionais terão de arranjar coragem para desatarem o grande nó górdio que impede Portugal de avançar: Fazer as reformas necessárias para que a economia possa voltar a crescer de verdade, após 20 anos de quase estagnação. Só assim será possível melhorar o nível de vida dos portugueses, manter o estado social e, no fim do dia, preservar a democracia e a liberdade que Abril nos trouxe.
Isto não é a União Soviética grita-se no PS, face à chantagem do Bloco de Esquerda na negociação da Lei de Bases da Saúde.
O BE fez saber que nas PPP não cedia mas, face à posição dos restantes partidos já está a ceder. É que a idiotice é de tal calibre que o próprio PCP refugia-se em prudente silêncio. É bem de ver que um Sistema Nacional de Saúde que deixa morrer pessoas em listas de espera precisa não de menos mas de mais oferta. Ora, sem complementaridade dos sectores privado e social quem sofre são os doentes. Por falta de consultas e de cirurgias.
Rio reiterou que os sociais-democratas defendem um sistema “predominantemente público”, mas que não pode “dispensar a complementaridade do setor social e do privado”. “Predominantemente público sim, exclusivamente público não, como exclusivamente privado também não. Se o PS se aproximar, nós votamos favoravelmente, se não se aproximar não podemos votar favoravelmente”
Do BE não é de estranhar que não se importe que os doentes morram à espera, afinal ficamos hoje a saber que também não se importam que os adversários políticos morram e depressa.
César recusou cedência total ao BE. Governo assume “erro”. Costa e Catarina evitam guerra total. Lei de Bases da Saúde na mão do PSD.
O que mais me irrita no Bloco de Esquerda nem é a infantilidade do discurso é mesmo a sonsice.
"Em declarações ao Observador, uma fonte oficial do Bloco de Esquerda explica que “a referência é evidentemente simbólica: Bolsonaro e as suas políticas contra os direitos humanos devem passar ao passado”. Sobre o facto de o vídeo ter sido apagado das redes do partido, a mesma fonte esclarece que, “no momento em que o vídeo começou a ser pretexto para animar as redes da extrema-direita, foi apagado”."
Reparem bem como o Bloco nunca tem dúvidas e raramente se engana: se retirou o vídeo não é por reconhecer que realmente é uma estupidez, é apenas para não animar as redes da extrema direita, de resto o vídeo não tem problema nenhum, como qualquer pessoa sensata pode perceber.