O estudo publicado pela IMD elenca vários desafios estratégicos para a competitividade da economia portuguesa, que serão o tema de um debate agendado para 9 de Março nas instalações da Porto Business School, em Matosinhos.
- Reduzir estruturalmente o défice público, de forma a alcançar excedentes permanentes e permitir a redução da dívida pública;
- Dar estabilidade e sustentabilidade ao sistema bancário; e com novas opções nos mercados de "equity" públicos e privados;
- Fomentar a inovação e o empreendedorismo, e atrair e reter investimento sobretudo no sector dos bens transaccionáveis para facilitar as exportações;
- Implementar reformas no mercado de trabalho (por exemplo, ao nível da flexibilidade funcional e da mobilidade geográfica) dentro de um ambiente construtivo de diálogo social, melhorando a atractividade para a mão-de-obra jovem e qualificada;
- Desmantelar a burocracia nos serviços públicos e melhorar a eficiência do sistema judicial, em particular na área do contencioso fiscal.
Não são "Eurobonds" nem "Euro-obrigações" mas ficam a meio caminho. Dívida emitida em euros centralmente .
Bruxelas avança ainda com a ideia de criar um instrumento "de emissão de dívida comum, que reforçaria a integração e a estabilidade financeira", emitido em euros, e com "importância suficiente que se tornasse a referência dos mercados financeiros europeus", favorecendo "a diversificação de ativos detidos pelos bancos, melhorando a liquidez".
Ativo Europeu sem Risco – ou ESA, a sigla em inglês para European Safe Asset. É uma forma de embrulhar a dívida dos países do euro mas que deixa em aberto a parte da divisão do risco e de uma possível mutualização. "Indo de um emissão comum total, a uma emissão comum parcial, fundada sobre a mutualização ou sem compromissos conjuntos", diz o documento de reflexão.
Para os próximos dois anos, a Comissão propõe que se pense na criação de títulos garantidos por obrigações soberanas para a zona euro, destinada sobretudo ao sector bancário. Mas aqui a questão da mutualização da dívida pura e simplesmente não se coloca.
Faltam ainda oito anos para 2025, mas Bruxelas avança já com um roteiro para completar a União Económica e Monetária (UEM). O documento de reflexão apresentado hoje não tem força de proposta legislativa mas pode dar o ponta pé de saída para uma discussão difícil, que tem merecido impulsos da parte de França, Espanha, Portugal e em certa medida também da Alemanha.
A União Europeia, tal como Merkel já anunciou publicamente, cercada externamente, reforça a coesão. Sempre foi assim e sempre será assim .
A economia cresce na Zona Euro o que é uma bênção para Portugal . Há menos 1,5 milhões de desempregados e como esses países são o destino principal das nossas exportações (principalmente turismo), é sopa no mel . E apesar do Brexit o Algarve está cheio de ingleses e no verão continuará cheio de ingleses. Razões que explicam a queda do desemprego por cá.
Portugal está a beneficiar ( melhor : continua a beneficiar) por pertencer à Zona Euro . Além dos turistas estão a caminho os subsídios para o investimento . Mas como o investimento na base dos subsídios europeus exige uma comparticipação de 20/25% nacional, vai continuar a ser cortado ou sujeito a chico-espertices. Nada pior para uma economia que corre para os níveis de 2004.
Apesar destas boas notícias e do PCP e do BE se terem convertido no que diz respeito à disciplina orçamental europeia, as agências de rating não se deixam convencer . E a pergunta é : o que se passa em Portugal é sustentável ? As dúvidas são muitas.
Com o fortalecimento da economia da Zona Euro abre-se uma nova oportunidade para Portugal deixar para trás de vez a situação de patinho feio . E da Alemanha, pela voz de Merkel, chegam-nos fortes indícios que é com os países europeus que conta como parceiros na cena mundial. E já percebeu que se abrir os cordões à bolsa ( aumentar o poder de compra dos alemães) todos os países europeus beneficiarão, o seu excedente comercial externo é mais que suficiente.
Assim Portugal esteja à altura das imensas oportunidades que se formam no horizonte.
Merkel revelou-se a estadista que conhecemos. Os europeus têm que tomar nas próprias mãos o seu destino.
A questão da defesa da Europa é primordial. Há dois dias o jornal sueco de grande tiragem Aftonbladet (A Folha da Tarde), tradicionalmente ligado aos sociais democratas, publicou uma grande reportagem sobre o poder bélico conjunto dos países nórdicos: todos somados têm o mesmo número de aviões que o Reino Unido; mais carros de combate que a França; e três vezes mais artilharia que qualquer outro país da União Europeia. O jornal concluía que vários especialistas são de opinião que uma aliança nórdica não só é viável do ponto de vista do poder bélico como é necessária. Porquê? Para suster uma invasão da Rússia. Já se contam espingardas.
Como disse Merkel – que de novo revelou ser a grande estadista europeia, e não está certamente apenas a fazer campanha junto de um eleitorado há muito desconfiado dos americanos –, o destino está nas mãos dos europeus. Somos 600 milhões, a maior zona de comércio livre do mundo, com uma moeda forte, as economias mais avançadas do planeta. A liderança das democracias liberais, constituídas sobre o Estado de direito, social e internacionalista deve ser assumida pela Europa – Reino Unido incluído. É preciso garantir a liderança europeia, Merkel e Macron (infelizmente Theresa May é um desastre), e construir um pacto europeu credível e eficaz de segurança militar, just in case a NATO não cumpra o Artigo 5º do Tratado. Este deve ser o ponto de partida da política europeia para renovar a UE e a união dos europeus.
Há vários políticos a pressionarem as agências de notação para elevarem a classificação da dívida pública . Mas ainda em Fevereiro a Presidente do IGDP dizia que não contassem com uma melhoria em 2017.
O défice foi reduzido com medidas extraordinárias que não se repetem e com cativações que reduzem a qualidade dos serviços públicos e que não são passíveis de manter durante muito mais tempo.
A dívida pública não desce, pelo contrário cresce, e isso para as agências de rating é fatal ...
As Agências têm insistido sobretudo na sustentabilidade da dívida pública, acima de 130% do Produto Interno Bruto (PIB), e na capacidade do Governo de manter o défice sob controlo como fatores de longo prazo que estão a prender o rating ao lixo.
O estado pede autorização ao Estado e fica com os subsídios europeus . Os privados são um imenso deserto.
A estratégia é magnífica: o Estado pergunta ao Estado se pode concorrer a apoios estatais, e o Estado permite ao Estado engordar um pouco mais. É uma chico-espertice que dura há décadas, e que subverte totalmente o espírito dos fundos comunitários. Enquanto Pedro Marques e António Costa anunciam debaixo dos holofotes que desta vez é que os fundos vão ser espectacularmente aplicados no desenvolvimento do país, no escurinho dos corredores lá está outra vez o Ministério da Educação a bater à porta do Ministério do Planeamento a pedir umas centenas de milhões para bolsas, que não precisam sequer de constar do seu orçamento. Desta forma, o Governo aproveita o maná europeu para pagar os apoios sociais e desorçamentar despesa, ao mesmo tempo que se pode gabar das magníficas taxas de execução do programa. Todos ganham. Todos, claro, menos o sector privado.
Escreve o Expresso: no Portugal 2020, “19 dos 20 maiores projectos são para pagar despesa do Estado”. Não, não é gralha. No top 20 dos projectos mais subsidiados há um único privado, e num distante 13º lugar – o apoio a um novo complexo industrial no distrito de Aveiro da empresa de papel The Navigator Company. Tudo o resto é dinheiro para o Terreiro do Paço distribuir em gastos correntes. A DGES recebe 77 milhões de euros para estudantes do ensino superior, mais 90 milhões para alunos carenciados. O IEFP recebe quase 100 milhões para estágios “Emprego Jovem”, quase 90 milhões para estágios para jovens (que não “Emprego Jovem”), mais 37 milhões para a contratação de adultos. E por aí fora. Antigamente, os agricultores estouravam os fundos da Europa a comprar jipes. Actualmente, o Estado estoura os fundos da Europa a pagar a sua própria despesa.
O estado pode estar satisfeito mas não saciado . Agora no Reino Unido inventou-se o "imposto sobre a demência" . Por cá já inventaram o imposto sobre as vistas e sobre o sol. Longe vai o tempo em que a brincar dizíamos que só falta um imposto sobre o ar que respiramos. A bem da verdade já o pagamos e de diversas formas.
Esta ganância é igual à daqueles que têm como desporto na vida acumular muito para além do necessário . Cá em Portugal temos um que deu cabo do maior banco comercial para alimentar as quatrocentas e tal empresas que possuía para poder estar em todos os negócios.
Na verdade esta vontade do estado " ir buscar o dinheiro onde ele está" mostra bem que a sociedade civil tem pela frente um monstro com duas cabeças. Uma come cada vez mais a outra gasta como se não houvesse amanhã. Como se percebe é a melhor forma de caminharmos rapidamente para a bancarrota . Exemplos recentes não faltam.
Por hoje, dizemos que não há melhor forma de assaltar um banco do que entrar na administração . Desenganem-se, não é só nos bancos. É assim em todos os lugares onde se junta muito dinheiro e a irresponsabilidade . No estado, o assalto "é político" e, como tal , ninguém é responsável.
Está aberto o caminho para o desastre .
"Contudo, a descida de May reflecte sobretudo uma das medidas que propôs implementar caso vença as eleições. O Partido Conservador quer que os idosos suportem os encargos com os seus cuidados para não sobrecarregar os contribuintes. Uma proposta que os partidos já apelidaram de "imposto sobre a demência".
O lítio que existe por cá tem a pureza necessária para o fabrico de baterias e para a indústria da cerâmica. Esperemos que não apareçam por aí umas petições contra a exploração do lítio .
A Europa está a avançar com as gigafábricas de produção das baterias para os carros eléctricos assim fazendo concorrência à americana Tesla. A Alemanha já deu o tiro de partida .
De acordo com um comunicado divulgado pela empresa nesta segunda-feira, 29 de Maio, os testes mostram que pode ser possível produzir carbonato de lítio - um dos elementos usados na produção das baterias eléctricas com aplicação em automóveis - com um grau de pureza de 99,97% a partir da petalite extraída naquela prospecção em Trás-os-Montes.
Este facto "reduz o risco de desenvolvimento" do projecto daquela empresa em Portugal, que pretende tornar-se num fornecedor sustentável de lítio da Europa.
"Com a confirmação de que pode ser produzido carbonato de lítio a partir da petalite de Sepeda, tal como esperado, este é outro passo importante para o objectivo estratégico de nos tornarmos num fornecedor sustentável de produtos de lítio para o florescente mercado europeu," afirma o CEO da Dakota, David Frances, no comunicado.
Agora esperemos que o estado dê corda aos sapatos, facilitando .
Ainda bem que do lado do governo parece haver uma linha que aproxima daquilo que muitos têm defendido: uma gestão prudente da dívida pública, em que se privilegia a segurança no acesso aos mercados e uma forte liquidez, ao invés de meras poupanças de curto prazo, que a longo prazo se pagam caro.
Torna-se visível que cada vez mais a linha de pensamento converge para uma responsabilidade orçamental a que não estávamos habituados, conforme referiu o Paulo Ferreira e eu próprio, quando disse que a esquerda estava “rendida aos conservadores orçamentais”. Falta saber se estamos apenas perante um comportamento oportunista, aproveitando uma melhor conjuntura económica, para apenas reduzir o défice nominal, ou se pelo contrário, haverá um esforço de correção estrutural.
Veremos se nos próximos meses a atuação estará em concordância com estas palavras, pondo o relatório da dívida pública da esquerda e extrema-esquerda definitivamente na gaveta, ou se pelo contrário, voltaremos a um caminho de facilitismo orçamental e financeiro.
No outro dia em conversa com um motorista da Carris este dizia-me que enche um balde de água enquanto a água aquece para o banho. Em vez de por a água a correr para o esgoto. Por mim disse-lhe que nunca tinha pensado nisso mas que a minha forma de poupar água é encher (parcialmente) o autoclismo com uma garrafa de 1,5 litros cheia de água. Por cada descarga poupo essa quantidade de água.
De uma forma ou outra cada um de nós olha para o problema da água como um problema de escassez que se acentuará no futuro.
Em termos globais há que reciclar a água e torná-la a usar . Na União Europeia este problema está a merecer a preocupação dos países até porque as políticas de poupança exigem a coordenação dos vários países com rios comuns.