Várias empresas ligadas à construção naval e aos portos ligaram-se numa "hub" para potenciar o crescimento e a internacionalização. O sector tem cerca de 500 empresas muitas das quais com menos de 10 empregados.
É preciso prepara recursos humanos para as novas tecnologias.
Com potencial de empregabilidade elevado e localização geográfica privilegiada, o sector da construção e reparação naval, assim como a área de gestão de portos, enfrenta, porém, um problema: não tem quadros qualificados, o que tem levado esta indústria a subcontratar pessoal no estrangeiro, como Espanha, Argélia e Marrocos.
"Trata-se de criar uma parceria sólida e sustentável entre ‘stakeholders’ estratégicos em Portugal neste sector, oriundos da indústria naval, universidades, centros tecnológicos e organismos nacionais e regionais, que permitam dinamizar, inovar, criar emprego qualificado, gerar maiores níveis de competitividade, impulsionar a internacionalização e acompanhar os desafios do paradigma económico e tecnológico da digitalização da industria no quadro da indústria 4.0", explica Pedro Matias, presidente do ISQ, em comunicado.
É preciso ter coragem e arrostar com interesses poderosos mas só assim é possível levar a efeito as reformas estruturais necessárias. Há cada vez mais especialistas a reconhecer esse mérito a Passos Coelho.
"Penso que a recuperação a que temos assistido é fruto das reformas estruturais. E não há dúvida que demoram anos a ter efeito. Podem levar até seis anos se olharmos, por exemplo, para o tempo em que as reformas no mercado de trabalho na Alemanha demoraram a ter efeito. E agora acontece o mesmo em Portugal e Espanha. Portugal beneficia também de uma recuperação mais sincronizada na Zona Euro. E a política do BCE foi crucial para gerar esta recuperação."
E a política do BCE é agora a de retirar lentamente os apoios por forma a não prejudicar a recuperação . Mas a contribuição do PCP e do BE no governo é um travão às reformas ainda necessárias.
Os negócios que movimentam grandes montantes de dinheiro e onde o Estado perde e os contribuintes pagam estão presentes em todos os sectores . É o resultado da intervenção do Estado na economia que não devia passar da regulação.
Os ingleses inventaram as Parcerias Públicas e Privadas ( PPP) - investem os privados e o Estado compensa . O problema é que o Estado paga sempre rendas excessivas muito acima de uma remuneração razoável. O dinheiro custa 4% aos privados o Estado paga 12% ou mesmo mais.
Na Ponte Vasco da Gama as estimativas rodoviárias eram de 80 000 veículos /dia . Só lá passam 40 000. Não faz mal o estado paga a diferença. A falta de chuva não permite que as barragens produzam a energia prevista. Não faz mal o Estado paga a diferença ( que o contribuinte paga na factura da electricidade).
Até que alguém dá com a boca no trombone e o que se verifica é que quem assinou os contractos há alguns anos atrás é agora gestor ( com vencimentos obscenos) dos sectores que tutelou enquanto governante.
Lança-se um concurso para vender o Novo Banco e mudam-se as regras a meio. Os concorrentes afastados e outros que não chegaram a sê-lo dizem agora que com a garantia dada pelo Estado ao Lone Star ( o concorrente que vai ficar com o banco) também querem.
O Estado escolheu um concorrente e a seguir deu-lhe o que sempre disse que não daria . Com isso afastou todos os outros.
...O economista recorda que o vendedor do Novo Banco “aceitou, subitamente, oferecer 3,9 mil milhões de euros em garantias ao Lone Star sobre possíveis imparidades adicionais existentes no Novo Banco, quando o discurso do próprio Governo foi sempre bem claro dizendo que tal não seria concedido”.
Como é que a economia cresce, o défice baixa e a dívida publica continua a aumentar ? Cá em casa também já fizemos assim . O rendimento familiar não cresceu mas aumentamos as despesas e até fomos de férias mais tempo que o habitual. Fomos pagando com o cartão do descoberto bancário. Já em casa recebemos uma carta do banco avisando que o saldo estava esgotado . Isto é, a dívida ao banco tinha aumentado.
A diferença com o estado é que cá em casa tivemos mesmo que cortar despesa, e eu arranjei um segundo emprego.Conseguimos pagar o descoberto bancário garantido com a casa de família.
Com o estado paga o contribuinte mais tarde ou mais cedo. E o circo que está montado é este. Quem paga ? Paga a dívida que vai ser paga por todos nós no futuro.
E anda o governo a fazer de conta que as agências de rating estão quase a elevar a notação da dívida para o nível investimento.
Podem fazer grandes discursos, reuniões e estudos mas a solução é sempre a mesma. Ir buscar o dinheiro onde ele está. É preciso mais dinheiro para a Segurança Social aumentam-se os impostos às empresas. Fácil, rápido e dá milhões.
Também o Bloco de Esquerda recuperou o assunto. Em Abril, a líder bloquista Catarina Martins referiu-se a estudos financeiros que mostram que as pensões dos contribuintes com longas carreiras podem ser compensadas com uma "taxa de rotatividade" que exige das empresas com mais contratos precários o pagamento de mais Taxa Social Única (TSU).
Estes argumentos dão sempre para tudo em qualquer momento e em qualquer lugar. O estado gasta mais e o mundo empresarial e os cidadãos pagam mais.
Depois não somos atractivos para o investimento e o estado consome meios que são necessários para a economia. E sem uma economia robusta não vamos lá.
...uma descida do rating que permitisse aliviar os juros da dívida e trazer o investimento de alguns grandes fundos, há ainda obstáculos a ultrapassar, como a enorme dívida pública e privada, a fragilidade da banca, carregada de crédito malparado, e o ainda fraco crescimento económico. A discussão reabre já no dia 16, com a análise da Fitch.
E a Moody's : "O rating pode subir se a consolidação orçamental e a redução da dívida acelerarem significativamente por comparação com as expectativas. Um crescimento económico muito mais forte seria também benéfico".
E a Standard & Poor´s : "É preciso perceber se esta recuperação é sustentável. Como o efeito base é muito baixo, qualquer pequena recuperação resulta num crescimento percentual muito elevado."
Paulo Soares de Pinho alerta também para os níveis "muito baixo do investimento" porque vê aqui mais um entrave a um crescimento robusto. "É preciso investimento produtivo, não investimento público, que nos traga mais encargos no futuro."
"Portugal ainda não demonstrou capacidade de crescer a médio prazo, e sem provas dadas de um crescimento sustentável e com capacidade para travar a dívida todas as cautelas são justificadas", afirmou o economista Paulo Soares de Pinho, professor na Universidade Nova de Lisboa. "Tenho sérias dúvidas de que os perigos tenham passado."