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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Há mais vida para além do défice ?

Não parece. Para o actual governo as pioridades são primeiro o défice, segundo o défice, terceiro o défice, ao contrário de tudo o que diziam o PCP e o BE. 

O investimento desapareceu para parte incerta e a economia é "poucochinha " como admitiu António Costa. O Serviço Nacional de Saúde , o tal que o anterior governo estava a desmantelar ,soçobra em dívidas que não consegue pagar e em doentes que não consegue tratar.

Sem surpresa, chegamos ao final do ano com problemas no funcionamento de hospitais e escolas. Iguais ou parecidos aos que, até ao ano passado, eram vistos como estando “a matar o SNS” ou a “desvalorizar o ensino público com o objectivo de privatizar o sector”.

Este foi, pois, o ano em que o PS, o Bloco de Esquerda e o PCP se confrontaram com a realidade, perceberam o que quer dizer na prática a expressão “não há dinheiro”, praticaram a austeridade e até aparecem a apresentar o défice bem abaixo dos 3% como uma enorme conquista. Alguém sonharia há um ano?

 

Se correu tudo bem...

Há outra coisa que é a realidade, externa e interna. E essa aproxima-nos da parede. Basta um número: se correu tudo bem em 2016, porque é que os juros da dívida pública a dez anos passaram dos 2,5% para os 3,8% nos últimos doze meses? Não, não subiu tanto noutros países, Itália, por exemplo, tem uma crise política e uma crise bancária e os juros da dívida estão nos 1,8%. Sim, as coisas não estão nada bem nesta ‘nova normalidade’.

António Costa diz que a dívida cresce porque não era objectivo prioritário do governo travá-la. Estão a ver há sempre uma esperteza saloia com este primeiro ministro.

Entretanto, para travar os juros vamos vendendo dívida a muito curto prazo para que a média da taxa aplicável baixe. Estão a ver há sempre uma esperteza saloia.

A dívida portuguesa teve um dos piores desempenhos em 2016 do mundo

Em todo o mundo. É obra ! A dívida portuguesa teve o pior desempenho do índice que mede o retorno da dívida soberana de 26 países.

Os títulos da dívida nacional tiveram o pior desempenho do mundo num dos índices de referência, e as taxas de juro das obrigações interromperam uma sequência de quatro anos seguidos de descidas. À subida das taxas corresponde uma diminuição do valor das obrigações. Quem detivesse obrigações nacionais com uma maturidade superior a um ano perderia 2,61% este ano, segundo o índice desenvolvido pela Federação Europeia de Associações de Analistas Financeiros (EFFAS). Foi o pior retorno do ano entre os 26 países incluídos nesse índice, segundo dados da Bloomberg. Além da dívida nacional, apenas a canadiana perdeu valor em 2016.

Mas há quem veja na situação portuguesa razões para sonhar .

As razões para o resgate já estão aí todas

A entrar em 2017 sem aprender nada com 2010. Os portugueses começaram a alargar o cinto. O consumo está a crescer à custa do crédito bancário pessoal . Crédito para compra da habitação, de automóveis já colocaram as compras ao nível de 2010. Em contrapartida, os indicadores de actividade económica e de clima económico que traduz a confiança dos empresários, estão a degradar-se.

Este novo aumento da procura está novamente a fazer-se à custa das importações . E os desequilíbrios daí resultantes levaram-nos ao pedido de ajuda internacional.

Não há ninguém ao nível do Ministério das Finanças ou do banco de Portugal que alerte quem de direito para este estado de coisas e que implemente medidas ao nível fiscal ou bancário que travem o excesso de consumo que está de regresso e em força ?

Com uma previsível subida das taxas de juro e o eventual fim da compra de títulos da dívida pública por parte do BCE vamos ter problemas sérios em 2017 - o que quer dizer que não aprendemos nada em 2010 .

PS : com Nicolau Santos -Expresso

A emigração a descer é mais um mito

emigração em 2015 chegou aos 110 000 , isto a juntar aos centenas de milhar que já tinham emigrado nos anos da austeridade que, segundo o discurso oficial , já terminou.

"Eu esperava que a emigração estivesse a descer", ou a "descer um pouco mais", mas os níveis ainda são "historicamente elevados".

Os dados actualizados pelas Nações Unidas, também relativos a 2015, revelam que Portugal é agora o país da União Europeia (sem contar com o Chipre) com mais emigrantes em proporção da população residente: 2,3 milhões, 22% do total de portugueses. Neste indicador (que traduz o stock) Portugal está em 12.º lugar a nível mundial. França, Suíça ou Estados Unidos lideram como destinos.

Se, na verdade, nada de substancial mudou na política portuguesa, porque haveria menos emigração ? Mais um mito que vai à vida .

Do PS profundo

“Tenho fortes dúvidas e, sobretudo, que seja desejável que o Governo chegue ao fim da legislatura”, declarou esta quinta-feira o ex-líder parlamentar do PS, que foi, desde a primeira hora, uma das vozes que contestaram esta solução governativa.

"Entendo que as nossas divergências de fundo com o PCP e Bloco de Esquerda são de tal ordem em matérias fundamentais que não dão garantias de termos um Governo com uma verdadeira capacidade reformista", declarou o ex-líder parlamentar do PS, em Novembro do ano passado, apontando como exemplos de divergências de fundo as áreas da economia, das finanças, a União Europeia e "o próprio modelo de sociedade".

Segundo Assis, “António Costa tem sabido manter uma linha de orientação e não tem cedido em nenhum aspecto essencial e isso merece o meu respeito”. E deixa uma profecia:” É por aí [posições perante a Europa] que as contradições se vão manifestar”

Peniche exige que o estado pague a memória

São precisos mais de cinco milhões de euros para que a memória não se apague. Se não for o turismo tem que ser o estado . É esta a posição da câmara de Peniche.

Ao abandono e a caminhar para a ruína que já se antevê em grande parte do Forte, há quem ainda acredite que o estado fará agora o que não fez em 40 anos. Mas não é o povo de Peniche que acredita e assim sendo não pode ser ele a pagar.

A memória só não se apaga se alguém pagar a reabilitação agora e a manutenção no futuro . Isso faz-se dando vida ao Forte, com actividades comerciais e culturais. O resto são apenas boas intenções e mais uma ruína a prazo.

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Tem tudo para acabar em desgraça

Diz que foi passada a página da austeridade mas é difícil encontrar um governo, mesmo o de Passos, que fizesse tantas cativações de despesa corrente e de investimento. E como a economia não cresceu isto vai acabar mal é uma questão de tempo.

E não se espere que PCP e BE acalmem nas suas reinvindicações para maior despesa em 2017. E como a economia não vai crescer, a dívida e os juros continuarão a subir .Isto vai acabar mal é tudo uma questão de tempo.

As famílias gastam enquanto o crédito bancário pessoal aumenta, tudo na ilusão que há mais dinheiro para gastar. Estamos perto do principio que nos levou à crise. Isto vai acabar mal é tudo uma questão de tempo .

Se a tudo isto que nos colhe internamente juntarmos as várias tempestades que, externamente, nos espreitam, tem tudo para acabar em desgraça.

Até o défice a que baixaram a cabeça obedientemente, exigiu medidas de última hora não previstas e não repetíveis. Mas, no caso, ainda bem. Haja alguma coisa que se diga "mesa de Deus ".

Vinte e dois monumentos a concessionar aos privados

A algazarra é muita e as lágrimas incontroladas mas o que não nos dizem é porque os tão abençoados monumentos, castelos e mosteiros ficaram neste estado nas mãos do Estado ( com E grande). Passá-los para as mãos dos privados é uma obra de misericórdia além de criarem postos de trabalho e riqueza. Resta um problema mas este insolúvel. Podem vir a dar lucro a quem tiver a coragem de os recuperar ( 5 milhões pelo menos para cada um ) .

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                        Armazéns Pombalinos de Vila Real

O " amigo " PERES salvou o défice

PERES salvou o défice. Juravam que não, o PERES não era preciso para nada, era só mais uma oportunidade dos devedores pagarem mais facilmente as suas dívidas. Acabou por ser o salvador da situação. De outra forma o défice seria igual a 2015. Estranho ? Olhe que não.

Mas será que o comportamento até Setembro, conjugado com o que se sabe já do quarto trimestre significa que o défice fica abaixo dos 3% do PIB “pela primeira vez em democracia”, ou mesmo dos 2,5% do PIB, como referiu o primeiro-ministro? À partida poderá, de facto, chegar a 2,5% do PIB, mas apenas graças a medidas pontuais e, dentro destas, destaca-se o “amigo” PERES.

Tendo em conta não só o comportamento do défice em anos passados, mas principalmente as pressões acrescidas deste trimestre (aumentos da função publica, redução de horário para as 35 horas e descida do IVA da restauração), o défice deveria situar-se ligeiramente acima de 3% do PIB. No entanto, a receita extraordinária do perdão fiscal poderá levar o défice para perto dos 2,5% do PIB, já que aos 500 milhões de receita fiscal arrecadados este ano (0,3% do PIB), terá de se acrescentar a receita da segurança social e, ainda, parte dos 600 milhões de euros que, apesar de só serem pagos nos anos seguintes, poderão ser já contabilizados neste ano. Serão estes os números que o Presidente dizia não conhecer, mas que já eram do conhecimento do governo?

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