António Costa está fragilizado perante Marcelo . PS está fragilizado perante PCP e BE . E o governo está mais fragilizado perante o Presidente da República e perante o PCP e o BE. Os astros começam a alinhar-se para o que pode vir a acontecer. Tudo vai ser diferente daqui para a frente.
Os partidos à esquerda do PS recusaram apoiar o governo na recente rejeição da Moção de Censura. O discurso duro de Marcelo abriu a porta a eleições antecipadas que têm que esperar pela nomeação do secretário geral do PSD e, Santana Lopes, fala em fim antecipado de legislatura.
As greves, os avisos e as ameaças voltaram à rua justamente quando se discute o orçamento para 2018. E Bruxelas avisa sobre os perigos que rondam o défice combinado para 2017 e 2018.
Esta Frente de Esquerda em que PS defende a União Europeia e o PCP e o BE a rejeitam não pode enganar todos durante o tempo todo.
Jerónimo e Catarina bem dizem que nunca perceberam a diferença entre um défice mais baixo e outro mais alto. Nunca ninguém lhes explicou o que mostra que são os malandros neo-liberais que nos querem tramar.
A Comissão Europeia não acredita no cálculo do ajustamento estrutural feito pelo Executivo e depois de refazer as contas avisa que a meta traçada pelas autoridades portuguesas está abaixo do combinado. Além disso, o Executivo comunitário salienta dúvidas quanto à evolução da despesa líquida primária, outro indicador usado para avaliar o cumprimento das regras orçamentais. "Também a taxa de crescimento nominal da despesa líquida primária excede a taxa recomendada de 0,1%, apontando para um fosso igual a 1,1% do PIB em 2018."
E hoje estamos em greve para aumentar a despesa primária em salários e pensões.
António Costa e o PS nunca apresentaram ao povo a possibilidade de construirem uma Frente de Esquerda com comunistas e a extrema esquerda. E isso pode mudar tudo.
O PCP que ainda há dias segurou o governo é o mesmo que hoje está em greve nacional encerrando escolas e hospitais. Querem mais salário , mas a grande maioria do povo - o sector privado - começa a manifestar-se.
António Costa já deixou escapar na Assembleia da República que " o PS e o BE ainda não fazem a maioria" e nestas coisas o PCP não perdoa. A greve está na rua.
Á redução do défice começa a ser criticada, os impostos e as taxas não param de crescer, a dívida bate recordes e a economia sem investimentos esgotou a margem potencial de crescimento.
Entre os partidos que apoiam o governo as diferenças são profundas como diz Mariana Mortágua assegurando , no entanto, que há solidez. Vamos ver se chega ao fim da legislatura.
O Presidente da República e António Costa estão chocados, o primeiro com a tragédia dos incêndios e o segundo com o discurso do primeiro . António Costa mais uma vez tentou passar por entre os pingos da chuva como se 110 mortos fossem coisa de somenos.
Tancos foi uma ópera bufa que humilhou os militares e sobre os quais o governo deixou que se abatesse o ridículo. Isso paga-se caro.
Morrem doentes em fila de espera. Isto está mesmo muito melhor.
Uma larga maioria prefere que se reduza o défice do que fazer as reversões dos salários e pensões. Os salários repostos dizem respeito à administração pública e as pensões aos pensionista como é bom de ver. De fora fica a grande maioria dos trabalhadores - o sector privado.
Contrariamente ao que nos querem fazer crer o país não quer a reposição de rendimentos sem que antes tenha a certeza que as contas públicas estão consolidadas. Temos resposta para as sucessivas sondagens que mostram que PCP e BE não sobem nas intenções de voto.
Perante o desafio de ter de continuar a baixar o défice ou repor salários e pensões, 55,5% do total de inquiridos disse que adoptaria a primeira opção como prioridade. Mais de um terço dos inquiridos, mais concretamente 36,7%, daria preferência à reposição dos cortes nos salários e pensões. 5,4% revelam que escolheriam as duas opções e 2,4% não teria opinião.
Desde que tomou posse, em Novembro de 2015, o Governo liderado por António Costa já aumentou pensões em 2016 e em 2017 e repôs totalmente os salários dos funcionários públicos, que desta forma regressaram a níveis de 2010, ano anterior à chegada da troika a Portugal.
A força dos que preferem o equilíbrio das contas públicas.
Marcelo exorbitou os seus poderes nas suas declarações queixa-se o jornal do PS .“Foi, também, a primeira vez, no Portugal de Abril, que um Presidente da República reclamou, publicamente, a demissão de um ministro e a remodelação do Governo. Marcelo exorbitou, claramente, dos seus poderes constitucionais”.
A gente lê e não acredita que quem escreve se esqueça que o então Presidente Sampaio demitiu um primeiro ministro - Santana Lopes - que gozava de um apoio maioritário na Assembleia da República.
Sócrates levou o país à bancarrota e solicitou ajuda externa - só ele o podia fazer pois era o PM em exercício. As medidas duras que a ajuda externa aplicou são da responsabilidade do governo de Passos Coelho. O PS perde as eleições e para salvar a pele junta-se aos comunistas e à extrema esquerda . As tragédias dos incêndios, as mortes em fila de espera e o roubo de Tancos são resultantes das medidas do governo anterior.
Tudo o que é mau é da responsabilidade do governo anterior tudo o que é bom é da responsabilidade do actual. Isto apesar de estar há dois em funções governativas.
Pode-se enganar alguns durante algum tempo mas não é possível enganar todos durante o tempo todo.
A mentira orçamental e as cativações que degradam como nunca os serviços públicos estão a revelar-se à luz do dia.
Há crime ? A bastonária da Ordem dos Enfermeiros quer saber o que aconteceu para que esta tragédia tenha acontecido e solicitou à PGR uma investigação.
Pelo menos para se saber o que aconteceu e se há incúria ou responsabilidades e de quem.
Os Serviços Públicos sofrem na pele as "cativações" de Centeno numa austeridade escondida que começa a chegar à luz do dia. As vítimas dos incêndios e agora as vítimas do SNS. É demasiado mau.
Ana Rita Cavaco pede a Joana Marques Vidal que "intervenha em nome das 2605 pessoas que morreram em lista de espera". E diz: "Os nomes não sei, para o caso não preciso saber. São pessoas e isso basta-me. Podia ser qualquer um de nós." Sublinha ainda que "o tempo de vida não pode ser o tempo da política. E as decisões políticas não são imunes à ação da Justiça".
Não vale tudo e Marcelo tem que intervir . Chega de malabarismos orçamentais.
PCP e BE sempre souberam da austeridade escondida como forma de atingir o défice pretendido. A tragédia teria sempre acontecido mas não nas proporções verificadas bem como as listas de espera na Saúde . Em ambos os sectores a austeridade escondida veio ao de cima com vítimas como nunca aconteceu. "
Há números que valem mais do que mil palavras. A verdade, como aprendemos com a sabedoria popular, vem sempre ao de cima como o azeite. À medida que o tempo passa e chegam os dados, percebemos como é que foi possível repor os salários da função pública e eliminar cortes de pensões e, ao mesmo tempo, reduzir o défice público em 2016. A dimensão dos cortes mascarados de “cativações” ultrapassa o que se fez na era da troika.
Os números foram divulgados pela UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) na análise à proposta de Orçamento do Estado para 2018 e são reveladores da táctica que foi usada para o Governo tornar o que parecia impossível realizável.
A tragédia dos incêndios pôs a nu essa estratégia de cortes já que obrigou a olhar para o Orçamento na perspectiva de um serviço específico. Este Governo dotou a protecção civil com menos recursos financeiros do que aqueles que tiveram na era da troika, como se pode ler neste trabalho do Observador, Fact checks. As verdades e enganos na moção de censura. Nunca saberemos o peso que teve a falta de recursos financeiros no que se passou nos incêndios deste Verão.
Para os partidos não tem eleitores para os privados não tem mercado. Está mais que explicado.
Agora que partimos praticamente do zero é possível reconstruir na óptica da criação de riqueza e da fixação de pessoas.
Ainda há pouco tempo estive novamente na casa de um amigo numa aldeia perdida na Beira Baixa. A sua casa faz parte de uma quinta cheia de matizes de verde. Vinha, oliveira, árvores de fruto, tudo cercado por eucaliptos e pinhais. A terra é diferente, Zé ? É igual só que a minha é trabalhada.
Sempre tivemos défice alimentar, o que produzimos não é suficiente para nos alimentarmos. Há séculos que andamos a pagar os salários dos agricultores dos países de onde importamos os bens.
António Costa já falou mais do que uma vez na construção de pequenas e médias barragens para o regadio de terras no interior. O país reagiu ? Ouviu ? Discutiu ? O mesmo com a descentralização. Em Portugal o que não interessa aos negócios dos instalados à sombra do estado em Lisboa morre na espuma dos dias.
Andamos trinta anos ou mais para construir a Barragem do Alqueva. Hoje temos lá 120 mil hectares de regadio e preparam-se mais quarenta mil. O Alentejo seco e de cor da palha mudou para verde.
Claro que há sempre quem esteja procupado com os lobos e os morcegos e menos com os homens e mulheres que são obrigados a abandonarem as suas terras.
Enquanto a esquerda enfraquece o SNS não há indignação que se note.. Mas há exigências de médicos e enfermeiros. A lista de doentes em espera é cada vez maior bem como a lista de fornecedores a quem não são pagos em devido tempo os seus créditos.
Os tempos de espera para cirurgia e consultas diminuiu entre 2013 e 2015 e aumentou em 2016. Ou seja os doentes saíram beneficiados com a tal austeridade.
Os anos de reposição de rendimentos foram bons para médicos e enfermeiros mas péssimos para os doentes. É que os doentes não estão ancorados no PS, PCP e BE .
E é assim que se governa um país adoçando a boca às clientelas. E em 2016 morreram mais de 2500 doentes em lista de espera para cirurgia.
Tiago Oliveira é um técnico considerado académica e profissionalmente mas arrasta consigo um pecado mortal. Trabalhou para uma empresa privada a Navigator. E os caniches de Pavlov já reagiram.
Não deixa de ser irónico que Tiago Oliveira tenha sido, com José Miguel Cardoso Pereira, um dos autores da Proposta Técnica para o Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios elaborada em 2005 e que foi, no essencial, desconsiderado pelo governo de então, dirigido por José Sócrates e que tinha como ministro da Administração Interna António Costa. Tenho pois a esperança de que agora se possam recuperar muitas das boas propostas de então e continuam actuais.
Sem surpresa, pois nunca nos surpreendemos como as reacções dos caniches de Pavlov, os bloquistas de serviço já trataram de desconsiderar esta nomeação por Tiago Oliveira trabalhar para a Navigator, da mesma forma que a Liga dos Bombeiros também já mostrou incómodo.
Fala-se de celuloses e eles salivam. Na verdade a experiência profissional de Tiago Oliveira na prevenção e combate aos incêndios florestais numa empresa que vive precisamente dos recursos da floresta qualifica-o de forma especial para o lugar que vai ocupar. Mas que interessa isso a quem vive na bolha de Lisboa e se alimenta dos preconceitos e mitos que alimentam as conversas das noites no Lux?