De um lado estão os bons - Rússia e países ditos socialista. Do outro lado os maus - Estados Unidos e países ocidentais . Para o PCP ainda não saímos da guerra fria pese o desmoronar da União Soviética.
Voto de condenação pela perseguição da população LGBT na Chechénia? Abstenção do PCP, isolado no Parlamento, a 21 de abril de 2017. Condenação de ataque com armas químicas na Síria? Voto contra do PCP, juntamente com o Partido Ecologista Os Verdes(PEV), a 7 de abril de 2017. Condenação da situação de 17 ativistas angolanos sentenciados a penas de prisão efetiva, “por co-autoria de atos preparatórios para uma rebelião,“ consubstanciada na leitura de um livro proibido? Voto contra do PCP, ao lado do PSD e do CDS-PP, a 31 de março de 2016. Entre outros exemplos.
Mais, o PCP não aceita “ingerências nos assuntos internos de estados soberanos” – exceto quando envolvem a Rússia, como as intervenções militares na Geórgia (2008) e na Ucrânia (2014) – e defende os regimes que se auto-proclamam como socialistas, comunistas ou bolivaristas (China, Coreia do Norte, Angola, Cuba, Venezuela, etc). Como no tempo da Guerra Fria, antes da queda do muro de Berlim e subsequente dissolução da URSS. Não mudou nada? “O PCP é um partido comunista clássico e mantém as suas posições em política externa, mesmo após o fim da Guerra Fria, com grandes elementos de continuidade: os EUA são a principal potência imperialista; os regimes ditatoriais, quer formalmente socialistas como a China, ou mesmo ainda socialistas como Cuba, são aliados; as chamadas ditaduras ‘não alinhadas’, como a Síria ou o antigo Iraque, são regimes anti-imperialistas soberanos; e por aí fora. Ou seja, para resumir, o velho quadro de alinhamento internacional mantém-se vivo no PCP, embora o mundo tenha mudado,“ salienta António Costa Pinto, politólogo e professor do ICS da Universidade de Lisboa.
É o futuro que esta a ser defraudado. Não há milagres e como dizem algumas vozes da Igreja a Senhora não apareceu aos pastorinhos. Não passou de uma ilusão .
Tal como o famoso milagre orçamental português . Já se sabia que os 1,5% do PIB era o mais baixo de sempre a nível nacional mas não que era também o mais baixo a nível da União Europeia. Um desastre .
Ora, se possível, ainda pior, é que o governo acaba de rever em baixa a sua previsão para o investimento público - o ministro das finanças esperava 1,9% do PIB em 2016 e de 2,2% em 2017. Mas agora no Programa de Estabilidade de Abril já prevê uma subida de 1,5% do PIB em 2016, de 2,2% em 2017 e de 2,1% do PIB nos anos seguintes. Perto da catástrofe.
E é assim que se vão satisfazendo os funcionários públicos com aumento de salários e pensões. Um sacrifício do investimento público que nem sequer tem comparação com os tempos da bancarrota.
Todos são unânimes em dizer que esta política não pode ser considerada uma alternativa de esquerda para um modelo de crescimento sustentável.
Mas PCP , BE e CGTP - no caso de considerarmos a CGTP uma entidade independente do PCP - exigem a continuação da reversão das medidas que tiraram o país da bancarrota e Arménio Carlos até afirma " que chegou a hora de guinar à esquerda" leia-se gastar mais em despesa corrente e cortar no investimento.
E o crescimento da economia e a criação de postos de trabalho única forma de o país pagar a dívida e o povo viver melhor ?
Silêncio cá dentro ( com uns tímidos avisos de Marcelo) e os avisos lá de fora são campanhas de ingerência na nossasoberania.
Explica parte da nossa falta de crescimento. É que para crescermos 3% ao ano precisamos de 120 mil milhões de euros de investimento por parte das empresas nos próximos 10 anos .
Os bancos não emprestam dinheiro a empresas descapitalizadas porque a sua situação é difícil. Por todas estas razões, o IDE assume uma importância central ao permitir o crescimento acelerado por não pesar nem no crédito nem na dívida.
Depois da vaga de de investimento alemão de que a AutoEuropa é exemplo, não voltou a haver grandes investimentos . E os mais recentes mais não foram do que a passagem para investidores externos do capital de empresas já existentes (EDP,REN,CIMPOR,PT e várias dos sectores da banca e seguros)
Sendo certo que tem havido investimento de expansão de empresas já existentes mas não actividades novas, competitivas a médio e longo prazo .
A nossa pouca atractividade conta-se por não termos um mercado interno comparável ao da Espanha por exemplo, e com custos fiscais e juros mais elevados . E depois há outros factores conhecidos há mais de 20 anos. Taxas de impostos elevadas, regras fiscais em constante mudança, justiça económica lenta e legislação do trabalho rígida, bem como burocracia e dificuldades no licenciamento.
E não há uma adequação de técnicos altamente qualificados às necessidades da procura. Enfim, nenhum destes problemas é fácil de resolver sem um plano de reformas que a extrema esquerda não deixa fazer. Pelo contrário insistem na reversão de medidas que iam no sentido certo.
Neste caminho vamos ter pela frente um futuro poucochinho .
O relatório da Dívida Pública do PS, BE e Governo, não é mais do que um plano de assalto aos cofres do Banco de Portugal e, ao pretender reduzir os depósitos do Estado, uma rapina aos "cofres cheios" (lembram-se?) de Maria Luís Albuquerque. Querem, já este ano, 502 milhões de euros das reservas do Banco de Portugal, para tapar buraco no défice orçamental (sim, já estão à procura de um PERES). No próximo ano, mais 850 milhões de euros. Aliás, Galamba é o involuntário "bufo" desta estratégia: num dos telejornais, convidado a explicar a "restruturação" fala apenas no dinheiro do Banco de Portugal, do primeiro ao último segundo, tal a fobia do menino. O relatório é, tecnicamente, uma vergonha. Quadros e gráficos parcialmente plagiados do IGCP, três professores universitários a colaborarem num trabalho liceal. No fundo, os professorecos propõem o seguinte: a gente reestrutura o dinheiro dos contribuintes europeus (que cobram uma taxa de juro média de 2,2%...), livramos os tipos do FMI (com taxas de 4%) e deixamos intacta a massa dos residentes em Portugal (a maioria com taxas de 4%). Os galambinhas e os professorecos acham, portanto, que os europeus, os espanhóis, alemães, franceses, finlandeses, italianos, são mesmo burros. Que não perguntarão - como fizeram e aplicaram aos gregos - porque não são os privados, independentemente da nacionalidade, a sofrer o primeiro hair-cut dos juros... acham que esta perplexidade vem no relatório? Oh vens... Pior. Entre Janeiro e Abril deste ano o custo da Dívida do Estado aumentou para 3,4%. Para comparar: em 2016 foi de 2,8% e em 2015 foi o melhor ano, 2,7%! Acham que os amigos professorecos fizeram uma "análise de tendência" a isto? Sim, sim... Nos próximos sete anos vencem seis empréstimos no total de 55 mil milhões de euros com taxas de juro no limiar dos 5%... Os professorecos fizeram alguma proposta de como "rolar" esta dívida? Não... Vamos é lixar os "gajos da Europa"... que nos emprestaram a 2,2%! Bom, mas para uma parte da jornalada do "politicamente correcto" o relatório, como tem bonecos, é bom. Afinal foi (também) a contar com isso que foi feito... Mas não esquecer o essencial: O Banco de Portugal.
Agora percebe-se melhor a guerra que o BE e o PS movem ao governador do Banco de Portugal . Querem deitar mão às reservas do Banco de Portugal para compor o défice.
Para isso exigem que o governador alivie as provisões para acorrer a prejuízos futuros e desta forma obrigar o banco a pagar maiores dividendos ao único accionista o Estado. Vem tudo na proposta hoje conhecida da autoria do BE e do PS para a negociação da dívida.
Entretanto, Bruxelas já veio dizer que não é possível oferecer melhores condições do que as já praticadas em termos de juros e de maturidades. Para baixar as taxas de juro ( à volta dos 1,33%) que já não deixa praticamente nenhum "fee" , seriam necessárias transferências entre orçamentos dos países membros, o que é proibido pelas normas europeias.
O PCP já veio dizer que a proposta contem micro soluções ( a macro solução do PCP é sair da Zona Euro e da UE), mas a verdade é que Portugal vive hoje ligado à máquina da UE. Como diz Bruxelas a solução para Portugal é crescer mais, sem isso nada feito .
É tudo poucochinho .
O que é então errado? “Encurtar os prazos de emissão de dívida, como é proposto, isso é normalmente o que fazem os credores com pior qualidade e foi o que aconteceu a Portugal até 2011”.
E o que é perigoso? “É ir simplesmente deitar a mão às reservas do Banco de Portugal que já se percebeu é isso que o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda querem“, notou Passos Coelho, dizendo que talvez se perceba agora melhor a “guerra” contra o governador do Banco de Portugal. “Há uma intenção clara do Governo poder deitar a mão às reservas, ao dinheiro que está no Banco de Portugal para, como medida extraordinária ajudar a compor os números do défice”.
Em declarações transmitidas pelas televisões, o líder do PSD começa por dizer que “adorava” que o país tivesse uma dívida “mais baixa”, ou seja, “que no passado, não se tivesse contraído tanta dívida de forma irresponsável”. Rejeitando responsabilidades do seu Governo — “não fui eu que o fiz”, afirmou — Passos adiantou que é agora necessário “responder a essa dívida”.
Somos assim, e ninguém brinca com a gente. Fomos a Madrid demos dois murros na mesa, não há armazém de resíduos nucleares para ninguém, e já está, os espanhóis tiveram que tornar o nuclear da central de Almaraz seguro. Recuaram em toda a linha.
Para que não houvessem dúvidas quanto à justiça da actuação do nosso governo, mandamos que uma comissão técnica publicasse um relatório a dizer isso mesmo. O armazém é seguro doutra forma não haveria armazém para ninguém.
Mas olhem que a central há muito que ultrapassou os anos de vida para que foi construída. E então, não é o nuclear quase imortal ? Não se preocupem com ninharias e os ambientalistas, com quem nos damos muito bem, são todos dos BE e dos Verdes e alguns do PAN, já compreenderam a solução.
Mudam as moscas mas a merda fica , pode ser o resumo da actuação deste governo. Ganha sempre !
Afinal a proposta apresentada para a reestruturação da dívida pelo BE e PS não propõe nenhum corte, nenhum perdão de dívida. E as razões são fáceis de entender.
Se não pagássemos aos credores internacionais o país ficaria fora dos mercados financeiros durante 20, 30 ou mesmo 40 anos ( veja-se o caso da Argentina).
Se o estado não pagasse, cá dentro, aos bancos e aos restantes credores ( indivíduos e famílias) todos iriam para a falência.
Realmente ficaríamos todos com as pernas a tremer mas não seriam os alemães. A extrema esquerda e os seus populismos em todo o seu esplendor . A montanha pariu um rato .
E porque é que ninguém teve coragem de se atravessar por uma “reestruturação”, se durante tanto tempo a apregoaram?
Para responder a isso, é preciso perceber quem são hoje os detentores da dívida pública Portuguesa (dados de abril do IGCP). A nossa dívida pública de médio e longo prazo ronda os 240 mil M€ (240 bis). Destes, o setor financeiro (banca e seguros) tem 53 bis; os particulares nacionais (retalho) têm 31 bis; a Segurança Social tem 8 bis e o Banco de Portugal (via QE) tem 20 bis (valores aproximados para todos). Ou seja, os nacionais têm neste momento 112 bis, o que perfaz quase 50% da dívida pública.
A restante dívida está nas mãos do BCE (15 bis, via QE e sobretudo via SMP), no FMI (15 bis), nos instrumentos Europeus (50 bis) e nas mãos de investidores estrangeiros (60 bis).
Ou seja, uma reestruturação que apenas afetasse os investidores estrangeiros colocaria Portugal fora dos mercados financeiros por muito tempo (20, 30 anos, e não só para o Estado, mas também para os bancos, empresas e famílias), com gravíssimos conflitos judiciais (vide Argentina), e reduziria a dívida de 130% do PIB para 100%. Uma reestruturação que afetasse os investidores estrangeiros e nacionais, reduziria a dívida para uns 90%, mas implicaria além do fecho dos mercados internacionais, a falência do setor financeiro nacional. Uma reestruturação que colocasse a dívida pública em 60% do PIB teria de atingir o Banco de Portugal e BCE, colocando em sério risco a permanência de Portugal na zona Euro.
Então sobre reestruturação da dívida estamos conversados ?
Reestruturar a dívida pública só de prazos e de juros e de acordo com a Europa. Baixar a taxa de juros para 1% e aumentar o prazo para 60 anos.
A parte da dívida que seria objecto desta reestruturação é a que o país tem em relação à Europa e a dívida na posse do Banco de Portugal. Os outros credores (mercados) não seriam chamados a este esforço.
Claro que esta proposta só se fará ao nível europeu e poderá ser estendida a todos os outros países com dívida elevada e em processo de recuperação das suas economias.
Uma extensão da maturidade média dos 51,6 mil milhões de euros de dívida à União Europeia e da Zona Euro dos actuais 15 anos para 60 anos; a redução da taxa de juro média cobrada dos actuais 2,4% para 1%; e a manutenção indefinida no balanço do Banco de Portugal dos 28 mil milhões de euros de dívida pública que o banco central terá acumulado no final deste ano no âmbito do programa de compra de activos do BCE (PSPP). A estas medidas acrescentariam outras quatro de poupança em juros que dependem apenas do Governo.
No que diz respeito a Portugal esta proposta a ser aceite teria os seguintes resultados :
De forma simplificada, estima-se que o valor presente da dívida pública (estimativa equivalente à "dívida de Maastricht") cairia de 130,7% para cerca de 91,7% do PIB", lê-se no relatório, que estima uma redução da despesa com juros de 450 milhões de euros em 2018, que cresceria para 1.900 milhões em 2023, ano em que poderia mesmo chegar aos 2800 milhões de euros, caso o PSPP fosse estendido no tempo.
E sem os calotes desejados por aqueles que querem sair da Zona Euro.
Há três cartas rogatórias solicitadas à justiça Suíça que ainda não tiveram resposta . Numa delas, o ex-presidente da PT Henrique Granadeiro, apresentou recurso judicial com vista a impedir a quebra do sigilo bancário. Na primeira instância Granadeiro perdeu mas recorreu.
O que nos é vendido é que a justiça se atrasa demasiado mas não nos contam o que o muito dinheiro é capaz de fazer. Ter um braço longo e poderoso pode levantar obstáculos de enorme dificuldade até porque correm em países estrangeiros.
"O terceiro pedido pendente junto das autoridades da Suíça, para obtenção de dados bancários, foi objeto de oposição por parte de um dos arguidos e decorre ainda prazo para eventual recurso para outra instância. Assim, neste momento não é possível prever a data da sua devolução”, lê-se no comunicado da PGR.
As coisas nunca são como parecem ser e não, a investigação não abusa de sucessivos prazos. Está pendente de outros prazos que não controla e que interessam aos arguidos.
Esta é a principal preocupação não só do presidente da república mas também dos empresários. Uma retoma lenta que pode perdurar até 2020.
O investimento foi sacrificado em 2016 no altar do défice o que terá consequências funestas já este ano e nos próximos. E também o emprego não crescerá o suficiente.
As empresas portuguesas olham para a desaceleração económica e para a recuperação lenta da economia portuguesa como o principal risco nacional deste ano.
Engane-se quem pensa que esta é apenas uma preocupação presente. As empresas portuguesas consideram que mesmo daqui a três anos, em 2020, o risco de recuperação lenta da economia continuará a verificar-se em Portugal.