Trump quer travar a globalização para proteger a economia americana. Isto está a levar a maioria dos países a preverem exportações mais curtas. Portugal prevê crescimento . Quem salvará Portugal ?
O cenário macroeconómico que sustenta as contas públicas do Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano corre o risco de ficar desatualizado antes de entrar em vigor a 1 de janeiro de 2017. É que se há Governo da zona euro que conta com a aceleração da procura externa e das exportações para alcançar as metas do PIB e do défice do próximo ano, esse governo é o português. E se há prioridade que se destaca na agenda de Donald Trump, essa prioridade é o protecionismo comercial que ameaça agravar tarifas aduaneiras, reavaliar acordos internacionais, travar as trocas com grandes fornecedores como a China, o México, a Alemanha ou o Japão e abalar todas as cadeias de valor estabelecidas à escala mundial que envolvem dezenas de países, incluindo Portugal.
“O BE não tem dúvidas: se queremos preparar Portugal para os choques externos que aí vêm, se queremos proteger a nossa economia e o nosso emprego, questões como a reestruturação da dívida têm que começar a ser discutidas de uma forma mais intensa e como sabem não constam da posição conjunta”, avisou Catarina Martins
Augusto Santos Silva : Portugal não tenciona renegociar a sua dívida.
E Jerónimo de Sousa queixa-se .
É um bloqueio em forma de governo . Reformas nem uma. Trata-se de uma coligação em que as diferenças nas partes se anulam mutuamente.
É preciso fazer acreditar, todos os dias a todas as horas. Não importa a verdade, importa a notícia.
Todos os jornais cantaram ossanas e os menos avisados e os mais distraídos ( esqueço-me propositadamente dos profissionais) até acreditaram que agora é que a economia arranca. Mas não dizem que o investimento afundou ? E que o consumo não contribuiu ? Foram as exportações a treta da Catarina.
Então vamos lá analisar as exportações que fizeram a diferença :
Refinaria de Sines que esteve parada no trimestre anterior
Turismo
Venda de 10 aviões F 16 à Roménia.
Como se vê isto é para continuar . Turismo todo o ano, refinaria a trabalhar sem paragens e ainda haverá por aí mais uns calhambeques voadores para vender. Tudo sustentável e sustentado. Podemos dormir descansados. E estabilizados .
A narrativa - a verdadeira - vai-se conhecendo aos poucos a outra, a socrática, vai-se desmascarando aos poucos e já só acredita nela quem não quer ver . Já há múltiplas testemunhas da narrativa que se desenvolveu à volta da PT e do assalto à TVI, não esquecendo os grandes grupos económicos envolvidos incluindo do Brasil .
A empresa não regista dificuldades em recrutar, mas tem estado a sofrer com a emigração de funcionários.
São largos e promissores os horizontes que a integração na União Europeia oferece a gente jovem e capaz. Mesmo com emprego - remunerado acima da média - há trabalhadores que procuram oferta de emprego nos países europeus. E é remunerado acima da média porque estou a referir-me a uma empresa conceituada internacionalmente, que exporta os produtos com maior dimensão fabricados em Portugal e que está a crescer e a investir. Ora, nenhuma empresa com esta dimensão deixa sair trabalhadores experientes pela estúpida razão de pagar mal.
Vende para todo o mundo e o ano passado investiu na robotização sendo contudo uma empresa de mão de obra intensiva, empregando mais de mil trabalhadores. Em Setembro as equipas de produção numa prova de "amor à camisola" decidiram bater um novo recorde nacional - 42 unidades ( em vez de 35) recorrendo, para isso, ao trabalho de fim de semana.
Um dos caminhos alternativos é precisamente este. Que em cada sector empresas e trabalhadores negoceiem segundo as necessidades e capacidades sem regulação de estado e sindicatos.
Sem o chamado "Grupo dos Nove " não viveríamos em democracia . É, pois, preciso não esquecer esses homens que não vergaram, não deixaram afundar a democracia ainda imberbe . E, se é verdade, que o 25 de Abril nos deu a liberdade foi o 25 de Novembro que nos deu a legitimidade, através de 40 anos de eleições livres e democráticas.
Vasco Lourenço, Sousa e Castro, Pezarat Correia, Franco Charais, Vitor Crespo, Vitor Alves, Canto e Castro, Costa Neves e Melo Antunes .
Já há muitos e cada vez mais. Para a maioria dos socialistas ser de esquerda é ter o estado a controlar as nossas vidas. São estatistas não são socialistas. Em França, as próximas eleições, colocam em cima da mesa a questão.
A 10 de Novembro, o L’Obs publicou uma entrevista com Macron em que este elencava as suas propostas para a lei laboral e para o ensino. Criticando o modelo actual, regulamentador, injusto e ineficaz, que favorece os que trabalham no Estado ou nas grandes companhias, em detrimento dos que o fazem por conta própria ou nas pequenas empresas, Macron propõe uma lei laboral que, não esquecendo o que considera ser essencial para a esquerda, difira de sector para sector de acordo com as suas especificidades. Para ele, diálogo social passa por nem tudo ter de ser prescrito por lei. Empresas e trabalhadores devem ter espaço de manobra para acordarem as regras de trabalho que mais lhes aprazem.
O mesmo raciocínio tem relativamente ao ensino. Neste domínio, defende um tratamento diferenciado entre as escolas, com o Estado a compensar financeiramente os professores que queiram leccionar nos estabelecimentos situados em zonas sensíveis. Ao mesmo tempo, suprime a carta escolar e o determinismo que o local de residência tem na escola que um aluno deve frequentar. O direito de escolha dos indivíduos é finalmente aceite por alguém de esquerda.
As presidenciais francesas vão ser muito importantes devido à possibilidade de Marine Le Pen vencer. De acordo com as últimas sondagens, esta dificilmente não passará à segunda volta, a não ser que Emmanuel Macron se consiga explicar. Se o fizer, a esquerda, depois de Hollande, Tsipras, Corbyn e Iglésias, verá, finalmente, uma luz ao fundo do túnel.
É uma boa notícia esta sondagem que dá o PS a subir nas intenções de voto, mantendo-se o PCP e o BE nos valores habituais sem crescerem. Dois partidos antiEuropeus fora do governo ajudam às conversações em Bruxelas e facilitam o investimento estrangeiro . E a taxa de juro a dez anos reduziria para valores mais próximos das de Espanha .
Durante a campanha para as legislativas Passos Coelho chegou a dizer que era preferível uma maioria absoluta mesmo que fosse do PS. Não há dúvidas para quem é pró União Europeia e Zona Euro.
Evitou-se que um partido ( PCP) com 15% dos votos em eleições democráticas tomasse o poder e impusesse o seu programa contra a maioria dos Portugueses. E qual era o seu programa ?
"Há elementos programáticos suficientes para poder avaliar as intenções do PCP e os valores em que acreditava. As propostas do PCP eram todas no sentido de atacar e destruir as principais características integrantes de uma sociedade democrática europeia. Contra a tradição democrática parlamentar e a pluralidade partidária, sindical e associativa. Contra a Comunidade Económica Europeia e contra a NATO. A favor da apropriação coletiva dos meios de produção, do controlo operário e da nacionalização das empresas e grupos económicos. Contra a livre iniciativa privada e o mercado. Contra a propriedade privada dos meios de comunicação social. Tendo em conta que o PCP e seus aliados tinham qualquer coisa como 15% dos votos expressos uns meses antes, como seria possível realizar e concretizar esse programa sem um poder autoritário forte? Sem a ditadura do proletariado? Aliás, como é sabido, o PCP fez o possível por evitar, controlar, adiar e minimizar os processos eleitorais, tanto o constituinte como o legislativo."