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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Na Autoeuropa agora são os aumentos salariais

Quando não se quer chegar a um entendimento qualquer argumento serve. Agora a Comissão de Trabalhadores quer um aumento de salário de 6% que é o dobro do proposto pela administração da fábrica.

Isto quando a inflação não chega aos 2% mas os sindicatos querem somar-lhe o que prevêem de aumento da produtividade tendo em conta o número de viaturas fabricadas com o novo horário de 24h, incluindo o sábado e com descanso ao domingo.

Se os salários estivessem relacionados a um prémio extra segundo os objectivos alcançados esta questão não se colocava. Objectivos negociados, alcançados, e os trabalhadores receberiam o combinado. Mas este esquema conhecido há tanto tempo nunca vingou nesta e noutras empresas por cá. É que aumentar o salário é uma forma de ganhar mais no presente e no futuro sejam quais forem as condições económicas e financeiras da empresa.

Transforma-se um custo variável num custo fixo. No fundo é tentar que o processo salarial usado nas empresas do estado e na própria administração pública seja adoptado nas empresas privadas que, ao contrário das públicas, vivem em mercado concorrencial.

E a Autoeuropa vai-se desgastando e perdendo credibilidade neste conflito sem fim à vista . Qual será a exigência que se segue ? 

É na Finlândia que se testa o Rendimento Básico Incondicional (RBI)

É na Europa que decorre a experiência piloto do RBI . E não é por acaso. Na Europa a economia responde às necessidades, tem o Estado solidário mais avançado, lidera na investigação e na inovação .Tudo isto precisa de respostas política e socialmente avançadas . Nunca tantos viveram tão bem durante tanto tempo. É altura de avançar com a Europa na liderança.

Há dois aspetos da incondicionalidade que geram mais polémica: o facto de o RBI poder ser atribuído sem condição de recursos, ou seja não está condicionado pelo rendimento que o cidadão aufere e o facto de a sua atribuição não estar condicionada à obrigatoriedade de trabalhar.

Vamos apenas concentrar-nos na discussão do segundo aspeto, isto é, no facto do RBI ser incondicional no sentido de livre de obrigações, incluindo a de trabalhar, pois este é um aspeto basilar do RBI. Esta oposição subdivide-se em dois principais argumentos:

  • (1) Argumento ético: se não é obrigatório trabalhar, então isso é imoral, já que o RBI promove modos de vida moralmente questionáveis, em particular um modo de vida de ócio e preguiça.
  • (2) Argumento político: se não é obrigatório trabalhar, então isso é injusto, uma vez que para que uns possam viver na ociosidade, outros têm de trabalhar.

Em conclusão, um rendimento participativo justifica-se mais facilmente ao nível da justiça produtiva, embora como vimos, um RBI também se possa justificar por essa via. Mas é ao nível mais fundamental da justiça distributiva, que o RBI livre de obrigações se justifica mais facilmente, da mesma maneira que justificamos o benefício universal e incondicional à educação e saúde públicas. O RBI à luz da justiça distributiva legitima-se enquanto forma de igualar as oportunidades de todos sermos livres.

Dívida de Portugal é de alto risco

Com o crescimento económico que atravessamos o governo devia constituir almofadas financeiras para absorver os choques externos quando eles chegarem. Em vez disso os partidos da extrema esquerda insistem em querer aumentar salários e pensões . Aumentar a despesa pública para a seguir exigirem a renegociação da dívida .

O BCE já anunciou que irá recuar na compra de dívida, embora de forma prudente, o que irá aumentar a taxa de juros em pelo menos 1% o que corresponderá a 7 pontos percentuais.  Portugal é dos países que mais sofre com a subida dos juros.

Portugal faz parte de um grupo de cinco países cuja dívida pública é de alto risco num cenário base (de políticas invariantes), ao lado de Itália, França, Bélgica e Espanha. A longo prazo, o risco de Portugal é baixo, mas os técnicos avisam que o mau histórico do país dá razões para desconfiar ou, pelo menos, colocar essa classificação em perspetiva.

O aumento dos juros nos mercados internacionais poderá acontecer, por exemplo, se o Banco Central Europeu decidir subir a taxa de juro diretora. Neste momento, Mario Draghi tem afastado esse cenário: “Ainda não podemos declarar vitória”, afirmou o presidente do BCE, assinalando que vê poucas hipóteses de uma subida da taxa de juro ainda em 2018.

Mas há mais cenários de risco para além dos juros. O crescimento económico, por exemplo, também é um fator essencial para a evolução da dívida pública uma vez que o rácio se calcula com base no PIB. Num cenário em que o crescimento económico é inferior em 0,5 pontos percentuais face ao estimado, o rácio aumentará 7,1 pontos percentuais, tendo em conta o mesmo período de dez anos. ( 2018-2028) .

A partir de agora já não é o maior partido que governa

Basta ter 116 deputados no Parlamento . Um dos resultados da ruptura de António Costa com a prática habitual é que o Bloco Central ( PS+PSD ) pode governar para sempre ou quase o que seria muito mau para a Democracia.

Temos assim dois blocos, um à esquerda outro à direita. À esquerda o PCP já sofreu um rude golpe por ter saído do seu casulo. Autarcas e sindicalistas não gostam e o partido já deu muitos sinais de que não está disposto a continuar a perder influência nas autarquias e na rua . E não pode deixar a posição contrária à União Europeia o que em tempos positivos mais deixa o partido a falar sozinho.

Já o BE está mortinho para ter ministros, vai vender a inocência para estar no governo .Após esta experiência governamental ao BE vai-lhe acontecer o que aconteceu aos partidos irmãos em toda a Europa . Em que é que se distingue do PS ? Estar contra a União Europeia e a Zona Europeia dá votos ? Os mais de 80% da população que apoiam a integração na Europa não gosta dessa posição.

Já  à direita a ligação de CDS com o PSD é natural pois não há grandes diferenças que ponham em dúvida um entendimento. A Geringonça dependia muito da liderança  de Passos Coelho como líder da oposição e isso agora já não acontece .

O filme pode virar já em 2019 e como muitas vezes o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro . Mas é claro que o às de trunfo é que a economia da Zona Euro continue ou não a portar-se positivamente

O PS ao não conseguir fazer as reformas que se impõem não depende de si próprio .

É preciso ir buscar o dinheiro onde ele está nem que seja na Santa Casa

Como se o problema fosse esse a Santa Casa prepara-se para entrar com 160 milhões para ficar com 6% do Capital do Montepio em vez dos 10% por 200 milhões. Uma palhaçada pois no essencial o golpe é o mesmo . Tirar o dinheiro de uma instituição social para o meter numa instituição com graves problemas financeiros .

Quer o governo, o Montepio e a Mutualista paga a Misericórdia .

Ninguém protesta ou poucos protestam neste ambiente tão PS em que vivemos . Quem defende a Santa Casa de uma aventura em que o dinheiro dos pobres é metido numa embrulhada crítica é reaccionário .

Além dos jogos, sua principal fonte de rendimento, tem um vasto património e é a mais importante organização de solidariedade portuguesa. Ocupa-se de doentes (Alcoitão, por exemplo), pobres, velhos e crianças.

Há evidentes riscos para milhares de pensionistas do Montepio, para outros tantos doentes, pobres, idosos e crianças apoiados pela Santa Casa. É chocante a irresponsabilidade dos governantes! E ainda mais surpreendente é a quase ausência de protestos na opinião pública. Só não se espanta quem pensa que os portugueses estão já tão moralmente corruptos que não se importam com a destruição de instituições de apoio social, em nome de opções políticas de oportunidade.

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Rui Rio tira Google ao governo

Em primeira mão o governo quis fazer-nos crer que tinha trazido para Oeiras a Google ( parece que é um backoffice) e que com isso criava 500 postos de trabalho altamente qualificados.

Mas esse anúncio durou pouco tempo ( como habitual em Costa). Logo o seu adjunto veio dizer que afinal o governo não tinha feito nada para que a Google ( empresa privada escolhe ela própria onde quer trabalhar) escolhesse Portugal.

Rui Rio fez uma pergunta chata para caramba. Então se foi o governo a negociar com a Google porque foi a multinacional para Lisboa ? Porque não o Porto ? Então a descentralização ?

O governo com o Infarmed entre mãos e com a descentralização congelada logo deu o dito por não dito . Mas não explicou as razões ( haverá muitas ) mas a principal é a existência na Zona de Lisboa da fibra óptica que não existe no resto do país ( ou é má).

Pedro Siza Vieira questionado pela ‘Lusa’, sobre esta tomada de posição, esclareceu que a decisão foi meramente empresarial, dando também resposta às afirmações do líder do PSD, Rui Rio, que ao ‘Expresso’ diz que se perdeu uma oportunidade para o Governo ser coerente com o discurso da descentralização e da desconcentração de serviços

Luís Aguiar-Conraria "Umas e outras podem sempre perguntar o que tem o Estado a ver com o assunto."
Claro, nada. E o Governo fez o anúncio, preparava-se para ficar com os louros, e já teve de vir a terreiro dizer que afinal não tem nada a ver com o assunto. Já me parece um efeito interessante desta intervenção, não?
( da de Rui Rio )

Marco Silva Luís Aguiar-Conraria existe igualmente uma resposta técnica a Rio que ainda ninguém foi capaz de dar, que é responsabilidade da empresa, porque vai a Google para Oeiras? simples, porque a rede de cabos de fibra óptica chega a Portugal em LX e arredores, não há um único no norte, e mesmo nessas velocidades uma empresa como a Google quer a maior rapidez possível mas também o menor número de ligações até ao cabo em questão. Para a Amazon a velocidade e disponibilidade não são tão essenciais como para um motor de busca.

A precariedade e o desemprego só melhoram nos países desenvolvidos

Quando a riqueza produzida é suficiente todos ganham embora uns mais que outros. Nos países desenvolvidos a precariedade e o desemprego dão sinais de recuperação. Os países da União Europeia são países desenvolvidos. Vinte e sete em quarenta e oito países desenvolvidos a nível mundial.

Mas ainda há 1,4 mil milhões de trabalhadores no desemprego ou com emprego precário ( mal pagos e com pouca ou nenhuma segurança) . É preciso distribuir melhor .

O documento estima que nos países desenvolvidos, o desemprego caia para níveis anteriores à crise, enquanto no global deverá permanecer em níveis idênticos aos de 2017.

Apesar do desemprego global estar a estabilizar, a precariedade é altíssima em muitas partes do mundo, afirma a OIT. A organização estima que em 2017 cerca de 1,4 mil milhões de trabalhadores tinham empregos vulneráveis ou precários, um número que deverá crescer 35 milhões até 2019. Nos países em desenvolvimento, o emprego vulnerável afeta três em cada quatro trabalhadores.

“Embora o desemprego global tenha estabilizado, o défice de trabalho decente continua a ser generalizado e a economia global ainda não está a criar empregos em número suficiente”, afirmou o diretor-Geral da OIT, Guy Ryder, durante a apresentação do documento.

Não se pode deitar o menino borda fora com a água do banho .

PCP e BE vão abandonando a ideologia na gaveta

Tal como Mário Soares meteu o socialismo na gaveta também o PCP e o BE abandonaram os seus pilares ideológicos . De ambas as vezes o PS ganhou paz social. Os Arménios e os Nogueiras deixaram-se de manifestações . No entanto :

O Partido Socialista, apesar de claramente minoritário, pode fazer o que quiser graças a um subtil poder de chantagem sobre os parceiros. Na verdade, PCP, PEV e BE nunca recusarão o apoio ao executivo, pelo menos nos momentos decisivos, sem serem acusados de provocar o regresso da odiada direita. Como além disso estão ansiosos por exorcizar a sua imagem de trolls antidemocráticos, vão abandonando a ideologia na gaveta.                                                    

Propostas como reestruturação da dívida pública, reversão programada das privatizações, controlo público da banca, imposto sobre as grandes fortunas, libertação da submissão ao euro, entre tantas outras que eram centrais nos programas eleitorais de 2015, foram tranquilamente esquecidas.          

Em vez disso, apoiam aquilo que, se estivessem na oposição, acusariam de "política de direita do PS": cumprimento das regras europeias, manutenção das leis laborais e de todos os pilares do regime que andaram 40 anos a criticar. Afinal, a política deste governo tem sido praticamente igual à que seria se o PS tivesse maioria absoluta.

Então para quê votar naqueles partidos ? As autárquicas já deram um primeiro e importante aviso .

Nesta altura de optimismo devemos fazer três coisas

Estamos numa onda de optimismo mas convém relembrar que em 2008, o ano que marca o início da Grande Recessão, o FMI também estava otimista em janeiro, prevendo que a economia mundial cresceria 4,1%.  O mundo viria a terminar o ano em forte desaceleração e uma contração global no ano seguinte.

Nestas alturas de otimismo económico devemos fazer três coisas: em primeiro lugar, gozar o bom momento; em segundo, preparar o futuro, já que sabemos que um ambiente superior à média não se pode manter por muito tempo; e em terceiro lugar, prepararmo-nos para uma crise, já que estas são mais perigosas e violentas quando nos apanham no meio da festa.

Como é bom de ver por cá só fazemos uma delas. Gozamos o momento. É ver o crédito concedido aos particulares para consumo que já preocupa toda a gente .

 

Temos fragilidades estruturais que se mantêm e que serão notícia em próxima crise

A presente onda é para surfar enquanto durar . Como estamos a assistir agora, o efeito de halo na forma como olham para nós é muito forte. Portugal é uma pequena economia aberta, vulnerável ao vento que sopra de fora, com grandes fragilidades estruturais que se mantêm e que serão notícia numa nova crise. Nessa altura, as lavadeiras do Porto vão voltar a aparecer na imprensa internacional. Até lá é aproveitar o que se puder - de preferência sem perder de vista cá dentro que realidade e aparência não são a mesma coisa.  

No Portugal dual, uma grande parte da população ainda vive no lado com menos luz - o dos salários baixos e estagnados na retoma, da cultura de trabalho inimiga do mérito e da conciliação com a família, da emigração forçada pela necessidade. Estes títulos que se ouvem aqui e ali são desligados da sua realidade.