Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BandaLarga

as autoestradas da informação

BandaLarga

as autoestradas da informação

A flexisegurança - liberalizar e proteger

Ter uma política liberal no mercado de trabalho e uma generosa protecção no desemprego. Facilitar a contratação de novos trabalhadores e ao mesmo tempo não fazer do desemprego um drama.

É esta a matriz da política proposta por Macron em França e que há muito funciona nos países do norte da Europa. Uma economia liberal e um estado social .

Para issso é necessário que a França leve a efeito profundas reformas estruturais de modo a restabelecer a confiança com a Alemanha e esta possa, então, avançar com investimentos europeus e tornar possível o subsídio europeu de desemprego.

Após o Brexit e Trump, a França e a Alemanha são agora os líderes do mundo livre e têm que se entender para proteger a União Europeia e tornar mais forte a Zona Euro. Sem isso grassa o populismo na Europa . Não é proteccionismo, é ser inteligente e proteger-se do comércio internacional como fazem os US e a China.

Os grandes negócios do estado - os suspeitos do costume

Estão lá todos incluindo o melhor amigo de António Costa. Trata-se da PPP do SIRESP . Uma bela história cheia de sombras . E o final não é feliz como tantas outras.

"António Costa acabou por confirmar a adjudicação do SIRESP ao consórcio da Motorola por 485,5 milhões de euros (aproximadamente o valor de um dos submarinos comprados pela Marinha) depois de uma renegociação em que cortou 53 milhões de euros ao preço da adjudicação inicial realizada pelo Governo anterior do PSD/CDS. No entanto, fê-lo reduzindo valências sem obrigar o consórcio a reduzir o preço: o custo previsto seria de 538,2 milhões de euros."

"A operadora da Sonae garantia ter soluções para manter as comunicações operacionais mesmo quando o sistema fosse abaixo. Antes de se passar ao modo de DMO — como aparentemente aconteceu durante o incêndio quando as comunicações falharam — a Optimus apresentava duas alternativas para manter o sistema a funcionar."

"O então ministro da Administração Interna, António Costa, escudou-se numa série de pareceres antes de se decidir por uma nova adjudicação do SIRESP ao mesmo consórcio. Para além da Motorola, esse consórcio reunia o que um antigo responsável da Optimus define como os “suspeitos do costume” — Portugal Telecom, SLN/BPN e BES (acionista da Esegur com a CGD). Para além do parecer do Conselho Superior do Ministério Público que disse que a adjudicação era “nula”, António Costa tinha um parecer da Inspeção-Geral das Finanças a dizer que, do ponto de vista da Parceria Público-Privada (PPP) em causa, “a presente parceria não apresentava vantagens para o Estado”. Portanto, era preciso renegociar as “incertezas económico-financeiras apuradas” para o processo de adjudicação poder prosseguir."

E o SIRESP falhou e falha e ninguém é responsável .

A barafunda com os serviços do estado a atacarem-se mutuamente

Nunca se viu tal coisa. Os serviços do Estado, até do mesmo ministério a atacarem-se mutuamente num passa culpas vergonhoso. A secretaria geral do MAI ataca a protecção civil, esta ataca os bombeiros, estes atacam o SIRESP e este diz que com eles está tudo bem. Uma espécie de piscar de olho a quem negociou pelo estado o contrato do sistema de comunicações. E foi António Costa.

A barafunda é tal que Costa, passado o tempo do colete verde e do olho lacrimejante, já anda a pedir  sondagens de popularidade que foi e é o seu grande medo. Que a barafunda lhe caia em cima.

Um estado abocanhado pelos interesses corporativos e pelos apoios envenenados partidários, um estado decadente que deixa arder a floresta e morrer pessoas e deixa roubar armamento militar de um paiol . Se não fosse triste e perigoso este estado de coisas seria uma pantomina.

As cativações que mais não são do que verbas atribuídas aos serviços mas retidas para conter o défice, mostram de forma indiscutível como se degradam os serviços públicos que dizem defender.

Nem maior estado nem menor estado mas pior é o que nos está a ser oferecido.

Os próximos actos terroristas serão atribuídos às granadas Lusas

Também devido ao calor e a circunstâncias inusitadas roubaram granadas, munições e armas de guerra do paiol da Base de Tancos. O governo não fala no assunto por respeito aos mortos em Pedrógão Grande.

O descontrolo e o laxismo começam a dar frutos, será que o presidente Marcelo já foi averiguar o que se passou? Não tarda dizem que as granadas eram de pólvora seca, só quando rebentarem nos assaltos é que se descobre a verdade. O que é feito do inquérito ao roubo de armas? Qual foi a conclusão? É este o país real em que vivemos. De confiança .

Mais um inquérito porque o assunto é grave. Não roubaram pistolas mas sim granadas ofensivas Se bem me lembro aquelas que têm um grande raio de acção e matam muita gente. A polícia civil e militar já estão em campo.

Só nos faltava mais esta, agora os ataques terroristas serão atribuídos às granadas portuguesas . Os países amigos têm mesmo razões para terem confiança neste país que arde à terça e deixa roubar armas de guerra à quarta.

Um estado de gelatina. Não guarda as suas populações e é uma ameaça para as populações vizinhas. É possível ser mais incompetente ?

Os boys e as girls não apagam incêndios

Dois meses antes da estação crítica dos fogos os comandos das operações foram substituídos. Depois queixam-se que as coisas correm muito mal e acenam com inquéritos. Foi o governo que substituiu pessoas com algum tempo nos cargos por gente sem experiência mas da cor.

A Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) sofreu uma restruturação na estrutura de topo desde que o Governo entrou em funções, com consequências posteriores no terreno, noticia o Público. Todas as alterações aconteceram a dois meses da época de incêndios.

Dos 36 comandantes distritais, 20 já mudaram e 17 cargos ‘foram mexidos’ em abril, com novas pessoas a entrar e membros já experientes da ANPC a mudarem de posição.

codis.png

 

Só não arde se tiver uma conta de exploração positiva

Nos anos 70 trabalhei numa empresa que era a central de compras de material lenhoso para as celuloses e de que estas eram as únicas accionistas. Já ardiam florestas e tal como agora as florestas das celuloses não ardiam. A grande discussão nessa altura é que era o eucalipto quem bebia a água toda existente na terra e arrasava com o resto das espécimes locais.

Estiveram cá uns técnicos suecos a ensinar-nos como se explorava o eucalipto. Plantar, limpar, cortar, rechegar, descascar e transportar.

E olhavam para a nossa floresta e diziam. Meus caros sem uma conta de exploração positiva isto mais tarde ou mais cedo é abandonado. Isto era, evidentemente, a floresta não tratada, embora melhor tratada nessa altura do que nos dias de hoje. A desertificação do interior não tinha a dimensão de hoje .

De vez vem quando vou a Castelo Branco e não é preciso muito para ver ao longo da autoestrada as florestas das celuloses, alinhadas, limpas e viçosas a constratarem com o negro da floresta ardida vizinha. Vê-se bem que a floresta bem tratada serviu de "stop" ao incêndio que lavrou por ali.

Um eucalipto (" eucaliptus globulus") cá na nossa terra cresce em 8/10 anos lá em cima no norte da europa de onde emigraram para Portugal - acompanhando a deslocação das fábricas de celuloses- precisam de 12/14 anos. O problema é que as boas práticas florestais não acompanharam o eucalipto. Originalmente o eucalipto foi importado da Austrália.

Não vale a pena seguir pelo caminho mais curto e mais fácil atribuindo ao eucalipto a raiz de todos os males. Se o Estado juntamente com o poder local não conseguirem ordenar a floresta, juntá-la, limpá-la e transformá-la numa conta de exploração positiva a floresta vai continuar a arder.

O resto é ideologia e rancor às empresas de celulose que ganham dinheiro e criam emprego. Não se esqueçam de afastar da equação o factor mais importante nessa conta de exploração que tem que ser positiva.

 

 

 

Caixa negra e guerra aberta

É preciso apurar responsabilidade e incompetências . Não podemos continuar a fazer de conta que não se passa nada.

A “incompetência do Governo não pode encontrar justificação na meteorologia”, berrava o BE em 2015, face a 28 mil hectares queimados e, suponho, morto nenhum. Agora, a actriz Catarina Martins implora no Twitter: “Que venha a chuva. Bom dia”. A brandura é partilhada pelo PCP, o qual, salvo por um patético “pedido de esclarecimento”, refugiou-se no luto. “Luto”, aqui, é código para “ganhar tempo”. Não surpreende a cumplicidade dos partidos comunistas no arranjo. Não surpreendem os esforços do PS na elaboração do arranjo. Não surpreende o aval do PR ao arranjo, visto que já só os ceguinhos não vêem a verdadeira função do prof. Marcelo. E não surpreende a ajuda das televisões e dos jornais à eficácia do arranjo.

jornal-de-noticias-2017-06-28-d4735e-x.jpg.png

 

i-2017-06-28-ef2d12-x.jpg

E guerra aberta

diario-de-noticias-2017-06-28-4b2277-x.jpg

 

 

ESTE INCÊNDIO É DE ESQUERDA

O critério para aferir se as declarações infelizes são desculpáveis ou, até, normais é puramente subjectivo.

 

Se quem as proferir for de esquerda (aquela a que se chama "esquerda") a resposta é afirmativa. Mas, só nesse caso.

 

A visão de um tanato coberto (a cobertura até podia estar a tapar outra coisa, não sabemos) de uma vítima (morta, não mortal) de um incêndio é repulsiva. Já o corpo, bem à vista de uma criança, que terá perecido (recentemente, há quem assevere, suportado em imagens, que, afinal o infante continua vivinho da costa, mas isso é outra história) durante uma invasão da Europa, já é uma imagem que vale mil palavras.

 

Sabemos que Passos Coelho é pouco hábil nos contactos informais com a imprensa. Tão pouco hábil, que até parece que ainda não percebeu que a maioria dos jornaleiros dá o cu e três tostões para o entalar, seja às mãos dos partidos à esquerda ou até dos que, seu partido, são conformes à nova ordem.

 

Não fez a ponderação óbvia - este incêndio é de esquerda.

 

Como tal, falar de solidariedade, chorar em coro, dar abracinhos sentidos em frente às câmaras, prometer mudanças radicais, tudo isso está certo. Como certo está dizer que foi feito todo o possível (mesmo na hora em que seria completamente impossível sabê-lo) ou que ainda não se detectou algo tenha falhado (mesmo quando já eram manifestos os erros mais evidentes).

 

Apontar prejuízos ou aventar culpas já é pernicioso aproveitamento da desgraça alheia.

 

Então, a própria Catarina, que há dois anos reclamara a queda colectiva do governo por evento muito menos grave, não veio, quase em forma de prece, suspirar por chuva?

 

Pois é, Caro Pedro, "quem se mete com o PS, leva".

 

Enterrem os mortos mas não enterrem o boato

Pela voz dessa estadista de mão cheia que dá pela graça de Ana Catarina Mendes, o PS veio indignar-se porque Passos Coelho cometeu uma "gafe" falando em suícidios que não existiram. Ao mesmo tempo o PS apressa-se a enterrar os mortos na tentativa de fazer morrer qualquer reacção inesperada das populações. É que as autárquicas estão à distancia de três meses .

Estamos assim nesta, Vanessa. Lamentável é a gafe não são os mortos nem os 200 feridos, há que meter isto na cabeça dos que sofrem. Basta ler o DN para se perceber que a campanha está em curso.

Toda a indignação com os falsos suicídios, nenhuma indignação com os mortos.

Tenta-se a todo o custo salvar o perfil sorridente e cheio de sorte de Costa. Com Costa tudo corre bem e essa imagem não se pode perder . Mas Costa foi há 12 anos ministro das florestas e agora é primeiro ministro, primeiro responsável pelo que acontece no país. Há que enterrar a responsabilidade de Costa com os mortos.

A última pazada de terra .

 

Pág. 1/9